Por Carlos I. S. Azambuja
"O dinheiro é uma coisa esquisita. Quem tem diz que não
tem e quem não tem diz que tem" (WOODY ALLEN, cineasta norte-americano)
É interessante conhecer um pouco da história do apoio
externo aos partidos, organizações e grupos de esquerda brasileiros. Diversos
Estados constituídos, através dos anos, apoiaram a esquerda com dinheiro,
treinamento político-ideológico e militar: União Soviética, Alemanha Oriental,
Checoslováquia, Bulgária, China e Cuba. Sem dúvida, o apoio mais eficaz foi
dado pela URSS, China e Cuba.
União Soviética
Em 1922, cinco anos após a Revolução Bolchevique, foi
fundado no Brasil o Partido Comunista do Brasil, Seção Brasileira da
Internacional Comunista.
Em 1935, Prestes regressou da União Soviética acompanhado
por Olga Benário - os dois nunca foram casados -, agente do Exército Vermelho e
do Komintern, a fim de preparar aquilo que ficaria conhecido como Intentona
Comunista. Para isso, um grupo de experts da Internacional Comunista foi
deslocado para o Brasil.
A partir de 1953, o Partido Comunista da União Soviética
passou a ministrar cursos, em Moscou, a militantes do PCB. Cursos de
treinamento militar e condicionamento político-ideológico. O último desses
cursos foi em 1990, quatro anos após terem sido implantadas por Gorbachev as
políticas de perestroika e glasnost.
Cerca de 700 militantes foram treinados na Escola de
Quadros, como era mais conhecido o Instituto de Marxismo-Leninismo do PC
Soviético, e na Escola do Konsomol (Juventude do PCUS), em cursos cuja duração
variava de 3 meses a 2 anos.
Cerca de 1.300 outros brasileiros concluíram cursos
superiores na Universidade de Amizade dos Povos Patrice Lumumba e em outras
universidades soviéticas, em cujo currículo sempre constou a matéria
Marxismo-Leninismo. Até mesmo em cursos de balé. As matrículas na UAPPL sempre
foram efetuadas através da Seção de Educação do Comitê Central do PCB e do
Instituto Cultural Brasil-URSS, um apêndice do PCB.
Algumas dessas pessoas, no regresso ao Brasil, passaram a
trabalhar em empresas estatais e, pelo menos um, formado em Medicina, como
Oficial das Forças Armadas, nos anos 80. Filhos e parentes próximos de
dirigentes encastelados na nomenklatura do partido constituíram a maioria
desses 1.300 brasileiros, pois sempre foram privilegiados para estudar,
gratuitamente, na pátria do socialismo e em países do Leste-Europeu. Inúmeros
exemplos podem ser dados, de filhos de dirigentes aquinhoados com
bolsas-de-estudo nesses países.
Tudo o que de relevante ocorreu no PC Soviético sempre
influenciou diretamente o PCB: a desestalinização, de Kruschev, em 1956, e o
fim do PCUS, em 1991, são exemplos marcantes dessa influência.
China
Ainda antes da Revolução de 31 de março de 1964, no governo
do presidente João Goulart, um grupo de militantes do Partido Comunista do
Brasil foi enviado à China, onde recebeu treinamento militar na Escola Militar
de Pequim. Também um grupo de dirigentes da Ação Popular recebeu treinamento
político-ideológico na China no início dos anos 70 (depoimento de Herbert José
de Souza - "Betinho"- na época dirigente da AP, no livro "O Fio
da Navalha").
Os militantes do PC do B, no regresso, a partir de 1966,
passaram a instalar-se em um ponto do Brasil Central, dando início à montagem
daquilo que somente em 1972, os Órgãos de Segurança viriam a detectar: a
Guerrilha do Araguaia, totalmente erradicada dois anos depois. Curiosamente o
jornal Folha de São Paulo em reportagens publicadas nos dias 21 e 22 de
novembro de 1968 já havia noticiado pormenorizadamente o assunto, dando os
nomes dos militantes chegados da China e referindo-se à sua ida para o Brasil
Central.
Alguns desses militantes relacionados pela Folha de São
Paulo seriam mortos no Araguaia.
Em fins da década de 70, com a opção dos dirigentes chineses
por uma economia socialista de mercado, descaracterizando o marxismo-leninismo,
o PC do B passou a eleger a Albânia, o país mais atrasado da Europa, como o
farol do socialismo mundial. A Albânia treinou guerrilheiros de vários países,
inclusive do Brasil, segundo documentos do Partido do Trabalho da Albânia, que vieram
a público após o desmantelamento do socialismo naquele país. A partir de então,
o PC do B passou a estreitar suas relações políticas com a Coréia do Norte.
Cuba
O Estado cubano sempre exerceu marcante influência junto à
esquerda brasileira. Desde antes da Revolução de Março de 1964.
Francisco Julião, o criador das Ligas Camponesas, esteve em
Cuba em 1961 e, no regresso, mandou um grupo de militantes àquele país para
receber treinamento militar, e fundou o Movimento Revolucionário Tiradentes,
que teve uma existência efêmera.
Nesse sentido, recorde-se o objetivo da OLAS - Organização
Latino-Americana de Solidariedade, criada em Havana, em 1966: "Coordenar e
promover eficientemente a solidariedade que existe e deverá continuar existindo
entre os movimentos e organizações em luta, em seus respectivos países, pela
libertação nacional (...) conseguindo a unidade entre aqueles que se encontram
empenhados na luta armada".
A intromissão dos Serviços de Inteligência cubanos junto aos
grupos de esquerda nacionais voltados para a luta armada, atingiu seu ponto
máximo no período de 1967 (a partir da I Conferência da OLAS) a 1972, período
em que o Partido Comunista Cubano ministrou treinamento militar, em Cuba, a
cerca de 240 brasileiros do Movimento Nacional Revolucionário - criado por Brizola
-, Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, Ação Libertadora Nacional,
Movimento de Libertação Popular, Vanguarda Popular Revolucionária e Movimento
Revolucionário Oito de Outubro.
Um dos instrutores nesses cursos, no final da década de 70,
segundo alguns brasileiros que lá estiveram, era conhecido pelo nome de major
Fermin Rodriguez. Na realidade tratava-se do coronel Fernando Ravelo Renedo,
homem do aparato de Inteligência cubano, embaixador na Colômbia, em 1981,
quando a Colômbia rompeu as relações diplomáticas com Cuba face aos vínculos de
Fermin Rodriguez com narcotraficantes colombianos. Fernando Ravelo Renedo foi,
posteriormente, nomeado embaixador na Nicarágua.
É fato notório que a diplomacia cubana nada mais é que um
apêndice dos Serviços de Inteligência. No Brasil, desde que as relações
diplomáticas foram retomadas, sempre existiu um Oficial do Serviço de
Inteligência acreditado junto à embaixada, em Brasília, oficialmente com
funções burocráticas.
O treinamento a brasileiros em Cuba continua até os dias
atuais, embora somente no terreno político-ideológico, na Escola Superior Nico
Lopez, do PC cubano, Escola Sindical Lázaro Peña, Escola de Periodismo José
Martí, Escola da Federação de Mulheres Cubanas, Escola da Federação Democrática
Internacional de Mulheres e Escola Nacional Julio Antonio Mella, da União da
Juventude Comunista. Por essas escolas já passaram mais de 100 brasileiros.
Todavia, o mais importante em tudo isso, é que a ida de qualquer brasileiro
para fazer cursos em Cuba depende do aval do Partido Comunista Cubano, após
entendimentos anteriores, de partido para partido.
Também diversos brasileiros, militantes do Movimento dos
Trabalhadores sem Terra vêm recebendo, em Havana, treinamento em técnicas
agrícolas, e outros matriculados na Faculdade Latino-Americana de Ciências
Médicas. O site do Partido dos Trabalhadores oferece vagas e publica as
condições definidas por Cuba para matrícula nessa Faculdade.
A interferência de membros da Inteligência cubana junto aos
partidos políticos e grupos de esquerda brasileiros nunca deixou de existir.
Logo após o reatamento das relações diplomáticas, em 1986, essa interferência
tornou-se irritantemente ostensiva, com cubanos participando, inclusive, de
comícios na campanha presidencial do candidato Lula, em 1989.
Em maio de 1988, o dirigente cubano Carlos Rafael Rodriguez,
vice-presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros, membro do
Comitê Central do Partido Comunista Cubano desde 1976 e membro do Politburo,
declarou à revista Veja:
"Hoje a situação é bastante diferente da dos anos 60.
Em primeiro lugar, a guerrilha está na ordem do dia em poucos lugares. Os
movimentos guerrilheiros deixaram de ser o ponto de vista principal das forças
democráticas. Em segundo lugar, mudou o comportamento dos governos da América
Latina com relação a Cuba. O reconhecimento e a legalização das relações
diplomáticas fazem com que nós também tenhamos uma atitude de respeito total
nesse sentido. Em terceiro lugar, estamos dando a nossa solidariedade, de
diversas maneiras, a movimentos guerrilheiros como os do Chile. Quando há
situações desse caráter, continuamos dando nossa solidariedade, porque não
mudaram os princípios, mas as situações".
Carlos Rafael Rodriguez foi claro: não mudaram os princípios,
mas as situações. A solidariedade aos movimentos guerrilheiros, portanto,
prossegue. Essa solidariedade sempre se expressou no apoio em armas,
treinamento militar, trabalhos de Inteligência e, algumas vezes, quando
necessário, dinheiro obtido através de seqüestros praticados com a mão de obra
ociosa de ex-guerrilheiros, sob a orientação óbvia da Inteligência cubana, como
os de Abílio Diniz e Washington Olivetto, no Brasil.
É interessante conhecer a opinião de um dos comandantes da
Ação Libertadora Nacional, Carlos Eugênio Sarmento Coelho da Paz
("Clemente"), autor de inúmeros assaltos, mortes (inclusive de um
Oficial do Exército, conforme narra em suas memórias) e justiçamentos, em São
Paulo. No início da década de 70 abandonou seus comandados no Brasil e
dirigiu-se voluntariamente para Cuba, de onde, posteriormente, após receber
treinamento, viajou para a França, abandonando definitivamente a luta armada.
Alguns trechos de seu livro "Nas Trilhas da ALN",
editado em 1997, relatando as peripécias por que passou em Cuba e dando uma
cáustica versão do apoio do Estado cubano à revolução no Brasil.
"A interferência deles (dos cubanos) já nos custaram
caro demais; a volta dos companheiros do Molipo sem nossa autorização foi um
desastre. 18 mortos e mais tantos presos... e tudo por uma rasteira política de
infiltração, querendo influenciar nosso movimento de dentro, para adequar nossa
política às necessidades deles (...). Entendo que os militantes nossos,
afastados da realidade brasileira e querendo voltar para lutar, questionem a
Coordenação Nacional, fundem uma corrente ou saiam da Organização, mas os
cubanos não tinham o direito de autorizar a saída deles do país sem nos
comunicar, quando havia meios para isso. Cederam os esquemas, promoveram a
volta e ajudaram a convencer os combatentes que tinha dúvidas. Chegaram a São
Paulo procurando militantes queimados, usando esquemas já abandonados por falta
de segurança, aparelhos que não mais existiam, despreparados e desinformados
dos avanços da repressão. Achavam que não autorizávamos a volta para não
perdermos o comando da Organização. Infelizmente, sentiram na pele que
estávamos cercados, fazendo ações de sobrevivência, assaltando bancos e
supermercados na véspera do vencimento dos aluguéis, e tentando não desaparecer
(...) O que me revolta é que caíram como moscas e hoje ninguém assume suas
responsabilidades.
(...) No curso de Estado-Maior, em Cuba, esmiúço a história
da revolução cubana e constato evidentes contradições entre o real e a versão
divulgada América Latina afora (...). Muitas ilusões foram estimuladas em nossa
juventude pelo mito do punhado de barbudos que, graças ao domínio das táticas
guerrilheiras e à vontade inquebrantável de seus líderes, tomou o poder numa
ilha localizada a 90 milhas de Miami. Balelas, falsificações (...). O poder
socialista instituiu a censura, impediu a livre circulação de idéias e impôs a
versão oficial. Os textos encontrados sobre a revolução cubana são meros
panfletos de propaganda ou relatos factuais, carentes de honestidade e
aprofundamento teórico (...).
A ameaça iminente de agressões facilitou a militarização do
país. Milícias Populares e Comitês de Defesa da Revolução formam uma teia
considerável que abastece o S2 de informações sobre posições políticas,
atitudes sociais e escolhas sexuais dos cidadãos (...). O Partido Comunista é o
único permitido e em seus postos importantes reinam os comandantes de Sierra
Maestra ou gente de sua confiança, em detrimento dos quadros oriundos do
movimento operário e do extinto Partido Socialista Popular (anterior à
revolução de Fidel), representante em Cuba do Movimento Comunista Internacional
e aliado da União Soviética.
Os contatos com as organizações de luta armada são feitos
através do S2, conseqüência esperada das deturpações do regime. A revolução na
América Latina não seria uma questão política e sim, usando as palavras do
caricato TOTEM (referência ao general Arnaldo Uchoa, comandante do Exército em
Havana em 1973, que lutou na Venezuela e Angola, vindo a ser, no final dos anos
80, condenado à morte e fuzilado, sob a acusação de envolvimento com o
narcotráfico), uma questão de 'mandar bala'. Nos relacionamos com agentes
secretos (...) Eles tentam influenciar na escolha de nossos comandantes,
fortalecem uns companheiros em detrimento de outros; isolam alguns para criar
uma situação de dependência psicológica que facilite a aproximação; influenciam
o recrutamento; alimentam melhor os que aderem à sua linha e fornecem
informações da Organização; concedem status que vão desde a localização e
qualidade da moradia à presença em palanques nos atos oficiais; não respeitam
nossas questões políticas e desconsideram nosso direito à autodeterminação
(...) Fabiano (Carlos Marighela) negociou com os cubanos de igual para igual,
mas Diogo (Joaquim Câmara Ferreira) concedeu demais. Sentiu-se enfraquecido
pelas quedas em São Paulo que culminaram com a morte do nosso líder e permitiu
algumas ingerências nas escolhas de quadros para a volta e os postos que
ocupariam na Organização. No Brasil, recebemos com espanto a volta de um
comandante indicado pelos cubanos e aceito por Diogo. O episódio não chegou a
ter maiores conseqüências, pois o comandante desertou no caminho e foi morar na
Europa" (referência ao “comandante Raul", Washington Adalberto
Mastrocinque Martins, atual funcionário da prefeitura de São Paulo).
Ao final, em 1973-1974, depois de meses de reuniões de
autocrítica, em Cuba, entre "Clemente" e os militantes restantes da
ALN, que lá se encontravam recebendo treinamento militar, todos decidiram, por
unanimidade, abandonar a luta armada. Muitos voltaram ao partido do qual haviam
saído, o Partido Comunista Brasileiro, e outros, como "Clemente",
depois de abandonarem a luta armada, abandonaram também a esquerda. A montanha
de mortos havia sido em vão.
Maria Augusta Carneiro Ribeiro, militante da ALN, banida do
Brasil em setembro de 1969 em troca da liberdade do embaixador norte-americano,
que havia sido seqüestrado, também deu seu depoimento (livro "Exílio,
Entre Raízes e Radares"). Disse que 20 dias após a chegada ao México veio
um convite, através de enviados do governo cubano, para treinamento em Cuba,
ocasião em que assumiram um compromisso com Fidel Castro: "Faríamos toda
propaganda antiamericana que ele queria e, em troca, ele nos daria apoio para
treinar, viver lá e voltar (...)". Maria Augusta dá uma idéia do que
significava, naquele contexto, a possibilidade da morte: o fato de pertencer a
uma Organização de vanguarda dava um sentido à vida e ao futuro e "não
importava se esse futuro era morrer". Achava que morreria ao voltar, o que
não a afastava desse objetivo: "Não era uma coisa prazerosa, mas muito
lógica. Queria viver, mas era mais importante o papel que estavam me dando. Eu
aceitava e achava que era correto". O fato é que os militantes sentiam-se
em dívida com a Organização por terem sido libertados através de uma ação de
seqüestro.
Maria Augusta Carneiro Ribeiro ao regressar ao Brasil graças
à Anistia concedida pela ditadura militar fascista, foi nomeada para o cargo de
Ouvidora da Petrobrás.
Os diversos livros e entrevistas de militantes das
organizações de luta armada, no Brasil, após a Anistia, tornaram possível o resumo
abaixo do treinamento militar a que eram submetidos os revolucionários
latino-americanos, em Cuba:
Em Havana, os militantes recebiam pseudônimos, documentos e
eram instalados em aparelhos (...). Os militares cubanos os agrupavam em turmas
de aproximadamente 12 pessoas, de acordo com a Organização a que pertenciam.
Primeiro, era ministrado um curso de explosivos de um mês de duração, em um
quartel da Província, onde passavam a semana. Aí aprendiam fórmulas, a montagem
e desmontagem de explosivos. Em seguida, iniciavam o curso de tiro ao alvo e de
manipulação de pistolas e fuzis, que consistia em desmontá-los com os olhos
abertos, e depois fechados.
Por fim as turmas eram levadas para o interior do país, onde
passavam cerca de oito meses, no treinamento propriamente dito de guerrilha
rural. Os militares cubanos cuidavam da preparação física dos militantes, davam
aulas de tática e cartografia, simulavam emboscadas, promoviam marchas e
exercícios de tiro e sobrevivência na mata.
Embora fosse levado muito a sério pelos integrantes de todas
as organizações, as condições de treinamento que, supostamente, os colocariam
no ambiente e nas situações de uma guerra de guerrilhas foram decepcionantes e
despertaram críticas de vários militantes:
"Nós fomos para lá acreditando que íamos encontrar um
treinamento que nos desse as condições próximas às que teríamos na guerrilha
rural no Brasil. Mas nada disso ocorreu. Nós ficamos num barracão de madeira,
onde havia uma cama para cada um; uma coisa rudimentar, mas havia. As refeições
eram todas servidas por caminhões do Exército. Até para tomar banho tinha um
cano... era um acampamento! Nós protestamos contra isso. Tentamos ganhar os
cubanos para o fato de que nós queríamos dormir no mato todos os dias, por mais
que isso fosse terrível (...). Aquilo ali era uma brincadeira. O próprio Zé
Dirceu (José Dirceu de Oliveira e Silva) dizia que o treinamento era um
teatrinho de guerrilha e o pior, um vestibular para o cemitério (...). Bem
intencionados, os instrutores eram primários do ponto de vista teórico e
político. Longe da realidade que encontrariam na guerrilha, até marchas eram
feitas em trilhas." (depoimento de Daniel Aarão Reis, banido do país em
troca de liberdade de um embaixador seqüestrado, atual professor de História na
Universidade Federal Fluminense; livro "Exílio, Entre Raízes e
Radares", escrito por Denise Rollemberg).
Para muitos, talvez a maioria, a próxima estação não foi o
Brasil, mas o mundo.
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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.