terça-feira, 12 de agosto de 2014
Sob as ordens de Dilma Rousseff, diplomacia brasileira mostra-se imoral, covarde e insensata
Por ucho.info
Fim do caminho – A diplomacia brasileira, assim como os
ocupantes do Palácio do Planalto, está eufórica por causa do telefonema dado
pelo novo presidente de Israel, Reuven Rivlin, telefonou para Dilma Rousseff e
desculpou-se pelas recentes declarações de do porta-voz do Ministério de
Relações Exteriores israelense, Yigal Palmor, que acusou o Brasil de ser um
“anão diplomático”. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto,
Rivlin teria dito que as expressões utilizadas pelo porta-voz “não correspondem
aos sentimentos da população de seu país em relação ao Brasil”.
É fato que todo chefe de Estado deve manter boas relações
com outros mandatários, mas Reuven Rivlin perdeu a chance de não se manifestar
em seara tão polêmica e perigosa, pois ainda não conhece a peçonha esquerdista
que campeia no Palácio do Planalto. Fora isso, sobra na sede do governo
brasileiro a obsessão por qualquer oportunidade de estocar a Casa Branca. E
atacar, mesmo que verbalmente, o Estado de Israel é uma forma de alcançar os
Estados Unidos, inimigo ideológico número um da esquerda global.
Não há como questionar o excesso de violência na incursão
israelense na Faixa de Gaza, como forma de conter as ações do grupo terrorista
Hamas, mas o governo de Israel tem por obrigação defender todos os cidadãos que
estão em seu território. A questão no Oriente Médio transcende o raso
conhecimento da opinião pública em geral, pois além da histórica queda de braço
o conflito interessava politicamente para ambos os lados. O erro injustificável
foi a perda de vidas humanas na esteira da intransigência bilateral.
Em vez de criticar a ação israelense, a diplomacia
brasileira, sempre genuflexa a um governo que pauta as relações internacionais
pela ideologia política, deveria ter se oferecido para negociar um cessar fogo,
até porque civis não podem pagar a conta decorrente da intransigência de
políticos e terroristas.
Ora, se o desgoverno de Dilma Rousseff se sensibilizou com a
tragédia ocorrida na Faixa de Gaza, onde milhares de civis foram mortos no
vácuo de uma disputa insana, o planalto deveria ter adotado postura idêntica em
relação aos cristãos iraquianos que há semanas enfrentam os criminosos que
integram o “Estado Islâmico do Iraque e do Levante” (em inglês, Islamic State
in Iraq and Syria – ISIS), que têm avançado no norte do Iraque e obrigado a
população local a se refugiar em países vizinhos. Os membros do ISIS agem com
truculência e crueldade, ao ponto de decapitar aqueles que se recusam a aderir
ao islamismo, exibindo suas cabeças em praça pública. Apesar de toda essa
violência desmedida por parte do ISIS, o governo brasileiro não emitiu nota de
repúdio à ação.
Na opinião do ucho.info, o porta-voz da diplomacia
israelense foi educado e econômico em suas palavras ao classificar o Brasil de
“anão diplomático”. Aliás, a diplomacia brasileira não sofre apenas de nanismo,
mas de covardia e falta de humanidade e de bom senso. Em outras palavras, a
diplomacia verde-loura é imoral, quiçá seja amoral.
A questão é muito simples. O governo brasileiro adota o
discurso pífio de não interferência em questões internas de outros países, mas
isso só vale quando os interesses da esquerda global não estão em jogo. Na
questão do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, deposto pelo Congresso
do país sul-americano após processo de impeachment, a petista Dilma Rousseff
ensaiou uma reação para garantir a volta do “companheiro” de esquerda ao poder.
Isso é ingerir em assuntos internos de outro país, o que contraria o discurso
palaciano.
Situação idêntica ocorreu no caso do bandoleiro Manoel
Zelaya, o “chapeludo” golpista, que tentou voltar ao poder da Nicarágua após
ser expulso do país da América Central por decisão do parlamento local, que não
acatou as suas manobras para eventual perpetuação no poder. Zelaya retornou
ilegalmente a Honduras, escondido no porta-malas de um carro, e instalou-se na
embaixada brasileira em Tegucigalpa, transformada em um misto de reduto
revolucionário e central de um golpe fracassado. Nesse caso específico, o
Palácio do Planalto trabalhou intensamente para o retorno de Zelaya ao poder e
a realização de novas eleições. Isso também é ingerência em assuntos internos
de outro país.
O viés imoral da diplomacia brasileira, que envergonha a
população do País, está no fato de agir de acordo com os interesses, sejam
ideológicos ou comerciais. No caso da Rússia, que vem promovendo uma verdadeira
carnificina no leste da Ucrânia, apenas porque o brucutu Vladimir Putin quer
ressuscitar o orgulho soviético no rastro de invasões a países vizinhos, o
governo da camarada Dilma Rousseff não emitiu qualquer comentário.
O Kremlin armou os separatistas pró-Rússia de tal forma, que
esses criminosos derrubaram um Boeing da Malaysia Airlines, matando as quase
trezentas pessoas que estavam a bordo da aeronave. E o Palácio do Planalto não
emitiu nenhum comunicado condenando a ação de Putin.
Essa postura pequena e criminosa da diplomacia brasileira se
deve às ordens da própria Dilma Rousseff, a guerrilheira Vanda, que por conta
da desastrada política econômica do seu governo quer manter boas relações com
Vladimir Putin, principalmente depois que o colega russo suspendeu a importação
de alimentos da Europa e dos Estados Unidos, como forma de contrapor as
retaliações do Ocidente, e substituiu por produtos brasileiros.
Em suma, ao Palácio do Planalto pouco importa quantos
ucranianos estão morrendo no confronto patrocinado por Vladimir Putin, desde
que Moscou compre cada vez mais produtos brasileiros.
Os jihadistas tupiniquins.
Estamos a menos de dois meses das eleições. Mas não parece.
Há um clima de desânimo, de desinteresse, de enfado. Acreditava-se que, após o
fim da Copa do Mundo, as atenções estivessem concentradas no processo
eleitoral. Ledo engano. A pasmaceira continua a mesma. Agora, o divisor de
águas é o horário gratuito que começa dia 19. Para o PT, este é o clima ideal
para a eleição presidencial. Quanto menor o interesse popular, maior a chance
de permanecer mais um quadriênio no poder. O partido tem, inclusive, estimulado
discretamente campanha pelo voto nulo ou branco. Sabe que muitos eleitores
estão desanimados com a política, justamente com as mazelas produzidas pelo
próprio petismo.
A desmoralização das instituições foi sistematicamente
praticada pelo partido. A compra de maioria na Câmara dos Deputados, que deu
origem ao processo do mensalão, foi apenas o primeiro passo. Tivemos a
transformação do STF em um puxadinho do Palácio do Planalto. O Executivo virou
um grande balcão de negócios e passou a ter controle dos outros dois poderes.
Tudo isso foi realizado às claras, sem nenhum pudor.
Não há área do governo que nos últimos anos tenha
permanecido ilesa frente à sanha petista. Todos os setores da administração
pública foram tomados e aparelhados pelo partido. Os bancos, as empresas
estatais e até as agências reguladoras se transformaram em correrias de
transmissão dos seus interesses partidários.
Imaginava-se que, após a condenação dos mensaleiros, o
ímpeto petista de usar a coisa pública ao seu bel-prazer pudesse, ao menos,
diminuir. Nada disso. Os episódios envolvendo a Petrobras demonstram justamente
o contrário. E mais: neste caso levaram ao descrédito total os trabalhos de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito e desmoralizaram mais uma vez o Legislativo.
As ações seguem um plano de que o partido é o elemento
central da política, nada pode ocorrer sem a sua anuência. Esta estrutura
tentacular tem enorme dificuldade de conviver com a democracia, a alternância
no governo e com o equilíbrio entre os poderes. A insistência em impor o
projeto dos conselhos populares – uma espécie de sovietes dos trópicos – faz
parte desta visão de mundo autoritária.
O maior obstáculo para o PT é a existência do Estado
Democrático de Direito. O partido tem como objetivo estratégico miná-lo
diuturnamente. Suas ações chocam-se com a “institucionalidade burguesa”.
O PT usará de todos os meios para se manter no poder.
Manteve até aqui a campanha em banho-maria, como era do seu interesse. Mas com
a permanência de Dilma em um patamar que vai levar a eleição para o segundo
turno – isto hoje é líquido e certo -, o partido vai abrir a sua caixa de
ferramentas, como o fez em 2006 e 2010.
O uso da internet para desqualificar seus opositores é
realizado há um bom tempo. O PT tem um verdadeiro exército de jihadistas
prontos para o ataque. O recente episódio de mudanças no perfil de jornalistas
na Wikipedia é café pequeno frente ao que vem por aí. O auge do jogo sujo será
justamente durante a breve campanha do segundo turno, onde uma calúnia tem
muito mais efeito eleitoral, principalmente se divulgada às vésperas da
eleição.
As modificações ocorridas no Tribunal Superior Eleitoral
passaram em branco. É bom que a oposição fique atenta, pois quem vai presidir a
eleição é um ex-funcionário do Partido dos Trabalhadores e ex-advogado de um
sentenciado no processo do mensalão, José Dirceu. O presidente do TSE é o
ministro Dias Toffolli.
Neste processo chama a atenção a ação de Lula, seu líder
máximo – e único, na verdade. Tem se mantido – até o momento – discreto na
campanha eleitoral. Visitou alguns estados e mesmo em São Paulo tem participado
pouco das atividades. Pode ser que tenha sentido um cheiro de derrota no ar e
está buscando preservar sua figura. No caso da eleição paulista, isto já é
definitivo. Seu candidato já está derrotado. Esperto como é, pode já estar
iniciando a campanha de 2018. E com o figurino de salvador da pátria.
Frente a este quadro é que a oposição precisa exercer o seu
papel. Nesta eleição tem agido com mais consistência, buscando alianças
regionais e um discurso mais simples e compreensível para o eleitor. Tem atuado
melhor, mas distante do que se espera de uma oposição no grave momento
histórico que vivemos.
Eduardo Campos tenta – mas tem muita dificuldade – de
encarnar o figurino oposicionista. Afinal, permaneceu mais de um decênio
apoiando o governo, inclusive exercendo função ministerial. Mas teve ousadia em
se lançar candidato.
É Aécio Neves que tem de exercer o papel de opositor do
petismo. Tem se esforçado, é verdade, porém a campanha ainda não empolgou.
Conseguiu habilmente construir bons palanques estaduais. Diversamente de 2010
rachou o apoio petista no trio de ferro da política brasileira. Em Minas Gerais
deve ter uma grande vitória. Em São Paulo, se conseguir colar a sua candidatura
à de Geraldo Alckmin, pode ter a maior vitória do partido no estado desde o
restabelecimento das eleições diretas. Conseguiu um raro feito no Rio de
Janeiro, rachando o bloco de apoio à petista que foi importante em 2010. Deve
surpreender no Nordeste tendo uma boa votação, rompendo com o domínio petista,
como na Bahia. Mas ainda é pouco.
A máquina autoritária petista pode ser derrotada. Os dois
próximos meses são decisivos. O PT vai usar todas as suas armas. Sabe que é uma
batalha de vida ou morte, pois longe do aparelho de Estado não consegue mais
sobreviver.
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Marco Antonio Villa é historiador.
Genoino deixa a cadeia para cumprir pena em casa
Mensaleiro foi liberado para o regime aberto pelo ministro
Luís Roberto Barroso. Genoino fez cursos à distância e trabalhou na Papuda para
reduzir pena
O ex-deputado José Genoíno deixa nesta terça-feira o prédio
da Vara de Execuções Penais, onde recebeu
autorização para cumprir pena no
regime aberto (Alan Marques/Folhapress)
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Três meses depois de voltar a cumprir pena no Complexo
Penitenciário da Papuda, em Brasília, o ex-presidente do PT José Genoino deixou
a cadeia nesta terça-feira para cumprir o restante da sentença de quatro anos e
oito meses em casa. Condenado no julgamento do mensalão, Genoino foi autorizado
na semana passada a migrar para o regime aberto. Como no Distrito Federal não
há as chamadas casas de albergado – estabelecimentos próprios para condenados a
regime aberto –, a Justiça permite que os detentos sejam beneficiados com
prisão domiciliar. O ex-deputado fez cursos à distância e trabalhou no presídio
da Papuda, em Brasília, para abater parte de sua pena e conseguir migrar mais
rápido de regime. A migração foi determinada em 7 de agosto pelo ministro do
Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, novo relator do mensalão. Outro
que deixou a Papuda nesta terça foi Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL
(atual PR), condenado a cinco anos em regime semiaberto. Ele conseguiu o
direito de progressão de pena após a Justiça ter constatado que ele trabalhou e
estudou enquanto cumpria sua sentença.
Genoino deixou a Papuda na manhã desta terça e seguiu para a
Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Vepema) para receber as
últimas instruções do juiz. Ele deixou o local por volta das 10 horas. Ele
deixou o local em um carro preto, acompanhado de seu advogado, Cláudio Alencar.
Estava de óculos e usando um cavanhaque bastante grande. O tribunal reforçou a
segurança e estabeleceu um esquema para driblar os jornalistas e evitar que
fossem feitas imagens do petista. O regime domiciliar tem algumas restrições,
como a reclusão das 21 às 5 horas, sendo que aos domingos e feriados o
recolhimento se dá em período integral. Além disso, o mensaleiro não poderá
sair do Distrito Federal sem prévia autorização da Justiça e terá de comparecer
a cada dois meses à Vepema para informar suas atividades. Lamas também passou
pela Vepema antes de seguir para casa.
O petista fez dois cursos à distância (introdução à
informática e internet e direito constitucional) e trabalhou na biblioteca da
Papuda, o que lhe garantiu a redução em 34 dias da pena originalmente imposta
pelo crime de corrupção ativa. Pela Lei de Execução Penal, um dia de pena é
abatido a cada 12 horas de frequência escolar e a cada três dias trabalhados. A
legislação penal prevê ainda que a progressão de regime é possível se o preso
tiver bom comportamento e for comprovado o cumprimento de um sexto da pena no
regime anterior – já descontados os dias trabalhados e o tempo de estudo.
O ex-presidente do PT teve a prisão decretada no dia 15 de
novembro do ano passado, mas passou mal na Papuda e recebeu autorização
judicial para cumprir a pena temporariamente em casa até que seu quadro de
saúde fosse novamente avaliado. Depois de uma série de exames e mais de cinco
meses em regime domiciliar provisório, ficou constatado que o ex-presidente do
PT não apresentava qualquer gravidade que o impedisse de permanecer preso. Ao
receber o laudo médico, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa determinou que Genoino voltasse à Papuda – ele retornou à
penitenciária no dia 1º de maio.
A Deturpação da Anistia
Por Carlos I. S. Azambuja
Sobre a Anistia não há muito o que escrever. A Lei é curta e
altamente objetiva. É interessante conhecer o artigo 11: "Esta lei, além
dos direitos já expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles
relativos a vencimentos, soldos, salários, proventos, restituições atrasadas,
indenizações, promoções ou ressarcimentos".
O artigo acima, a partir do governo de Fernando Henrique,
que criou a Comissão de Anistiados Políticos vem sendo solenemente ignorado,
inclusive pelo então ministro da Justiça, Marcio Tomaz Bastos, que sugeriu a
promoção de Apolônio de Carvalho, expulso do Exército em 1935, quando era
tenente, a general!
Abaixo, é reproduzido um texto que demonstra como um
instrumento criado com a finalidade de superar obstáculos para uma paz necessária
ao país, foi totalmente descaracterizado para que oportunistas e revanchistas
ganhassem muito dinheiro e pudessem humilhar as forças de segurança que lutaram
contra o terror comunista no Brasil.
Lei da Anistia atirada no lixo
"Pela anistia se elimina não somente a punibilidade da
ação, mas a sua própria existência como crime, isto é, as conseqüências penais
que dele podem decorrer" (Mirador, Tomo 2, pg. 600 - Encyclopedia
Britannica).
Essa máxima, que normalmente é respeitada em qualquer país
que tenha conseguido pacificar sua população, não se aplica ao Brasil, embora o
Congresso Nacional tenha aprovado a Lei 6.683/79, mais conhecida como "Lei
da Anistia". Ou melhor: ela é aplicada sim, mas somente em benefício de
antigos terroristas e "perseguidos políticos" de esquerda, nunca aos
bravos cidadãos brasileiros que em passado recente defenderam o Brasil contra a
sanha totalitária da hidra vermelha.
Criada pelo presidente Figueiredo, a Lei da Anistia cobre o
período de 2 de setembro de 1961, data da renúncia de Jânio Quadros, a 15 de
agosto de 1979, data da promulgação da referida Lei. Uma Lei que era para ser a
base de uma confraternização da sociedade brasileira, hoje está inteiramente
rota e suja, pisoteada por revanchistas marxistas raivosos, que a empunham
apenas em proveito próprio, negando seu alcance aos adversários de ontem.
A mais nova vítima da safadeza esquerdista, que se prolonga
há mais de uma década, foi o delegado aposentado da Polícia Federal, João
Batista Campelo, proibido de ocupar o cargo de assessor jurídico da
Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal, 24 horas após ter sido
nomeado. Motivo alegado: Campelo é acusado de tortura durante a ditadura
militar contra o ex-padre José Antonio Monteiro.
É certo que o Brasil tipificou a tortura como crime
hediondo, com a criação da Lei 9.455/97, aprovada após o episódio ocorrido na
Favela Naval, em São Paulo, quando policiais foram filmados batendo em pessoas
paradas em uma "blitz", ocasião em que o policial "Rambo" matou
com um tiro um cidadão após este ser liberado.
Inocente ou culpado, Campelo não poderia ser enquadrado pela
lei da tortura de 1997, pois a Lei da Anistia, publicada há mais de 40 anos,
"elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência
como crime". Além do mais, uma lei só pode retroagir para beneficiar um
indivíduo, nunca para prejudicá-lo.
Grupos como “Tortura Nunca Mais” e o projeto “Brasil Nunca
Mais” da Arquidiocese de São Paulo estão esquecendo que a anistia não é um ato
unilateral; é geral - cobre os dois lados. “Repudio atos de ódio e revanchismo
político de grupos como o Tortura Nunca Mais porque, quando o Congresso votou a
anistia, virou a página autoritária no pressuposto de que não voltaria atrás
senão como referência histórica" (Senador Jefferson Peres, in "Jornal
do Senado", abril de 1998).
Muitos brasileiros de bem - e seus familiares - já foram
prejudicados pela onda revanchista que ainda impera no Brasil. O coronel Ustra
não foi promovido a general porque a então deputada petista Bete
"Rosa" Mendes, outrora pertencente a um grupo terrorista, a
VAR-Palmares – como a presidentA Dilma -,
sem nenhuma prova, acusou o militar de torturador, quando este era Adido
Militar no Uruguai, durante o Governo Sarney. O coronel Avólio foi exonerado do
cargo de Adido Militar em Londres durante o Governo FHC devido ao mesmo tipo de
acusação, também sem nenhuma prova. O general Fayad foi impedido de assumir
cargo de direção no Exército e de exercer sua profissão, como médico, devido ao
mesmo tipo de revanchismo. Durante uma campanha para eleições presidenciais, o
Ministro Costa Couto, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, foi covardemente
afastado. Crime alegado: havia trabalhado como assessor do SNI.
Afinal, tivemos nos governos de Lula e Dilma antigos
guerrilheiros, a exemplo do cubano-brasileiro José "Daniel" Dirceu,
que no passado foi integrante do grupo terrorista Movimento de Libertação
Popular (Molipo), criado pelo serviço secreto de Cuba e de Franklin Martins,
guerrilheiro que agora coordena a reeleição da presidentA e que, como José
Dirceu, recebeu treinamento em Cuba e que, quando do seqüestro do embaixador
dos EUA no Brasil, ameaçou que o embaixador seria “justiçado” se os presos
solicitados em troca de sua liberdade não fossem libertados.
Por que a Lei da Anistia beneficia apenas terroristas,
verdadeiros traidores da Pátria, que estiveram a soldo de uma ideologia
criminosa estrangeira, totalmente estranha à cultura, à tradição e à
religiosidade dos brasileiros? E ainda mais: os que, constitucionalmente,
combateram o terror, vêm tendo que se explicar para uma tal (c) Omissão da
Verdade, criada pela presidentA, ex-terrorista!
Não pára aqui a safadeza cometida pelas esquerdas que
sonhavam ontem implantar no Brasil um regime do tipo soviético ou cubano. Após
muito conchavo político e muita pressão sobre os congressistas, a malta
conseguiu aprovar a Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas
desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em
atividades políticas, no período abrangido pela Lei da Anistia.
Com base nessa Lei dos "desaparecidos políticos",
foram concedidas polpudas indenizações a "perseguidos políticos" e a
parentes de terroristas mortos durante a chamada “ditadura militar”. Além do
terrorista Carlos Marighela, autor do "Minimanual do Guerrilheiro
Urbano", bíblia de cabeceira de grupos terroristas como asBrigadas
Vermelhas e o grupo Baader-Meinhoff, o sanguinário Carlos Lamarca, torturador
(mandou matar o capitão da PM de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, a
coronhadas), ladrão de armamentos do Exército que jurou honrar com a própria
vida, também foi enquadrado na elástica interpretação da "Comissão dos
Desaparecidos Políticos", recebendo as respectivas famílias gorda
indenização paga pelo erário - vale dizer, por você, contribuinte.
Isso prova, categoricamente, o grau de imoralidade que
norteia a Comissão inicialmente presidida por "Numerário" Miranda, em
assaltos cada vez mais freqüentes aos cofres públicos. Calcula-se que o total
das indenizações já ultrapassa os R$ 3 bilhões.
Um dos beneficiados pela "piñata" brasileira foi
Luiz Carlos Natal, chefe do gabinete do deputado Luiz Eduardo Greenhalg
(PT/SP). Embolsou R$ 1.015.384,42 e terá pensão mensal de R$ 10.931,51.
Quem foi o idiota que disse que o crime não compensa?
Fonte: Alerta Total
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Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
Em casa de enforcado
Por Dora Kramer
O que é um factoide? Um pseudofato criado para chamar
atenção para alguma coisa ou alguém ou para amenizar o efeito de outros atos.
Nessa definição se enquadra a entrevista convocada pela
presidente Dilma Rousseff, neste domingo, em que qualificou como
"factoides políticos" as denúncias envolvendo negócios, diretores e
ex-dirigentes da Petrobrás.
O pseudofato foi a entrevista da presidente, que nada tinha
de importante a dizer. Emitiu juízo de valor sobre o que o Tribunal de Contas
da União pode ou não pode fazer. Segundo Dilma, "não pode" submeter
uma pessoa "íntegra, correta" como a presidente da Petrobrás, Graça
Foster, "a esse tipo de julgamento".
Referia-se à decisão a ser tomada nesta semana sobre a
inclusão ou não da executiva na lista dos diretores da estatal que tiveram os
bens bloqueados devido ao prejuízo de quase US$ 800 milhões à Petrobrás,
detectado pelo TCU no exame dos documentos sobre a compra da refinaria de
Pasadena.
A declaração foi antes de qualquer coisa inadequada e
irrelevante. Não cabe à presidente da República determinar o que deve ou o que
não deve fazer o TCU, órgão ligado ao Poder Legislativo. Além disso, ficou
parecendo que os outros 11 diretores que tiveram seus bens bloqueados não são
íntegros nem corretos no entender da presidente.
Dilma Rousseff mostrou-se também convenientemente esquecida
de que foi ela quem repôs a Petrobrás sob o foco da política. Não falemos sobre
o aparelhamento nem sobre o manejo dos preços dos combustíveis.
Fiquemos no simples fato de que foi ela quem acusou a
diretoria de induzi-la ao erro, a fim de ser excluída do rol dos atuais
acusados pelos prejuízos. Um remendo levou à necessidade de outros cada vez
maiores.
No domingo, o intuito dos conselheiros da presidente talvez
tenha sido o de ocupar o noticiário de segunda-feira, para reduzir o espaço
dedicado à repercussão da entrevista da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef
à revista Veja.
Esta, sim, mais consistente no que se refere a fatos. A
moça, Meire Bonfim da Silva Poza, resolveu contar o que sabe à Polícia Federal.
Não são boatos, portanto. Relatou operações feitas por ela durante três anos
envolvendo malas de dinheiro repassadas a empreiteiras donas de contratos com a
Petrobrás, intermediados pelo ex-diretor administrativo Paulo Roberto Costa,
cuja destinação final desemboca em políticos de três partidos, PT, PMDB e PP.
Podem ser invencionices? Podem. Mas bastante verossímeis,
pois guardam relação com o que até agora vem sendo apurado pela Polícia
Federal. Não parecem fabulações de caráter eleitoral como quer fazer crer a
presidente, até mesmo desqualificando um órgão sob sua jurisdição.
Não estivesse o instituto da CPI tão absolutamente
desmoralizado, seria o caso de se instalar um inquérito parlamentar para
investigar a participação dos congressistas nesse esquema. Mas, hoje, as
comissões ganharam dos petistas um atestado de tradição de farsa "desde
Pedro Álvares Cabral".
Falam disso com a ligeireza de quem está no poder,
abstendo-se da prudência de pensar que um dia podem voltar à oposição.
Língua nos dentes. É concreta, embora não seja certa, a
possibilidade de o ex-diretor administrativo da Petrobrás Paulo Roberto Costa
fazer acordo de delação premiada.
Preso pela primeira vez em março deste ano na Operação Lava
Jato da Polícia Federal, foi solto 59 dias depois e preso de novo em junho por
ter omitido a existência de uma conta na Suíça e a posse de um passaporte
português.
Quanto menores as possibilidades de defesa, maior a
probabilidade de um e de outro (ou até dos dois) optarem por um acordo para
contar o que sabem. O ex-diretor da Petrobrás estaria apenas aguardando o
resultado de um pedido de relaxamento da prisão preventiva.
Fonte: A Verdade Sufocada
COMO DAR-SE VIDA A UM FANTASMA
Por Percival Puggina
Quando nossos filhos
eram pequenos, alugamos certa feita uma casa de veraneio cujo sótão servia de
moradia a algum animal que emitia guinchos finos e esganiçados semelhantes ao
riso humano. Na primeira vez em que foi ouvido, as crianças, assustadas, perguntaram
o que era e eu respondi em tom casual sem dar muita importância: “É o
Risadinha. Não é possível vê-lo, mas ele mora aí em cima”. E o Risadinha acabou
incorporado para sempre ao folclore familiar, sendo evocado cada vez que se
escuta algum rangido ou uma porta bate inesperadamente.
Você acredita nessas coisas? Boitatá, lobisomem, risadinha?
Todas são muito facilmente acolhidas pelo imaginário infantil e perdem o
sentido, é claro, perante a razão dos adultos. Mas há outras assombrações mais
sérias. São concebidas com objetivos políticos e, submetidas a um tratamento
gramscista, produzem extraordinário efeito sobre muitas mentes maduras. A
técnica empregada envolve conhecimentos de psicologia de massas, mas é de
concepção simples, consistindo em criar uma palavra, atribuir a ela o pior dos
sentidos, mencioná-la milhões de vezes e associá-la aos adversários.
Gradualmente, o novo fantasma entra para o vocabulário comum e se converte, não
apenas em algo real, mas numa entidade horripilante, da qual é necessário fugir
em disparada ante a menor manifestação de sua existência. Pronto, está criado o
Risadinha para gente grande.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com o vocábulo – desculpem
ter que usá-lo – “neoliberalismo”. É possível que o leitor destas linhas, à
simples menção da palavra, já tenha sentido o sangue gelar nas veias. Afinal,
neoliberal é agente do demo, solto pelo mundo para perder as almas, certo?
Todos estarão lembrados das obras mais macabras atribuídas
ao tal... – tá bom, você sabe do que estou falando. Entre seus piores
quebrantos se incluíam: Plano Real, privatizações, responsabilidade fiscal,
superávit primário, economia de mercado, pagamento da dívida externa,
agronegócio, exportações, e inserção no mercado globalizado. Ante a menor referência
a qualquer desses tópicos, os caça-fantasmas punham-se a campo, como anjos do
Senhor, bradando enxota-diabos e denunciando cheiro de enxofre. Trata-se,
porém, como se viu, de uma pantomima.
Da mesma forma como o discurso contra as medidas
"neoliberais" acabou levando o PT ao governo, aquelas mesmas medidas
sustentaram o discurso fanfarrão de Lula durante oito anos. A lua de mel com a
fartura, em praia calma, vento suave e céu azul não pode durar sempre. As
prodigalidades se juntaram às tormentas internacionais. E o país passou a andar
para trás. E se alguém, com um pingo de lucidez, diz ser isso o que está
acontecendo, lá vem o governo com seu Risadinha de gente grande a esconjurar,
desta feita, "o mercado".
_____________
* Percival Puggina (69) é arquiteto, empresário, escritor,
titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais
e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da
utopia e Pombas e Gaviões, membro do grupo Pensar+.
O Dever Militar dos Chefes
Por Sérgio Tasso Vásquez de Aquino
No domingo, Dia dos Pais, tive ainda mais presente do que
nos dias comuns a lembrança do meu pai, o General-de-Divisão Tasso Villar de
Aquino, meu modelo e guia, exemplo de chefe de família, cristão, patriota,
Oficial e Chefe Militar.
Desde Tenente, no 8* Regimento de Cavalaria Independente, em
Uruguaiana, Rio Grande do Sul, exibia sobejamente as qualidades que ornavam sua
bela personalidade e o faziam destacado e admirado entre seus pares: valor,
conhecimento e preparo profissionais, coragem física e moral, arrojo, bravura,
dedicação sem limites ao dever e ao cumprimento da Missão, espírito de renúncia
e de sacrifício, liderança e sadia preocupação com a formação e o bem-estar dos
homens e a melhor conservação, operacionalidade e aprestamento dos meios
colocados sob seu Comando e responsabilidade. Por isso, criou em torno de si,
da sua pessoa de Oficial e de Chefe de escol, ambiente de profundos respeito,
confiança e lealdade da parte dos seus soldados e demais subordinados, de todos
os níveis hierárquicos, que tiveram a ventura de servir sob suas ordens ao
longo da profícua carreira a serviço do Exército e do Brasil.
Esse exemplar magnífico de Homem, Patriota de amor sem fim
pelo Brasil e Cristão fiel aos ensinamentos do Evangelho, aos Mandamentos de
Deus e da Igreja, com quem o Senhor Todo-poderoso me concedeu a graça de
conviver por grande parte da vida, por mais de 66 anos, e de ser herdeiro
primogênito de sangue, plasmou completamente minha maneira de ser e balizou e
marcou meu modo de realizar a missão de pai de família, Oficial e Chefe, quando
me tocou a vez. Foi a imagem no espelho em que sempre me procurei refletir.
Ensinou-me a não ter medo de pessoa alguma, a não fugir de
dificuldades ou de situações desagradáveis, nem
evitar qualquer obstáculo, para bem cumprir meu dever. A buscar sempre
guardar a honra, o brio e o pundonor militares, a não sucumbir à tentação da
lisonja, do servilismo, da bajulação aos poderosos de plantão, apenas para
atingir imerecidos destaque,
notoriedade, posições confortáveis e recompensas materiais, tão fácil, mas tortuosamente
ao alcance de quem esconde o pensamento e trai ideais, valores, costumes,
tradições que são apanágio dos verdadeiros militares vocacionados, em troca de
vantagens e benefícios pessoais.
Procurando ser Chefe como me ensinou, e fiel a uma vocação
de toda a vida, sendo Vice-Almirante e Vice-Chefe do Estado-Maior das Forças
Armadas, denunciei os descaminhos que o Governo Federal havia começado a
trilhar, desde 1990 (e até agora), e lancei-me decididamente na luta pela
soberania do Brasil e pela dignidade dos militares, pela isonomia de remuneração
no Serviço Público, crescente e propositada e programadamente desfavorável aos
militares e aos servidores civis do Executivo, do Plano de Classificação de
Cargos.
Isso me acabou custando o afastamento do Serviço Ativo em
1993 e o encerramento prematuro da carreira, sem atingir o último posto.
Combati, porém, o bom combate, guardei a minha fé e pude ser fiel ao Brasil, ao
dever militar, às minhas crenças mais profundas, à herança paterna, aos sadios
ensinamentos recebidos no Colégio Militar do Rio de Janeiro e na Marinha do
Brasil, ao cumprimento da Missão e à obrigação que os Chefes têm para com seus
comandados.
Bem a propósito, ontem assisti, na televisão, ao filme
clássico sobre o motim no Encouraçado “Potionkim”, da Marinha Imperial Russa,
no porto de Odessa, em 1905. Foi o primeiro e remoto episódio da Revolução
Bolchevista de 1917, que implantou a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas na terra dos tzares e todo o elenco de crueldades, atraso, misérias
e crimes que infelicitaram o mais extenso país do mundo por mais de 70 anos,
ameaça que ainda hoje ronda tantas partes do mundo, também na América Latina,
Brasil inclusive, havendo cobrado o infamante preço de 80 milhões de vidas
sacrificadas na sua loucura. Tudo começou com a desatenção pelo fato de
alimentos estragados estarem sendo servidos à marujada...
Nosso amado Brasil vive, nos tempos correntes, os piores
momentos da sua História, com a séria e sempre presente ameaça de modificação
da ordem vigente e substituição por outra, de marcante influência esquerdista
radical e tendente à privação das liberdades públicas e individuais, à morte da
democracia.
Tudo corolário de nefasto processo iniciado em 1990 e
agravado à medida que os anos se vão passando, sempre sob os auspícios dos
sucessivos governos da República. As próximas eleições presidenciais de outubro
serão um marco decisivo e, não importa
qual for o resultado, é provável que enfrentemos duros e procelosos tempos no
futuro, seja pela continuidade reforçada e acelerada do atual deletério esquema
político-econômico-psicossocial imposto, se a situação for vencedora, seja pela
possível erupção desatada da violência por conta de grupos extremistas
inconformados, reforçados por milhares de agitadores importados do exterior, no
caso de a oposição sagrar-se vencedora.
A tudo, espera-se, e clama-se a Deus, que as Forças Armadas
nacionais acompanhem atentamente, para agir, quando e se necessário, no
cumprimento da sua destinação constitucional e dos sagrados compromissos
assumidos para com a independência, a soberania, a paz, a justiça, o direito, a
liberdade, a democracia, a ordem, o progresso, a integridade do patrimônio e a integração nacionais. E que, na frente
interna, os Comandos responsáveis jamais se descurem de garantir remuneração adequada e condições de
tratamento médico e de outras formas importantes, justas, de bem-estar e de
elevação do moral aos comandados.
A HORA É GRAVE, AS PREOCUPAÇÕES SÃO ENORMES E CRESCENTES,
MAS TEMOS DE SEMPRE TER ESPERANÇA, BASEADOS NO NOSSO VALOR E NA GRAÇA DE DEUS!
_________________________
Sergio Tasso Vásquez de Aquino é Vice Almirante reformado e membro da Academia Brasileira de Defesa, e do Instituto de Geografia e História
Militar do Brasil.
Komintern (Kommunistischen Internationale) - A ajuda fraternal aos partidos comunistas de todo o mundo
Por Carlos I. S. Azambuja
O Komintern - Organização internacional comunista fundada
por Vladimir Lenin e pelo Partido Comunista da União Soviética em março de
1919, que pretendia lutar com “todos os meios disponíveis, inclusive armados,
para derrubar a burguesia internacional e estabelecer uma República Soviética
internacional como um passo transitório à completa abolição do Estado”.
Após a Revolução Bolchevique de 1917, na Rússia, foram
criadas forças e partidos comunistas em vários países, que logo aceitaram as
famosas 21 condições exigidas pela III Internacional – também conhecida como
Komintern ou Internacional Comunista – para que fossem reconhecidos em nível
internacional. O Komintern foi assim definido pelo “Pequeno Dicionário
Político”, editora Progresso, Moscou, 1984: “Estado-Maior ideológico e político
do movimento revolucionário do proletariado”.
Em troca da adesão, o Komintern outorgava a esses partidos a
patente de revolucionários, numa relação periferia-centro que pouco tempo
depois ficaria conhecida como Movimento Comunista Internacional. Essa foi a
origem dos vínculos que, por 70 anos, os comunistas da ex-União Soviética
mantiveram com todos os partidos comunistas do mundo.
Para Lênin, que dirigiu a Revolução Bolchevique, o Komintern
tinha como objetivo “lutar por todos os meios possíveis para a derrubada da burguesia
internacional e criação de uma revolução mundial soviética, como etapa de
transição à completa abolição do Estado”. Nesse contexto, a ditadura
revolucionária do proletariado era o único caminho possível para “libertar a
humanidade dos horrores do capitalismo”.
Logo depois da Revolução Bolchevique, em 1925, foi instalado
em Buenos Aires o Bureau Sul-Americano (BSA) do Komintern, com a tarefa de
coordenar as atividades dos partidos comunistas da região. Nesse sentido, o
papel do Partido Comunista Argentino (PCA), como correia de transmissão da
política do Komintern, passou a ser decisivo, uma vez que, então, o PCA já
possuía contatos com dirigentes da Internacional, em Moscou, que eram os que,
de fato, dirigiam o PC Argentino. Dirigiam, não. Comandavam.
Nessa época o PCA era o partido comunista mais importante da
América Latina, e já contava, em 1923, com cerca de 3.300 militantes.
Em 1928 o Bureau Sul-Americano passou a ter existência legal
na Argentina e a refletir as forças e as precariedades do Komintern na região.
A bolchevização, ou seja, a aplicação irrestrita das 21 condições leninistas e
a adesão incondicional à União Soviética era a condição essencial para que um
partido comunista fosse admitido como membro do Komintern. O Partido Comunista
Brasileiro, fundado em 1922, logo aceitou essas condições. Tanto é assim que
sua denominação era Partido Comunista do Brasil, Seção Brasileira da
Internacional Comunista.
Segundo o dirigente comunista argentino Luis Sommi, enviado
do PCA ao Komintern, em fins de 1934 foi realizada em Moscou a III Conferência
Comunista Latino-Americana, na qual foi aprovada a deflagração, no Brasil, de
um movimento armado. Nesse sentido, a Conferência respaldou a criação da
Aliança Nacional Libertadora, que pouco tempo depois, em julho de 1935, viria a
ser efetivamente criada como uma organização de fachada do PCB.
Sob a tutela da Internacional Comunista, criaram-se uma
série de organizações internacionais, entre as quais podem ser citadas:
Internacional Sindical Vermelha (Profintern), Internacional da Juventude
Comunista, Socorro Vermelho Internacional (MOPR), Internacional Camponesa
(Krestintern) e Internacional Desportiva Vermelha (Sportintern);
Em 15 de maio de 1943, depois de celebrada a Conferencia de
Teerã, o Presidium do Comitê Executivo da Internacional Comunista, “tendo em
conta a maturidade dos partidos comunistas” nacionais, e para evitar os temores
dos países capitalistas aliados, decidiu dissolver a Internacional Comunista.
Em 1947 foi criada a Kominform (Oficina de Informação
Comunista) como substituta doKomintern, que reunia os Partidos Comunistas da
Bulgária, Checoslováquia, França, Hungria, Itália, Polônia, a União Soviética e
Iugoslávia. Foi dissolvida em 1956 por Nikita Kruschev.
William Waak, em seu livro “Camaradas”, assinala que a
Intentona Comunista seria impossível de ser explicada sem levar em conta a
personalidade carismática de Prestes, já então membro do Comitê Executivo do
Komintern. Baseado em dados inéditos, pesquisados nos arquivos doKomintern, em
1993, em Moscou, William Waak demonstra que a Intentona Comunista foi mais uma
ação do prestismo do que do comunismo.
Em 1932, quando o general Agustín Justo tomou o Poder na
Argentina, em decorrência de um golpe de Estado, o Bureau Sul-Americano foi
tornado ilegal, passando a funcionar em Montevidéu.
Sobre o tão falado Ouro de Moscou, ou seja, a ajuda
fraternal que o PC Soviético sempre deu a todos os partidos comunistas do
mundo, deve ser recordado que sustentar um exército de revolucionários
profissionais que tornasse possível a manutenção de casas ilegais (aparelhos),
imprensas, depósitos para literatura, aparatos de autodefesa, gráficas,
serviços de Inteligência, etc, requeria muito dinheiro. Dinheiro que os PCs da
região não tinham. Nesse contexto, a ajuda fraternal, embora limitada para as
necessidades sempre crescentes, não era desdenhável. Aos partidos comunistas
antepunham-se duas alternativas: o caminho das expropriações revolucionárias ou
o da penetração nos grandes âmbitos econômicos – os chamados empreendimentos
partidários. Todos os partidos comunistas do mundo optaram por este último
caminho, que requeria pessoas fiéis e incorruptíveis.
O Ouro de Moscou, no entanto, não fluía sem limites e,
muitas vezes, nem em montantes significativos que atendessem a todas as
necessidades partidárias. Todavia, esse auxílio fraternal foi muito mais amplo
do que se possa imaginar, conforme os balancetes dados a conhecer em Moscou
após o fim da União Soviética, a partir de 1991. Segundo o jornal Konsomolskaya
Pravda de 8 de abril de 1992, o PCUS, somente em 1990 – ou seja, 5 anos após a
implantação das políticas da glasnost e perestroika, de Gorbachev – “ajudou com
mais de US$ 200 milhões os partidos irmãos do mundo, entre os quais o da
Espanha e Portugal e quase todos da América Latina. Os mais beneficiados foram
os partidos comunistas do Chile (US$ 700 mil), da Argentina, da Venezuela e de
El Salvador (US$ 450 mil cada um). Os do Brasil e Colômbia receberam US$ 400
mil cada um. Os partidos de tendência comunista da Espanha receberam US$ 300
mil e o PC Português, o primeiro da lista, U$ 1 milhão”.
O apoio político e a ajuda fraternal, todavia, não eram
dados apenas aos partidos comunistas fiéis a Moscou, como seria lícito supor.
Ao final da década de 70, dos diversos exilados latino-americanos que foram
acolhidos e viveram em Moscou e em países do bloco comunista, cerca de 100
pertenciam à organização argentina de luta armada Montoneros, segundo registra
o livroEl Oro de Moscu, 1994, de Isidoro Gilbert, ex-chefe da agência de
notícias soviética Tass, em Buenos Aires. Ou seja, o PCUS, que se sobrepunha ao
Estado soviético, apoiava também as organizações de luta armada, ao mesmo tempo
em que mantinha negócios e relações diplomáticas com os países onde essas
organizações atuavam, como ficou claro com o apoio em dinheiro, armas e
treinamento aos militantes da Frente Patriótica Manuel Rodriguez, uma cisão do
Partido Comunista Chileno que, em meados da década de 80 descambou para a luta
armada.
Essa ajuda fraternal era, todavia, muito mais ampla que as
cifras mencionadas peloKonsomolskaya Pravda. Implicava também em financiamento
de editoras, gráficas, jornais, revistas, viagens de membros dos aparelhos
dirigentes ao exterior, férias anuais em casas de repouso na Criméia, educação
política e treinamento de quadros nas escolas do partido, em Moscou, inclusive
treinamento militar e outros tipos de auxílio.
Muitos negócios no comércio exterior foram facilitados
graças à interferência do Departamento de Relações Internacionais do PCUS, ao
qual se vinculavam os partidos comunistas de todo o mundo, através de um
“referente” (membro do aparelho do Departamento de Relações Internacionais
responsável pelos assuntos de um PC determinado, encarregado de encaminhar e
buscar solucionar todos os problemas, que ordinariamente surgiam, envolvendo o
partido comunista ao qual ministrava assistência). O “referente” fazia também
as vezes de “perevodchic” (intérprete) quando das reuniões de visitantes
comunistas com funcionários de maior hierarquia do PCUS. Os “referentes” sempre
conheceram de perto e influenciaram nas lutas internas dos partidos comunistas
aos quais davam assistência política.
Nos casos de intermediação de negócios de comércio exterior,
os partidos comunistas recebiam comissões por parte das empresas nacionais que
haviam sido ajudadas. Mas, na medida em que o socialismo real se foi
degradando, particularmente após 1985, quando Gorbachev assumiu o Poder na
URSS, sua decadência influenciou negativamente sobre esses negócios, bem como
sobre os empreendimentos partidários, pois nenhum deles conseguiu adaptar-se à
situação de livre mercado.
Na Rússia de hoje, conforme a imprensa dá conta
quotidianamente, o fim do PCUS deixou a várias frações e diversos ex-dirigentes
pós-soviéticos alguns negócios, dando origem ao que hoje é denominada máfia
russa.
Depois que o PCUS foi formalmente colocado na ilegalidade e
declarado extinto por Boris Yeltsin, em agosto de 1991, seus arquivos secretos
foram abertos e, alguns deles, rapidamente fechados.
Valentin Falin, último chefe do Departamento de Relações
Internacionais do PCUS, que em fins de 1992 solicitou e obteve asilo político
na Alemanha – onde havia sido embaixador – declarou que “em meados de março de
1990, uma grande injeção financeira foi recebida pela maioria dos partidos
comunistas estrangeiros. O da França recebeu US$ 2 milhões, o do Chile US$ 700
mil, os da Alemanha e Portugal US$ 500 mil cada um, o do Líbano US$ 400 mil, o
de Luxemburgo US$ 270 mil, e os da Índia e Argentina US$ 250 mil cada um”
(jornalNovedades, Moscou, 27 de setembro de 1992).
Também o livro “A Conspiração do Kremlin”, escrito
conjuntamente pelo Procurador-Geral da Rússia, Valentina Stepankov, por seu
segundo, Evgueny Lisov, e pelo jornalista Pavel Nikitin, assinala que o PCUS
doava cerca de US$ 20 milhões de ajuda financeira, anualmente, aos partidos
comunistas e organizações revolucionárias de todo o mundo. Esse montante é
considerado correto pelo general da KGB, hoje na reserva, Nokolai Leonov.
Todavia, a imaginação criadora daqueles que geriam os fundos
financeiros do PCUS não tinha limites. Havia outras formas de enviar dinheiro
aos partidos comunistas estrangeiros. A Federação Sindical Mundial, a Federação
Mundial da Juventude Democrática, a União Internacional de Estudantes, a
Federação Democrática Internacional de Mulheres, e outras entidades que
integravam o Movimento Comunista Internacional, também possuíam seus canais, se
bem que mais modestos, de remeter ajuda fraternal às entidades similares dos
países do Ocidente.
Essa tarefa de auxílio aos revolucionários de todo o mundo
teve início em 1920, logo depois da Revolução Bolchevique, através do Serviço
de Relações Internacionais do Komintern, entidade conhecida pela sigla OMS
(Otdel Mezhdunarodnykh Suyasey), que era a alma do aparato secreto do
Komintern, pois controlava os códigos para a transmissão e o recebimento de
mensagens, bem como as planilhas sobre o financiamento aos partidos comunistas,
que eram manuscritas, a fim de que delas não tomassem conhecimento olhares
menos confiáveis.
Existiam, então, representantes do OMS em todo o mundo, aos
quais cabia a tarefa de fazer chegar essa ajuda fraternal a quem de direito.
Esses representantes, contudo, não devem ser confundidos com os dirigentes do
Komintern enviados ao exterior para educar na doutrina científica os membros
dos partidos comunistas estrangeiros.
Os partidos comunistas da América Latina, por exemplo,
durante toda a existência doKomintern, desativado por Stalin em maio de 1943,
receberam a ajuda financeira através doBureau Sul-Americano, em Buenos Aires e,
posteriormente, em Montevidéu.
Nesse sentido, é edificante o quadro publicado por William
Waak, na página 210 do seu livro “Camaradas”, relacionando “os gastos
justificados ao Komintern de abril a setembro de1935” com a conspiração que
resultou na Intentona Comunista. Segundo esse quadro, desde então, Luis Carlos
Prestes era um assalariado do Komintern, recebendo a quantia de US$ 1.714,00.
A nova situação criada com o fim da União Soviética e o
desmantelamento do PCUS afetou fundamentalmente as finanças dos partidos
comunistas de todo o mundo, que a partir de 1992 não mais receberam a ajuda
fraternal à qual haviam se acostumado por 70 anos, levando à falência os
jornais, revistas, gráficas, editoras e demais empreendimentos da maioria –
senão de todos - os partidos comunistas do mundo.
A bem da verdade, deve ser assinalado que essa múltipla
colaboração, sob a hegemonia do PCUS e sob a égide do Movimento Comunista
Internacional, não obscurece o talento e o sacrifício de milhares de militantes
que integraram os aparatos anônimos dos partidos comunistas de todo o mundo,
que participavam de comícios, greves políticas, distribuição de panfletos e
colagem de cartazes, tarefas essas que marcaram a ferro e fogo as
personalidades da grande maioria desses anônimos que fizeram dessa profissão o
seu modo de vida e jamais conheceram outro, e da vida um alheamento da
realidade. Profissão que deglutiu famílias e pessoas diabolicamente convencidas
de estarem lutando por um mundo melhor.
A esses, o dinheiro nunca chegou. Viviam como pedintes, do
que era denominado “circulismo”. Isto é, de arrecadar dinheiro em seu círculo
de amigos, colaboradores e simpatizantes. Muitos desses militantes agora
perguntam: “O que se passou, kamarada?”. Nada, apenas o tempo...
Contraditoriamente, o Partido (com inicial maiúscula) sempre
valorizou e considerou mais útil a seus interesses estratégicos um homem tido
como de direita, com acesso aos organismos empresariais ou de Segurança, que um
provado e leal militante. Essa foi a realidade. Realidade que não significou,
absolutamente, o fim da História. Pelo contrário, o mundo encontra-se apenas no
início de um período duvidoso, carregado de imponderáveis.
Mais perigoso que o dos tempos da Guerra Fria. As
perspectivas são várias e as diversas conjecturas estão em aberto.
_________________
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.
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