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CASA DA DINDA: PF apreende Ferrari de Collor
(Rodrigo
Rangel/VEJA)
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PF apreende coleção de carros de luxo de Collor na Casa da
Dinda Senador é alvo da Operação Lava Jato. Entre os automóveis, foram
apreendidos um Porsche, uma Ferrari e um Lamborghini
A notória Casa da Dinda, mansão com torneiras de ouro
reformada com dinheiro de contas fantasmas movimentadas pelo tesoureiro Paulo
César Farias, voltou ao cenário político nesta terça-feira na Operação
Politéia, da Polícia Federal. Residência oficial do senador Fernando Collor
(PTB-AL) na época em que ele era presidente da República, a casa abrigava uma
valiosa coleção de carros de luxo. Na manhã desta terça-feira, porém, os
automóveis do senador, entre eles um Porsche, uma Ferrari vermelha e um
Lamborghini foram levados pelos policiais. Apenas o Lamborghini é avaliado em 3
milhões de reais.
Collor é um dos senadores alvo de inquérito no Supremo
Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava Jato e um dos parlamentares
contra os quais pairam mais provas de envolvimento no petrolão. Em acordo de
delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou, por exemplo, que Collor
era beneficiário de propina em uma operação da BR Distribuidora, subsidiária da
Petrobras. A distribuição do dinheiro sujo contava com a participação do
ex-ministro de Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, dono da GPI Investimentos e
amigo de longa data do senador.
Na triangulação do suborno, foi fechado um contrato com uma
rede de postos de combustível de São Paulo e que previa a troca de bandeira da
rede, para que o grupo se tornasse um revendedor da BR Distribuidora. O negócio
totalizou 300 milhões de reais, e a cota de propina, equivalente a 1% do
contrato, foi repassada a Leoni Ramos, que encaminhava finalmente a Collor. Na
explosiva delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC
Engenharia, Fernando Collor também foi citado como o destinatário de 20 milhões
de reais em propina, pagos pela construtora entre 2010 e 2012, para que o
senador defendesse interesses da companhia com a BR Distribuidora.
Desde que foi citado por delatores da Lava Jato, Fernando
Collor montou uma ofensiva para desqualificar o Ministério Público e elegeu
como alvo preferencial de seus ataques o procurador-geral da República Rodrigo
Janot. Depois dos mandados de busca desta terça-feira, o senador se fez de
vítima e disse ter sido alvo de medidas com o objetivo de
"constranger" e "alimentar o clima de terror e
perseguição". "A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente
desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais
de dois anos. Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário,
alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras
testemunhas A medida invasiva traduz os tempos em que vivemos, em que o Estado
Policial procura se impor ao menoscabo das garantias individuais", disse.
Sobre os carros de luxo, nenhuma palavra.