Por Mario Souza
Ao se analisar as qualidades e as vantagens da democracia,
uma pergunta se faz necessária:
Em um país, seja ele qual for, os ignorantes, os detentores
de QI de ameba, os analfabetos, os incultos, os suscetíveis de venderem seus
votos a troco do benefício de uma bolsa clientelista qualquer e outros menos
dotados de raciocínio representam que percentual da população total de
eleitores?
Qualquer resposta acima de 50% já será de arrepiar todos os
pelos do corpo.
Ainda analisando as qualidades e vantagens da democracia,
outra pergunta é cabível:
Se a vontade da maioria sempre vence, e a maioria é composta
por incapazes de decidir com inteligência seja lá o que for, a decisão
vencedora será sempre BURRA, a mais inconveniente, a mais equivocada, a pior
possível.
Aliás, é exatamente por isto que, como dizia Nelson
Rodrigues, “a unanimidade é BURRA ”!
Continuando a analisar a democracia, apreciemos agora o tema
VOTO OBRIGATÓRIO:
Parafraseando as denominações “sunita” e “xiita”, rotulemos
como tal os ramos do eleitorado.
Os sunitas seriam o grupo que se interessa por política SIM,
pelo desenvolvimento do país SIM, pelo futuro da nação SIM, pelo próprio bem
estar como cidadão SIM, mas não com um exagerado posicionamento tão exacerbado,
a ponto de optar por ficar mais de uma hora numa longa fila, dentro de um
clube, num “cozinhante” ginásio esportivo com cobertura de amianto, ou ao longo
de 3 ou 4 lanços de escada, até o último andar de um colégio estadual, sabendo
que, na fila, atrás dele, estão 10 vagabundos do “Bolsa-Família”, “do Minha
Casa, Minha Vida”, do “Bolsa-Reclusão”, ou do “Bom Discernimento-LESS”, que
anularão a sua escolha política, quando, ao invés, poderiam perfeitamente ter
escolhido aproveitar o feriadão e ir para um balneário qualquer, de onde
ficariam torcendo que a apuração por urna eletrônica seja confiável ( como
acreditam o coelhinho da Páscoa, o saci pererê, a mula-sem-cabeça e o Papai
Noel ) e não uma artimanha eleitoral de repúblicas de bananas, e que os
candidatos nos quais teriam votado vençam, mesmo sem os seus votos, pois,
afinal, ninguém é de ferro e feriadão não é coisa que se jogue fora. Depois, é
só justificar a falta no TRE e tudo bem!...
Os xiitas são o conjunto daqueles 3 grupos compostos por a)
os sectários políticos que acreditam piamente ser algo parecido com seita
religiosa uma certa corrupta corrente política, falecida mas insepulta (a KGB
de ontem é a Máfia Russa de hoje, que lava dinheiro comprando clubes de
futebol. Aliás, por outro lado, desde o Brasil Império, os políticos sempre
roubaram, então, agora é a vez dos cumpanhêrus no poder ), b) os possuidores de
apenas alguns poucos neurônios, incapazes de votar com um mínimo de
inteligência e bom senso, c) o curral eleitoral dos votos comprados das
Bolsas-Vagabundagem. Estes, é claro, com
voto obrigatório ou não, comparecerão às urnas até em dia de inundação com água
pela cintura, sob tempestade de raios e trovões, e chuva de granizos
paralelepípidicos, já que coçar o saco machuca e há que se ter o dinheiro das
“bolsas” para a compra de pomada cicatrizante.
A propósito, em caso
de queda da dinastia dos petralhasburgo, por que não instituir a concessão
dessas mesmas bolsas, mas já não com caráter clientelista e sim como medida
circunstancial, momentânea, como um seguro desemprego, mas sendo fiscalizada a
real busca de emprego por parte do beneficiado. É claro que a “Bolsa –
Reclusão”, uma incrível apologia ao crime (ganha-se mais condenado e preso, do
que livre e trabalhando) nem merece ser cogitada, ainda mais acrescida de casa,
comida, roupa lavada, lazer, diversão, banho de sol, esportes e encontros
íntimos. É melhor a instituição de um salário com a contrapartida de prestação
de serviços de mão-de-obra prisional, tais como limpeza, cozinha, lavanderia,
pequenos reparos etc. Aliás, presídios não podem continuar a ser ser Resorts de
marginais! Com a instituição de bolsas-benefício sem compra de votos, votar em
maus políticos deixaria de ser uma obrigação para os que não querem perder o
atual “oba-ôba”. Sairia bem mais barato para os cofres públicos do que a
roubalheira que ninguém viu e que ninguém soube, a não ser quando veio à tona.
Sabe-se que certas coisas sempre acabam boiando...
Recentemente, numa reunião em casa de um amigo, um fanático
xiita do “partido – seita petralha”, um chatíssimo “chorosa viúva da URSS” (não, felizmente ainda não se trata da União das Repúblicas Soviéticas
Sudamericanas) impediu aquele bate-papo comum a este tipo de evento, e se pôs a
discursar por quase uma hora uma enfadante catilinária sobre a urgente
necessidade do fim do voto obrigatório.
Ora, isto é muito preocupante!... Se lados antagônicos pleiteam medidas
exatamente iguais, um dos dois não avaliou suficientemente o assunto e seria bom
repensar a respeito.
Existe um determinado percentual dos eleitores que já está
decidido a comparecer às urnas para tentar apear os petralhas do poder, Porém,
se de hoje até o dia das eleições o voto se tornasse não obrigatório, que
percentual daqueles mesmos iria votar e que percentual viajaria para um
balneário ou alugaria alguns CDs de vídeo e ficaria em casa, fazendo churrasco
e se divertindo? Eu já atingi a idade em
que estaria isento de votar, mas não vou usar este direito, e espero que outros
septuagenários como eu façam o mesmo, em prol do bem estar de seus filhos e
netos como cidadãos. Mesmo a petralhada sendo arrastada para fora do poder, é
difícil sanear o estrago feito e punir os culpados, já que os cargos da suprema
corte são vitalícios e estão ocupados
por pessoas afetivamente relacionadas com os petralhas, seja por amizade ou
gratidão pela indicação.
Chega de clientelismo eleitoreiro, chega dessa política de
coitadinhos institucionais, de absurdas cotas sociais indefensáveis num país
onde, como dizia a minha avó, muito poucos podem dizer que não têm um pé na
África (afro-descendentes) ou no mato (índio-descendentes). Não, por favor, não
rotulem os supostos coitadinhos como excluídos pelo sistema. Eu mesmo tive
infância paupérrima, a ponto de ter sido dado para uma tia criar, mas, na
realidade, acabar me usando como empregado doméstico de serviços de limpeza e
tarefas externas, um boia-fria escravizado a troco de comida. Só não fui
cozinheiro, porque não sabia cozinhar, nem lavei roupa, por falta de confiança
de que me saísse bem, sem desperdiçar água e sabão. E consegui me livrar dos
esforços para me convencer a abandonar os estudos, porque sempre estudei em
escola municipal e em colégio público federal. É claro que não havia mesada,
pois o meu trabalho doméstico não ressarcia os incomensuráveis gastos com a
minha criação, vestuário e alimentação.
Assim, para as minhas despesas pessoais, eu fazia pequenos
serviços ( boleiro de quadra de tênis num clube) e depois explicador de
matemática, física e química para colegas de turma. Não, nunca prestei serviços
fáceis e rendosos, tais como empinador de pipa ou fogueteiro, para avisar a
chegada da PM, como outros que dizem ter sido forçados a isso pela falta de
oportunidade oferecidas pelo sistema, e não, como na realidade foi, por comodismo,
preguiça e ganância de dinheiro fácil (como é notório, o tráfico paga bem), por
jamais terem procurado se tornar qualificados como mão-de-obra melhor paga.
É muito cômodo esconder o próprio fracasso embaixo do “tapete” da pobreza ou de
razões étnicas e sociais, quando os verdadeiros responsáveis foram o comodismo
e a preguiça. Estudando e correndo atrás de um futuro melhor, consegui estudar
gratuitamente, concluir 3 faculdades e fazer mestrado.
Não, não fiquei rico; sou classe média realmente “média” e somente
tenho um pequeno apartamento que paguei em 20 anos, e que foi quitado em 2012. Pertenço, com
orgulho e exclusivamente graças ao meu esforço, a esta classe média tão
estigmatizada atualmente por ridículas e pomposas múmias acadêmicas que,
certamente, ganham mais do que eu e são classe média também, só que média alta.
Sorte delas. Talvez tenham escapado à voracidade selvagem do
sistema...
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Mario Souza é Professor.