Por Graça Salgueiro
Quando o então candidato Aécio Neves conseguiu votos para
chegar ao segundo turno, comentei no meu programa Observatório Latino na Rádio
Vox, que essa havia sido a praxis do Foro de São Paulo em toda a América Latina
para enganar os eleitores, fazendo-os crer com isso que respeitavam o “jogo
democrático”. “Permitindo” que um candidato opositor fosse disputar o cargo à
Presidência, o processo seguiria mostrando o opositor à frente nas pesquisas
eleitorais para em seguida dar empate técnico e, finalmente, mostrar seu
candidato superando o opositor com alguns pontos de vantagem. Dessa forma, dava-se
passagem para a fraude que seria cometida no dia do pleito. E assim foi.
Rigorosamente igual.
Esse processo fraudulento ocorreu sempre na Venezuela, nas
disputas entre Hugo Chávez e Henrique Capriles e depois, deste com o usurpador
Nicolás Maduro. De igual modo ocorreu na Colômbia, na disputa entre Juan Manuel
Santos e Oscar Iván Zuluaga, e em El Salvador, onde o candidato do Foro de São
Paulo, Salvador Sánchez Cerén elegeu-se.
Durante todo o dia 26 de outubro e seguintes, as denúncias
de fraude nas urnas de votação e seções eleitorais abundaram pelas redes sociais. Através de
fotos e vídeos, as pessoas lesadas referiam desde duplicidade de título de
eleitor e de digitais, a atas e fitas de mesas de votação encontrados em
lixeira, além de urnas que votaram sozinhas ou que na ata chamada zerésima (que
é a primeira, provando que nem um único voto foi ainda depositado), a lista já
trazer 400 votos impressos para a candidata governista.
Entretanto, a fraude mais descarada dessas eleições foi
cometida pelo próprio STE que cercou a apuração de um hermetismo inadmissível,
nunca visto em nenhum país democrático, nem mesmo aqui no Brasil em eleições
anteriores. O presidente do STE, Antonio Dias Toffoli, outrora advogado do PT e
posto no cargo estrategicamente pela presidente, declarou que o resultado só
seria anunciado às 20:00 h., alegando a diferença de horários entre as regiões
Norte e Nordeste com o restante do Brasil que adotou o horário de verão.
Nunca viu-se em lugar algum, exceto na Venezuela, apurações
de votos em sala fechada com apenas 23 eleitos, sem que os eleitores tivessem
conhecimento dos números parciais do escrutínio. Ninguém, exceto esses
escolhidos, conheceu o que de fato se passou naquela apuração. Algumas
perguntas se impõem: quem eram essas pessoas, únicas a ter acesso à apuração, e
quem as escolheu? Por que foi proibido divulgar os resultados parciais e o que
se temia previamente? Por que escolher 23 funcionários do STE para participar
do escrutínio e não outras pessoas? Delegados de partidos sempre tiveram o
direito garantido por lei de acompanhar a apuração mas, desta vez, sob o
comando do petista Dias Toffoli não foi permitido.
Em vídeo publicado pelo G1, o repórter informa que às 17:15
h., quando começou a apuração, Aécio Neves aparecia com 62,71% dos votos contra
37,29% de Dilma. A vantagem se mantinha até às 19:32 h., onde Aécio Neves
aparecia com 50,05% e Dilma com 49,95%. Meia hora mais tarde é oficialmente
anunciado que dona Dilma venceu as eleições com quase 52% dos votos válidos.
Milagre como esse só se viu na Venezuela, de Chávez e Maduro, com a diferença
de que lá a oposição pôde pedir uma auditoria nos resultados - embora tenha
sido aceita pelo usurpador Maduro e depois negada -, uma vez que, além do voto
eletrônico há o registro em papel, o que não ocorre aqui, cujas urnas são
inauditáveis e as atas destruídas após o anúncio do resultado. E tudo isto nos
dá SIM o direito de duvidar da lisura e transparência das apurações.
Para completar o que previ antes das eleições, tal como
ocorreu com Capriles na Venezuela, Aécio aceitou de imediato a “derrota” sem
questionar nem pedir auditoria, apesar de o PSDB ter recebido denúncias de
fraude durante todo o dia. E para culminar a traição, ainda disse que isso
fazia parte do “jogo democrático”, telefonou para a presidente felicitando-a
pela “vitória” e em vez de se colocar como opositor, que foi o que levou mais
de 50 milhões de brasileiros a crer na “mudança” proposta em sua campanha,
chamou a presidente a uma “união de esforços” e em seguida partiu para o
exterior de férias.
O PT deu dois golpes de uma só vez: não se satisfez apenas
em fraudar as eleições mas jogou a maior parte nas regiões Norte-Nordeste,
causando ira em alguns eleitores do Sul-Sudeste que agora advogam pelo
separatismo dessas regiões, não percebendo que era exatamente isso que o
governo desejava: criar a xenofobia interna e o ódio entre irmãos. Também como
forma de humilhar Aécio Neves e jogar seus eleitores contra os mineiros, a
candidata governista teve uma expressiva “vitória” naquele estado.
Para quem assistiu o crescimento de uma oposição que já
julgávamos morta e sepultada, onde de norte a sul do país por onde a presidente
passava levava vaias monumentais e xingamentos com palavras de baixo calão
dirigidas a ela, seu mentor Lula e o PT, essa “vitória” é um cálice amargo de
tragar porque não convence ninguém e eles SABEM que não foi limpa nem legítima.
O jornal oficial da ditadura cubana, o Granma, publicava no
dia seguinte que a “Reeleição de Rousseff avaliza a sucessão de mudanças no
Brasil”, para a qual os Castros contribuíram enormemente com seus mais de 13
mil espiões disfarçados de médicos e temiam perder o maná que jorra do BNDES às
custas do nossodinheiro e trabalho. E o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro,
diz em seu enfadonho pronunciamento oficial repleto de autoridades, militares
da Guarda Presidencial em formação e adidos militares de vários países, que “a
vitória do Brasil reforçou nossas forças revolucionárias na América Latina”,
como pode-se ver ao final deste artigo.
Muitos brasileiros que apostaram e acreditaram na
possibilidade de tirar o PT do poder se decepcionaram com os resultados porque
não conhecem a história desse partido que veio para ficar, e passaram a se
agredir buscando entre nós um (ou os) culpados. Entretanto, o que é preciso
ficar claro é que o nosso grande inimigo é, e sempre foi, o Foro de São Paulo e
os ditadores Castro que já mandam no Brasil. Por isso o PT não podia perder as
eleições, porque ele é o coração do Foro de São Paulo. Se perdesse, seria o
começo do fim desta organização criminosa e para evitar isso, eles usam a
“combinação de todas as formas de luta”. Sobretudo as mais execráveis.
Fonte: Mídia Sem Máscara