Por ucho.info
Neurônios pifados – Alvo constante de piadas e galhofas nas
rodas do mercado financeiro, o ainda ministro Guido Mantega (Fazenda) continua
arrumando desculpas para justificar o fracasso da economia brasileira, que não
apenas cambaleia, mas ruma na direção do precipício. Isso porque o desgoverno
petista apostou em fórmulas equivocadas, sem ao menos reconhecer ao longo do
trajeto os erros cometidos e deixados de lado, como se nada tivesse ocorrido no
campo do equívoco.
Nesta quinta-feira (5), na tentativa de justificar a crise
que ronda o País, Mantega voltou a culpar a dificuldade de acesso ao crédito
como forma de minimizar a quase paralisia da economia nacional. O próprio
ministro sabe que o governo errou, mas prefere não admitir as trapalhadas
palacianas. Apenas para lembrar o leitor, o governo de Dilma Rousseff adotou,
de janeiro de 2011 até agora, nada menos que 23 medidas de estímulo à economia,
se qualquer resultado prático.
É fato que o desgoverno do PT vem fazendo o que pode, mas de
nada adianta tapar o sol com a peneira apenas para garantir a reeleição de
Dilma. É preciso um choque de gestão na condução da política econômica, algo
que nas eleições vindouras mandaria pelos ares o Partido dos Trabalhadores.
No momento em que a crise internacional atirou-se ao mar, no
final de 2008, com o objetivo singrar as águas do Atlântico e aportar em terras
brasileiras, o então presidente Lula, malandro como sempre, disse que tudo não
passada de uma reles marolinha. Na ocasião, o ucho.info alertou para o perigo
da aposta do governo, que depositou todas as fichas no consumo interno, que na
verdade não passou de uma descontrolada onda de consumismo com prazo de
validade estendido.
A estratégia adotada pelo Palácio do Planalto foi uma ode à
pouca inteligência, pois nenhum economista, mesmo os estreantes, creem no
consumo como vacina contra crises econômicas. Não bastasse a aposta errada, o
governo do PT insistiu na tese absurda, incentivando cada vez mais o consumo
como forma de impulsionar a economia. Acontece que o governo federal não fez a
lição de casa e, deitado em berço esplêndido, deixou por conta do consumidor a
responsabilidade pelo crescimento econômico.
Pouco mais de cinco anos se passaram e os efeitos colaterais
das medidas adotadas por Lula começam a dar o ar da graça. Guido Mantega
garante que a inflação recuou em abril e maio, podendo repetir o movimento em
junho, mas esse discurso está calcado em levantamentos do Banco Central, que se
rende à ingerência do Palácio do Planalto e só trata dos números oficiais. No
dia a dia, a inflação real, aquela que assombra o cidadão, há muito deixou o
patamar de 20% ao ano. A situação é tão grave, que até mesmo as projeções sobre
a inflação oficial, para 2014, já ultrapassaram o teto (6,5%) do programa de
metas estabelecido pelo governo.
Mantega, que não tem competência sequer para gerenciar o
caixa de um lupanar, insiste na fórmula de alavancar a economia por meio do
consumo interno. Não é de hoje, o País está carente de investimentos de
infraestrutura, mas o governo do PT só consegue criar reedições do Plano de
Aceleração do Crescimento, o empacado PAC, e inaugurar obras inacabadas. Sem
contar as que pararam no tempo por falta de recursos, escândalos de corrupção,
superfaturamento ou má gestão.
A grande questão da economia brasileira é que o governo quer
vencer a crise usando uma munição de cada vez. Acontece que o cerne desse
imbróglio quase sem fim está na inflação, cada vez mais resistente e em
movimento de alta. Enquanto adotam medidas para conter a disparada da inflação,
os palacianos teimam em apostar no consumo para impulsionar a economia.
Contudo, esses gênios de camelô esquecem que consumo aquecido provoca alta da
inflação. Ou seja, o governo mergulhou naquela ciranda do “se correr o bicho
pega, se ficar o bicho come”.
Fato é que os brasileiros na devem esperar qualquer milagre,
pois o crescimento econômico em 2014 tem tudo para ficar no anoréxico patamar
de 1%, índice pífio para um país que integra o grupo dos chamados emergentes.
Que Mantega e sua horda não venham com discursos prontos, tentando justificar o
injustificável, porque de conversa mole e fiada o povo já está cansado. Afinal,
quando os erros da política econômica chegam ao bolso do cidadão, não há o que
convença.
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