Por Percival Puggina
Ao promover uma
invasão de terras, os membros do MST seguem rigorosamente as instruções
fornecidas por seus líderes. Na hora do enfrentamento, as crianças vão na
frente, formando um escudo humano para proteção dos marmanjos. Isso é algo a
que estamos habituados a assistir aqui, bem perto dos nossos olhos.
Não pode nos
surpreender, portanto, que o Hamas, na guerra que promove contra Israel desde a
faixa de Gaza, utilize escolas e hospitais como bases para lançamento de seus
foguetes para, depois, derramar lágrimas de crocodilo sobre imagens dos danos
ali causados. É o Hamas que impõe seu totalitarismo religioso fanático sobre a
pacífica população da faixa de Gaza e não Israel. É o Hamas que está se lixando
para os males que afligem a população civil da região sobre a qual impõe sua
insensível tirania.
Com muita razão
aliás, o noticiário sobre o conflito observa uma grande desproporção entre as
potencialidades bélicas de ambos os lados. Mas é muito difícil entender o tipo
de justa proporção que se poderia esperar naquelas circunstâncias. Se o
problema do conflito ali travado é a desproporcionalidade das forças
combatentes e não a existência de um grupo terrorista islâmico agressor na
fronteira de Israel, com o intuito explícito de o destruir, torna-se indispensável
definir o que seria uma justa proporção aplicada ao caso.
Indago: para atender
a esse clamor, Israel deveria abandonar o armamento que usa e passar a empregar
mísseis de fabricação caseira? Seria isso o que se espera? Ou, quem sabe,
Israel deveria adotar atitude passiva enquanto os radicais do Hamas despacham
seus artefatos desde os telhados de Gaza? Existem extensas áreas despovoadas ou
muito pouco povoadas em Gaza. Por que os terroristas do Hamas se abrigam
exatamente nos setores urbanos mais densamente ocupados? E é israelense a
responsabilidade pelos danos?
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Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor,
titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais
e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da
utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
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