Por Don Feder
Esse é o jeito que Hollywood vê cristãos e judeus dedicados
— como pessoas cheias de um fanatismo que beira a psicose e leva ao ódio e
homicídio.
Em sua segunda semana, as receitas do filme “Noé” afundaram
em 60%.
Comentário de Julio Severo: O artigo a seguir, do meu amigo
Don Feder, traz a perspectiva dele, como um escritor judeu conservador, sobre o
filme que aparenta tratar de Noé, um dos homens mais importante da Torá. Li
vários artigos americanos sobre esse filme, e de longe o texto de Don é o melhor
e merece ser divulgado aos quatro cantos do Brasil.
No filme “Noé,” a fábula ambientalista, aprendemos que
pessoas más (descendentes de Caim) constroem cidades, comem carne e fazem
armas. (Eles provavelmente pertenciam, na época antes do dilúvio, aos grupos
contrários ao desarmamento da população.) Eles também fazem mineração a céu
aberto, no processo transformando a terra numa desolação árida que parece o
Afeganistão sem os conforto modernos.
As pessoas boas são vegetarianos que vivem em tendas, não
fazem quase nada e têm uma população pequena, provavelmente porque praticam o
planejamento familiar. Uma das muitas perguntas sem resposta do filme “Noé”: Se
as pessoas boas (descendentes de Set) não comem carne, onde é que elas
conseguem os couros de animais que usam? Presumivelmente, os couros são das
criaturas que cometem suicídio depois de verem o “preconceito” das pessoas que
acham que os seres humanos são mais importantes do que os animais.
O épico filme anti-bíblico de 130 milhões de dólares de
Darren Aronofsky não tem quase nada do que a Bíblia relata acerca do dilúvio.
Há uma arca, animais marchando de dois em dois, um dilúvio de proporções
bíblicas e um homem chamado Noé. A semelhança termina aí.
O filme “Noé” é anticristão e antijudaico, promove o
controle populacional e é um aviso alegórico acerca da calamidade futura que
será causada, de acordo com o filme, pelo aquecimento global. No filme, Deus é
sempre mencionado como “o Criador.” Hollywood tem dificuldade de mencionar a
palavra Deus.
A Bíblia descreve Noé como “um homem justo” que era
“perfeito em suas gerações” e “andou com Deus.”
O Noé de Aronofsky é o que os secularistas chamariam de
fanático religioso. Cheio de autodepreciação e propenso a ataques violentos,
ele se torna convencido de que Deus quer destruir a humanidade completamente.
Portanto, o único propósito de Noé e sua família é construir a arca e salvar
animais. Ao completar essa tarefa, as últimas pessoas da terra serão extintas.
Quem aplaudiu muito esse filme na estreia, nas cadeiras da frente, foi o
Movimento em Prol da Extinção Voluntária dos Seres Humanos e a entidade Pessoas
em Prol do Tratamento Ético dos Animais.
Na representação de Russell Crowe, Noé é tão obcecado que
ele planeja matar seus netos recém-nascidos para impedir o repovoamento do
planeta.
Esse é o jeito que Hollywood vê cristãos e judeus dedicados
— como pessoas cheias de um fanatismo que beira a psicose e leva ao ódio e
homicídio. A velha rotina de Bill Cosby (“Certo, qual é o cúbito?”) era mais
próxima do Gênesis — e entretinha muito mais.
A Bíblia é um pouco vaga sobre as razões do dilúvio. A
Bíblia explica: “A terra se perverteu diante de Deus e encheu-se de violência.
Deus observou a terra e viu a que ponto de perversão havia chegado toda a
humanidade, com suas práticas malignas” (Gênesis 6:11-12 KJA).
Pervertida de que jeito? Deus queria destruir o mundo por
causa de roubos? Mais tarde em Gênesis, as cidades cananeias de Sodoma e
Gomorra são destruídas, desta vez por fogo, por causa da perversão sexual. O
termo “sodomita” não se refere a alguém que rouba mercadinhos.
Tente imaginar Hollywood fazendo um filme que ataca sem
misericórdia a imoralidade sexual, quando a indústria do entretenimento imita
Lady Gaga na questão gay e apresenta a coabitação, o adultério e o aborto como
escolhas de estilo de vida.
O filme “Noé” não é sobre pecado no sentido tradicional, mas
“pecado ambiental” — conforme recontado no Evangelho de Santo Al Gore. “E Deus
olhou os gases de efeito estufa e eis que não estavam bons. E Ele disse: Que as
calotas glaciais se derretam e os níveis dos mares se levantem até que tudo o
que reste seja Kevin Costner em seu barco à vela buscando terra seca.”
Numa entrevista à revista New Yorker, Aronofsky admitiu: “Há
uma instrução enorme no filme, uma mensagem forte acerca do dilúvio que está
vindo por causa do aquecimento global.” Em outra parte, ele descreve Noé como
“o primeiro ambientalista.” A revista Hollywood Reporter faz referências às
“mensagens duras de Dia do Juízo Final Ecológico.”
O culto do aquecimento global tem todas as características
de uma religião — profetas (Al Gore, sábios de Hollywood e cientistas numa
ganância louca atrás de verbas governamentais de pesquisa), o mal (o motor de
combustão interna, fábricas que usam carvão, crescimento populacional), o bem
(medidas criadas para reduzir as emissões de CO2) e salvação e redenção (multas
draconianas para os poluidores de carbono, rígidos limites na reprodução humana
— para apagar as pegadas de carbono — e eventual revogação da revolução
industrial). Os dissidentes não são meramente errados, eles são heréticos
rotulados de “negadores” da mudança climática. No que depender dos
ambientalistas, eles aplicarão a Inquisição na frente do prédio da ONU pela
única preocupação dos poluentes liberados pela carne em chamas de suas vítimas.
Mas o culto do aquecimento global diverge da religião
tradicional em dois aspectos significativos. O Judaísmo e o Cristianismo
colocam o homem no centro, enquanto a religião do aquecimento global coloca o
planeta no centro de tudo. No filme “Noé,” as palavras do primeiro capítulo de
Gênesis são colocadas na boca do vilão Tubal-Caim, que diz a Noé que os animais
foram criados para uso do homem (que devemos dominar sobre o mundo natural)
para provar que essa ideia é muito má.
Há outra diferença. Geralmente, a religião judaica e cristã
não pode ser provada ou refutada, pelo fato de que é baseada em algo fora da
razão chamado fé.
Embora seus adeptos não admitam, a religião do aquecimento
global tem também como base a fé — crer na depravação da sociedade industrial e
no mal do progresso. Infelizmente para os que a promovem, a religião do
aquecimento global é comprovadamente falsa e cada vez mais refutada pela
realidade. A terra não está ficando mais quente. As calotas polares não estão
se encolhendo. O aumento dos níveis dos mares é insignificante e não existe
nenhum Dia do Juízo Final Ecológico no horizonte.
O planeta Terra tem frequentemente passado por ciclos de
aquecimento e resfriamento. Muitos fatores podem afetar o clima, inclusive
manchas solares.
A estação de furacões do ano passado no meio-oeste dos EUA
foi a mais branda desde o início da década de 1960. Até mesmo o Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática (a Santa Inquisição dos alarmistas
do aquecimento global) confessa que o aumento médio da temperaturas de
superfície parou 15 anos atrás. Eles tentam evitar passar vergonha chamando
isso de “pausa” — uma pausa bem longa, pelo visto.
Em dezembro passado, os cientistas da mudança climática
foram à Antártica em busca de evidência para apoiar sua opinião “incontestável”
e ficaram presos em mares de gelo que, de acordo com a teoria deles, não
deveriam estar ali. O navio deles ficou totalmente preso no gelo. Vários navios
quebra-gelo não conseguiram chegar até eles. (O gelo marítimo no Hemisfério Sul
atingiu níveis recordes em setembro de 2013 — pelo segundo ano seguido.)
Finalmente, eles foram resgatados de helicóptero do navio — salvos pela
desgraçada tecnologia. Só faltou efeito especial.
Em sua segunda semana, as receitas do filme “Noé” afundaram
em 60%. Apesar disso, muitas pessoas que assistirem ao filme acreditarão que
tem alguma relação com a Bíblia — com extrema liberdade artística,
naturalmente.
O analfabetismo bíblico é epidêmico nos Estados Unidos. Uma
pesquisa realizada pela entidade de pesquisa Barna revela que 60% dos
americanos adultos não conseguem citar cinco dos Dez Mandamentos. O teólogo
batista Albert Mohler escreve que a pesquisa de opinião pública do Barna
“indicou que pelo menos 12% dos adultos creem que Joana
d’Arc é a esposa de Noé. Outra pesquisa de jovens que se formaram da escola
secundária revelou que mais de 50% achavam que Sodoma e Gomorra eram marido e
esposa. Um número considerável de entrevistados de uma pesquisa de opinião
pública indicou que o Sermão da Montanha foi pregado por Billy Graham. Estamos
muito encrencados.”
Tirando proveito dessa ignorância, o filme tem anjos caídos,
chamados de Sentinelas, cobertos de pedra como castigo por ajudarem o homem
caído dando-lhe tecnologia formada da terra. Parecendo Ents calcificados do
“Senhor dos Anéis,” e discernindo a bondade interior de Noé (antes dele ficar
maluco), as rochas eternas o ajudam a construir a Arca e o protegem dos filhos
de Caim.
Como Matusalém, Anthony Hopkins fornece mudança divertida e
mais revisionismo. O hippie mais velho do mundo vive numa caverna, serve chá
alucinógeno e prática bruxaria com uma semente mágica.
Escrevendo no site Aish.com, o rabino Benjamin Blech dá o
alerta: “Saber que milhões de espectadores, depois de verem o filme, internalizarão
o Noé de Russell Crowe, assim como muitas outras partes do enredo do filme que
não têm nenhuma base na Bíblia ou qualquer outra fonte respeitável, todos os
que respeitam a Torá e a guarda de suas verdades deveriam ficar muito
preocupados.”
Depois de passar décadas (séculos se você quiser voltar à
Revolução Francesa) tentando destruir o Judaísmo e o Cristianismo, a esquerda
está agora os usando para avançar suas causas favoritas. Logo nos cinemas
“Sodoma e Gomorra: A Estória Verdadeira” — em que as metrópoles da Mesopotâmia
são destruídas por sua “homofobia,” sexismo e desigualdade de renda.
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Do
GrassTopUSA: “Noah” – The Bible Meets The Lorax
Tradução: www.juliosevero.com