Em fevereiro de 2014, ao debochar do ministro Joaquim
Barbosa na sessão de abertura do ano parlamentar, o deputado federal André
Vargas era o vice-presidente da mesa já em campanha pelo comando da Câmara.
Neste começo de primavera, só pode sonhar com o cargo de xerife de cela. Preso
pela Operação Lava Jato desde abril, acaba de ser condenado a 14 anos de prisão
por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ex-secretário de Comunicação do PT, o gatuno insolente
confirma a constatação feita no comentário de 1 minuto para o site de VEJA:
ocupar um cargo na direção nacional do partido é frequentemente a última escala
da rota do xilindró. No século passado, José Dirceu repetia de meia em meia
hora que “o PT não róba nem deixa robá”. Hoje ele puxa a fila que já é de bom
tamanho e não para de crescer.
Ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, José Dirceu
amarga uma segunda temporada na cadeia sem que tenha vencido o prazo de
validade da primeira, decorrente do julgamento do mensalão. Também
ex-presidente do PT, José Genoino cumpre em casa o restante da pena por
corrupção ativa imposta pelo Supremo Tribunal Federal.
Ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares aprendeu na cela que o
pai de todos os escândalos não foi reduzido a piada de salão. Sucessor de
Delúbio, João Vaccari também foi forçado pela Justiça a trocar a tesouraria
pelo cárcere em Curitiba. Condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, terá
tempo de sobra para pensar se deve enfrentar calado os processos em andamento
ou fazer um acordo com os procuradores e abrir o bico sobre a farra dos
pixulecos.
Ser ou ter sido dirigente do PT, como se vê, deixou de ser
uma anotação no currículo. Agora é uma anotação no prontuário que encurta o
caminho da cadeia. O chefe supremo que se cuide.