segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

"QUOUSQUE TANDEM…"


“Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra”?

Esta é a primeira frase do primeiro dos quatro discursos de Cícero (107 – 43 a.C.), acusando Lucio Sergio Catilina, cônsul romano, de pretender derrubar o governo republicano e apoderar-se do poder e das riquezas, juntamente com alguns apaniguados.

A frase poderia ser traduzida como: 

“Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência”?

Àquela primeira frase, seguem-se outras duas, que podem ser entendidas como: “Por quanto tempo ainda este teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de nós”?

A realidade brasileira torna atuais as frases de mais de 2.000 anos do ilustre filósofo romano.

As catilinárias brasileiras de hoje seriam dirigidas às autoridades que, no Executivo e no Legislativo, tentam, com sucesso crescente, destruir as instituições republicanas para enriquecimento próprio e de seus apaniguados, perpetuando-se no poder.

Nós brasileiros, atônitos, impacientes e indignados, temos todo o direito de gritar nossas perguntas, mais de 20 séculos depois do inflamado discurso de Cícero:

“Até quando, Dilma e Cunha, abusarão da nossa paciência? Por quanto tempo ainda este seu rancor nos enganará? Até que ponto sua audácia desenfreada se gabará de nós”?

Como os catilinas modernos fazem-se de surdos, cabe-nos usar de todos os meios possíveis para nos fazermos ouvir, já que nossos representantes não fazem a mínima questão de nos representar.

Com certeza as pacíficas e ordeiras passeatas dos indignados vão crescer de tamanho e expressão, e seu ruído e impertinência passarão a incomodar cada vez mais os poderosos, que já passaram da hora de deixar os cargos que ocupam, por incompetência, desonestidade e falsidade, apesar das chicanas e expedientes escusos que criem para se manter no trono.

Governo usa Tesoura no Orçamento para sacrificar Polícia Federal


O Sofa do $talinácio

Um acidente!? Uma Bíblia Catolica cai no chão, quase no meu pé descalço, bem em cima de uma fotografia prontinha para o lixo. Era uma imagem envelhecida de Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de seu companheiro José Dirceu, agora um Guerreiro do Povo Brasileiro caído na desgraça do cárcere. Por obra do acaso (que não existe) o Livro da Lei Sagrada abriu em Eclesiástico, 14. Eis que meu olhar profano foi direcionado a mensagens sagradas - que se encaixam de forma justa e perfeita no contexto brasileiro.

"Feliz o homem que não pecou pelas suas palavras, e que não é atormentado pelo remorso do pecado" (1); "Para o homem avarento e cupido a riqueza é inútil; para que serve o ouro ao homem invejoso?" (3); "Quem acumula injustamente, com prejuízo da vida, acumula para outros, e outro há de vir que esbanjará estes bens na devassidão" (4); "Para quem será bom aquele que é mau para si mesmo? Não terá nenhuma satisfação em seus bens" (5).

"Lembra-te que a morte não tarda, e de que o pacto da moradia dos mortos te foi revelado, pois é lei deste mundo que é preciso morrer" (12); "Pratica a Justiça, antes da tua morte, pois na moradia dos mortos não há de se achar alimento" (17); "Toda carne fenece como a erva, e como a folha que cresce numa árvore vigorosa" (18); "Umas nascem, outras caem. Assim, nesta raça de carne e sangue, uma geração morre, outra nasce" (19).

"Tudo que é corruptível acabará por ser destruído, e o artesão morrerá com o seu trabalho" (20); "Toda obra excelente será aprovada e seu autor nela achará orgulho" (21); Feliz o homem que persevera na sabedoria, que se exercita na prática da Justiça, e que, em seu coração, pensa no olhar de Deus que tudo vê" (22).

Se eu fosse o companheiro $talinácio (graças a Deus, não sou), faria uma reflexão sobre tais palavras. Ainda mais para não ter eventuais conflitos com a consciência, depois do recente depoimento prestado à Polícia Federal sobre broncas levantadas pela Operação Lava Jato. José Dirceu de Oliveira e Silva deve ter odiado o que Lula falou dele à Polícia Federal.

Conforme trecho que vazou na imprensa, Lula garantiu que não participou do processo de escolha dos diretores da Petrobras (que são processados por corrupção e outros crimes). Claramente, jogou a culpa em José Dirceu, réu condenado no Mensalão e reincidente no Petrolão. Como era esperado, Lula só faltou dizer que não sabia de nada, mas assegurou que foi Dirceu, na Casa Civil de sua Presidência da República, quem nomeou os diretores da petrolífera, desde Renato Duque (Serviços) a Paulo Roberto Costa (Abastecimento).

Existe uma saída técnica para Dirceu não se tornar mais culpado ainda, em função das palavras do chefão Lula. O ex-Presidente (sempre Presidentro) poderia reformular o depoimento e indicar o verdadeiro responsável por todas as indicações problemáticas. O criminoso perfeito seria o sofá da Casa Civil. Lá devem ter sentado aqueles que articularam as nomeações (Dirceu, Antônio Palocci, Erenice Guerra e até a Dilminha - a mesma que presidiu o Conselho da Petrobras). Portanto, tal qual nas lendárias piadas sobre traição, a inteira culpa é do safado do sofá!

O Alerta Total renovará o apelo que já fez um dia. O Vaticano deveria acelerar o processo de santificação de Lula. O Papa Francisco tem de correr com este negócio... O poderoso chefão do PT é um santo (mesmo que alguns inimigos aleguem que seja do "Pau Oco"). A terrível oposição nas redes sociais insiste, todos os dias, que "o cara" (né, Obama) tem de acertar as contas com a Justiça...

Lula insiste que inexiste gente mais honesta que ele, e até tenta processar quem lhe deixa muito pt da vida. Ainda bem que o Judiciário não tem embarcado na malandragem do Santo $talinácio. O perigo é que ocorra alguma recaída autoritária. Afinal, todas as instituições estão muito aparelhadas, seja por fiéis seguidores da ideologia nazicomunopetralha, seja por fieis cumpridores de missões das variadas organizações criminosas. Todo cuidado é pouco em Bruzundanga...

Ok! O Sofá do $talinácio é o grande culpado. Sendo assim, vamos sentar nele e pagar a nossa pena. Somos nós quem permitimos que este móvel da traição permaneça no meio da sala da vida nacional. Assim, nós, os verdadeiros culpados, junto com o sofá, temos a obrigação moral e cívica de promover a mudança. Vamos tirar o sofá da sala, mas sem deixar que um bode fique no lugar dele.

A retirada simbólica do sofá só se materializa com uma mudança na estrutura do Estado Brasileiro. Temos de romper com o Capimunismo Rentista. Precisamos implantar uma República, com Federalismo de verdade. Necessitamos implantar o voto distrital com direito a recall (questionamento direto, pelo eleitorado, do eleito que não cumprir a função definida ou infringir a lei). Tudo isto será feito por uma Intervenção Constitucional pelo Poder Instituinte do Cidadão.

Enquanto estivermos sob o regime do sofá (do $talinácio ou da PQP), permaneceremos no mesmo subdesenvolvimento, sob desgovernança do crime organizado. Reformar o "sofá" (como deseja agora a classe política desesperada) é um paliativo inútil. Só vai adiar que o impasse se consolide, efetivamente, em uma ruptura institucional. Romper com este "sofá" é a solução. Intervenção Constitucional, já!

Rosetagem


Devassidão


Quando vem o troco do Cunha?


Preferência atual


Canção Inspiradora

Os imortais Nelson Gonçalves e Tim Maia cantam a canção justa e perfeita para Dilma Rousseff e outras figuraças dos três poderes...

Dilma não se contenta em errar: insiste no erro


O Supremo dificultou o Impeachment, diz sociólogo


Ruptura Institucional


As maravilhas da corte são tão inebriantes, as alegrias da boa vida são tão plenas, as facilidades em se apoderar da coisa pública são tão corriqueiras, que uma vez lá a classe dirigente inventa meios de não sair do Olimpo onde se instalou o que pode ser feito através de eleições ou golpes de Estado.

Assim sendo, o PT não pretende apear do poder tão cedo. Seria inadmissível para Lula e sua família retroceder à vida mais simples sem os luxos, privilégios e confortos que a evolução da riqueza obtida de modo acelerado lhes proporcionou. E Lula, é o poderoso chefão do PT, o garantidor dos “mandarins” de sua grei para que estes também desfrutem da doce vida de defensores dos oprimidos. Portanto, deve ser preservado faça o que fizer, porque sem ele o partido não se sustenta. É bem verdade que Lula tem tido seus revezes, mas justamente estes que a outros teriam aniquilado o mantém incólume e á espera de voltar em 2018.

Foi, portanto, inoportuna para Lula e o PT a ideia de impeachment de Rousseff, única mulher presidente da República e a pior de todos os presidentes de nossa história. Se bem que foi Lula quem governou o tempo todo como presidente de fato, recaiu sobre sua criatura a culpa pelo descalabro da economia que penaliza e envergonha os brasileiros de todas as classes sociais. Tivesse outro candidato ganho a eleição já teria sido defenestrado pelo PT. Ela, não. E nem tanto por Rousseff, mas pela preservação do projeto de poder petista, que foi acionado com força máxima desta vez no STF.

O que se assistiu, então, foi uma ruptura institucional. No dia 16 deste agitado dezembro o ministro Fachin, defensor dos sem-terra, do Paraguai contra o Brasil e ardoroso eleitor de Rousseff, deu um show inusitado: defendeu os procedimentos da Câmara com relação ao rito do impeachment, emergindo como juiz imparcial e respeitador do outro Poder.

Era como um milagre. Mas milagres não existem na política. No dia seguinte tudo parecia ser sido combinado para invalidar, de novo, os procedimentos da Câmara. O que serviu para o impeachment do ex-presidente Collor não servia para esse. Os votos da comissão não podiam ser secretos, como os são os do STF em seus procedimentos internos e todo poder foi dado ao Senado, onde o colaborador, Renan Calheiros, está a postos para salvar, primeiro a si, depois a governanta.

Desse modo, está encerrada, pelo menos por enquanto, a possibilidade do impeachment e todas as pedaladas, as irresponsabilidades fiscais, os gastos exorbitantes, os prejuízos dados a Nação serão todos perdoados ao governo petista.

O STF de tal modo interferiu no Legislativo, trazendo à lembrança vislumbres bolivarianos, que se Rousseff sempre repetiu que impeachment é golpe, o golpe se formalizou de outra maneira via Executivo e por intermédio do Judiciário. Se de agora em diante o STF legisla e impõe o regulamento interno do Congresso, o Legislativo pode fechar as portas, pois se tornou um penduricalho inútil na República das Bananas.

Falar democracia no Brasil, portanto, é algo ilusório. Como disse Rui Barbosa: “A pior ditadura é do Judiciário, porque contra ela não há quem possa recorrer”. E o judiciário autorizou buscas e apreensões somente em casas e escritórios de peemedebistas, salvando providencialmente o ajudante Renan Calheiros. Reclamar para quem?

O Judiciário ao voltar do recesso em fevereiro poderá afastar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, cujos crimes principais e mais graves foram: ganhar a eleição da casa derrotando um petista, tornar o Congresso independente do Executivo, romper com o PT.

Também pode esperar o pior, Michel Temer, o vice-presidente que pregou a unificação nacional sabendo que a governanta seria incapaz disto, aliás, de qualquer coisa.

Sentindo-se seguro Calheiros tenta debilitar Temer com a ajuda do senador Álvaro Dias do PSDB do PT, rachando o PMDB. Grande erro. Uma vez esgotada a serventia do senador e estando o próprio PMDB fragilizado, o PT alcançará triunfante sua meta: ser o partido dominante, impondo-se hegemonicamente sobre os demais. Nesse momento Calheiros poderá enfrentar seus processos adormecidos no Judiciário, pois nunca ninguém escapou por ter ajudado o PT. PT faz mal à saúde. PT mata.

Nesta hora em que o novo ministro da fazenda, substituto de Joaquim Levy que apenas compôs uma fachada para dar credibilidade ao governo e acalmar o mercado, provavelmente irá reeditar o que levou nossa economia ao caos, feliz e sorridente dirá Rousseff em cadeia nacional de radio televisão, sentindo-se imperatriz do Brasil:

“Se é para desgraça de todos e infelicidade geral da Nação, digam ao povo que fico”.


Fonte: Alerta Total
  

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Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.