Em dezembro de 2013, o deputado federal Duarte Nogueira, do
PSDB paulista, constatou que “nos governos do PT há os incapazes e os capazes
de tudo”. Passados menos de dois anos, os dois tipos se fundiram: são incapazes
capazes de tudo tanto Dilma Rousseff quanto os pais-da-pátria e mães-da-nação
que compõem a comissão de frente do pior governo de todos os tempos.
Como constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA,
só gente assim é capaz de jurar, sem ficar ruborizada, que não existe mais nada
a cortar nos gastos públicos. Como assim? E o paquiderme ministerial com 38
tetas? E as 140 estatais, todas devastadas por esquemas corruptos semelhantes
ao que superou a barreira do bilhão agindo na Petrobras? E a farra que sangra o
Bolsa Família, codinome do maior programa oficial de compra de votos do mundo?
E as embaixadas sem serventia? E as comitivas presidenciais
de matar de inveja um sheik da OPEP? E o colosso de cargos de confiança que
transformou o petista desempregado numa espécie extinta? E a imensidão de
dólares enterrados no exterior pelo BNDES? E o perdão das dívidas de países
africanos explorados por ditadores companheiros? E a clemência criminosa que
poupa de cobranças os caloteiros da Receita Federal, fora o resto?
Já que não há o que cortar, recita o coro dos cínicos, é
preciso criar novos impostos e aumentar os existentes. Na quarta-feira passada,
diante das insistentes tentativas de ampliar a obesidade da carga tributária
obscena, um senador fez o perfeito resumo da ópera: “Ao governo, cabe
abandonar o mantra obsessivo de mais e piores impostos e operar uma reforma
profunda do Estado, reduzindo Ministérios, cargos comissionados, e revendo
contratos. Agora é a hora da verdade. O governo não cabe mais no PIB brasileiro
e precisa reavaliar todos os seus programas e conferir prioridade aos que devem
ser mantidos”.
Não, quem disse isso não foi Aécio Neves ou qualquer outro
senador da oposição. Foi, quem diria, Renan Calheiros. Por isso mesmo, faltou a
conclusão essencial: como o governo não vai mudar, o Brasil só sairá da crise
se mudar urgentemente de governo. Se a farsa que vai completando 13 anos não
acabar, acaba o país. A menor distância entre a normalidade econômica e a
falência é uma dilma.