Ainda não refeito dos resultados negativos (fracasso da
seleção, vaias e xingamentos) na “Copa das Copas”, o timeco dos petralhas sofre
outra grande derrota internacional. O Brasil não conseguiu ser a sede e nem
indicar o presidente do New Development Bank que os “Brics” foram induzidos a
criar pelos controladores da finança globalitária. O multilateralismo vence
mais uma disputa contra Bruzundanga. Dilma Rousseff tomou nos Brics, e perderá
a reeleição.
A derrota na tentativa de emplacar, no mínimo, o nome do
presidente do NDB foi mais um sinal da má vontade da Oligarquia Financeira
Transnacional com a desgovernança do PT, prestes a ser destronado do Palácio do
Planalto. A instituição que financiará projetos de infraestrutura em nações
emergentes será presidida por um indiano (alguém de confiança dos banqueiros
britânicos) e a sede do banco ficará na cidade chinesa de Xangai (até outro dia
um protetorado inglês, e a partir de onde a economia capimunista da China é
comandada pelos banqueiros ingleses).
O presidente do NDB terá cinco anos de mandado – não
prorrogáveis. O banco nasce com US$ 50 bilhões de capital inicial, podendo
chegar a US$ 100 bilhões. Como “prêmio de consolação”, o Brasil indicará o
presidente do Conselho de Administração – que também será um nome que conte com
o respaldo do alto comando globalitário das finanças. A Rússia vai presidir o
Conselho de Governadores da “empresa”. Detalhe importantíssimo: o banco só começa
a funcionar daqui a dois anos. E todos os países precisam entrar com 20% do
capital. África do Sul e Brasil vão tirar dinheiro de onde? Talvez a galera na
copa tenha respondido para Dilma, nos estádios...
Tão ou mais importante que o banco dos Brics foi a proteção
instituída pela Oligarquia Financeira Transnacional para não tomar calotes de
países que perdem o controle sobre seu endividamento externo. Os presidentes do
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul teatralizaram o papel de
aprovadores do Acordo de Reserva de Contingência (de US$ 100 bilhões) para
ajudar países com problemas de balanço de pagamentos.
A China entrará com US$ 41 bilhões. Brasil, Índia e Rússia
destinam US$ 18 bilhões cada um. A África do Sul bota apenas US$ 5 bilhões. O Banco
Central do Brasil até emitiu uma nota para explicar que a eventual liberação
dos recursos se dará por meio de operações de swap, pelas quais o país
solicitante receberá dólares e em contrapartida fornecerá sua moeda aos países
contribuintes, em montante e por período determinados.
Festejando o quê?
O mais interessante da reunião dos Brics, com a criação do
novo banco e do acordo de reserva, foi a observação festiva do Ministro da
Fazenda do Brasil.
O empolgado Guido Mantega proclamou que a reunião dos Brics
teve um caráter histórico porque conseguiu ir além do famoso Acordo de Bretton
Woods...
Curiosamente, foi justamente este acordo, após a Segunda
Guerra, que instituiu a Nova Ordem Financeira Mundial – mantendo sempre países
subdesenvolvidos - como o Brasil - endividados e dependentes de crédito
externo, a juros altos, para financiar sua infraestrutura.
Foco nos negócios
Os petistas se concentram hoje no fechamento de um
mega-acordo de US$ 30 bilhões com os chineses para investimentos em
infraestrutura.
Em troca de gordas comissões ou de participações ocultas dos
“companheiros” como acionistas das empresas que tocarão as grandes obras, os
petistas permitirão que os empreiteiros chineses façam a festa, trazendo para
cá operários, tecnologia, equipamentos e insumos.
As transnacionais brasileiras da construção – que lucram
alto e fácil no rico setor de concessões e parcerias público privadas – terão
de aturar a convivência incômoda com os chineses.
Os alvos
O projeto expansionista chinês tem olho grande no Brasil.
O maior foco deles é conquistar, em futuro próximo, o
controle dos maiores empreendimentos da Eletrobras e Petrobras.
Tudo, claro, junto com a construção e operação de novos
portos, aeroportos, ferrovias e rodovias – que os chineses, hoje em dia,
garantem fazer mais rápido, barato e com mais qualidade que a concorrência,
inclusive a dos empreiteiros transnacionais brasileiros.
Os chineses vem com grana e disposição para engolir quem tem
a ilusão de reinar absoluto no capimunismo de Bruzundanga.
Olho neles
A reunião dos Brics mostrou quem são os personagens que vão
mexer com a polpuda grana dos investimentos globalitários no Terceiro Mundo.
Luciano Coutinho, do BNDES brasileiro; Vladimir Dmitriev, do
russo Banco Estatal de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Internacionais
(Vnesheconombank); Yaduvendra Mathur, do Eximbank da Índia; Hu Huaibang, do
Banco de Desenvolvimento da China (CDB); e Jabulani Moleketi, presidente do
Banco de Desenvolvimento do Sul da África (DBSA).
No caso brasileiro, assim que o PT for destronado do poder,
Luciano Coutinho não ficará desamparado: assumirá um grande cargo de confiança
no esquema financeiro transnacional.
Desemprego retardado
A taxa de desemprego no País, que vem atingindo mínimas
históricas mês a mês, desde o início do ano, tende a ser impactada
negativamente pela dispensa de milhares de trabalhadores temporários no efeito
pós copa das copas.
O segundo semestre do ano é caracterizado por um movimento
sazonal de aumento nas contratações para dar conta da demanda das encomendas
para as festas de fim de ano.
No entanto, com a atividade econômica em ritmo fraco, o
mercado já mostra que não tem fôlego para geração de novas vagas – o que pode
influenciar, negativamente, no humor eleitoral...
Tá de sacanagem...
Duro é ler, no cruel noticiário econômico, que o Comitê de
Política Monetária do Banco Central está “conformado” com a alta taxa de
inflação a 6%.
De acordo com tal visão “conformista”, a taxa de juros
básica da economia, a Selic, deverá continuar no altíssimo nível de 11%.
Carestia, endividamento das famílias, dificuldade de
crédito, desemprego à vista e percepção de problemas econômicos a curto prazo
levarão Dilma Rousseff a perder a reeleição.