segunda-feira, 21 de abril de 2014

Arapongagem registra 359 chamadas e trocas de SMS entre Presídio da Papuda e Palácio do Planalto


Na página do PT no Facebook, a bronca contra a promotora Márcia

Pelo menos uma das cinco “tendências” da Polícia Federal e membros da cúpula da Agência Brasileira de Inteligência têm a informação de que, entre novembro do ano passado e março deste ano, foram registradas 359 chamadas e trocas de mensagens por SMS entre a Penitenciária da Papuda e o Palácio do Planalto. Tal informação, se confirmada oficialmente (a tendência é ser negada), incendeia a guerra da cúpula do governo contra a promotora que ousou pedir a quebra de sigilo de ligações dos celulares nas coordenadas geográficas entre o presídio e a sede do governo da República Sindicalista do Brasil.

O Advogado Geral da União, Luis Inácio Adams, entrou com representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra a promotora Márcia Milhomens Sirotheau Corrêa, do Ministério Público do Distrito Federal. A AGU alega que Márcia agiu de má fé por ter pedido ao Supremo Tribunal Federal a quebra do sigilo das ligações, sem fazer referência direta ao Palácio do Planalto. O presidente Joaquim Barbosa ainda não autorizou o pedido de interceptação telefônica – que é regido pela Lei 9.296, de 1996. Barbosa pediu ao Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que faça um parecer sobre o assunto. Em véspera de CPI-X-Tudo da Petrobras, o caso rende polêmicas na Praça dos Três Poderes.

Na tese da AGU, se houver uma quebra de sigilo de todos os celulares do Palácio do Planalto, estaria configurada uma invasão de privacidade do Poder Judiciário sobre as comunicações do Poder Executivo. Na letra morta da lei no papel, tudo é muito bonitinho. Segundo a AGU, Márcia agiu de forma “heterodoxa”. O problema é que, em Brasília, todo mundo sabe, todos os telefones são monitorados – legal ou ilegalmente. Seja por “questões de segurança nacional” ou por arapongagem absolutamente fora da lei – praticada por agentes do governo ou por empresas de segurança. Ligações telefônicas, e-mails e SMS são escancaradamente espionados em Brasília. Só o falso moralismo do desgoverno não reconhece tal aberração.

A confusão foi gerada por uma inconfidência, feita no começo do ano, pelo Secretário de Indústria da Bahia. James Correia revelou à coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, que, no dia 6 de janeiro, teve uma conversa, por celular, com o reeducando José Dirceu de Oliveira e Silva, hospedado na Papuda desde novembro de 2013, por condenação pelo Supremo Tribunal Federal no processo do Mensalão. O advogado José Luiz Oliveira Lima, defensor de Dirceu, nega que tenha ocorrido tal ligação. Mas o caso acabou investigado pela promotora Márcia Corrêa – que agora é alvo da ira do Palácio do Planalto.

Agora, quem vai pagar o pato é a promotora Márcia Corrêa. Ela será intimada nesta terça-feira pelo CNMP a prestar esclarecimentos sobre seu pedido de quebra de sigilo indiscriminada das ligações celulares entre os dias 1º e 16 de janeiro de 2014. O corregedor do CNMP, Alessandro Tramujas Assad, vai marcar a data para receber as alegações de Márcia e tomar seu depoimento sobre o caso. O absurdo é a promotora ser transformada vítima de uma “reclamação disciplinar”, por querer investigar se um preso usou o celular – fato absurdo, porém dos mais comuns em nosso falido sistema prisional tupiniquim.

Bisbilhotagem Geral

O Alerta Total adverte o que já denunciou ontem. Por alegadas questões de “segurança nacional”, às vésperas da Copa do Mundo da Fifa, as telecomunicações no Brasil estão sob censura e vigilância.

Tudo é monitorado (ligações telefônicas, por celulares, trocas de mensagens por SMS e e-mails) por diversos sistemas de gerenciamento de informação, tanto do governo como de grandes empresas privadas de segurança que prestam serviços para a Fifa.

Nesta conjuntura de arapongagem ampla, geral e irrestrita, os esquemas de poder aproveitam para monitorar o que andam fazendo aqueles considerados adversários ou inimigos, checando até que nível vai o grau de “conspiração”.

Recadinho

Ao cidadão de bem, que é honesto e nada teme, só resta prestar uma homenagem aos arapongas e fdps do governo do crime organizado com a imortal canção de Cris Nicolotti, no espetáculo “Se piorar estraga”:


Se a petralhada assim desejar, a musiquinha também vale para vocês...

Quando vai cair?

Releia o artigo de domingo: Quando vai cair o regime meliante

Assuma sua parte, Dilma...


Tacada péssima

Elio Gaspari contou a historinha de um jantar na casa do milionário Jeffrey Soffer, em Miami, nos EUA, onde o bilionário Eike Batista tentou convencer o craque de Beisebol Alex Rodriguez, maridão da linda atriz Cameron Diaz, a investir na OGX, que anunciaria, em breve, grandes descobertas de petróleo.

Alex teria ligado para seu corretor e voltou para Eike com uma mensagem desagradável:

“Ele disse para eu esquecer essa história e não voltar a mencioná-la, porque, se o fizesse, iríamos os dois para a cadeia”.

Homem do taco

Se Alex tivesse confiado no taco de Eike, cada dólar investido estaria valendo hoje um centavo...

Por ironia, Eike costumava citar movimentos táticos do Beisebol nas mensagens de twitter com seus investidores.

Agora, precisa torcer contra as tacadas da CVM, do Ministério Público, da Polícia Federal e dos investidores prejudicados – todos doidos para tirá-lo do jogo do mercado de capitais.

Releia o artigo de João Vinhosa: Lula, Eike e a PolíciaFederal

Diga os nomes...

A ex-empregada da Petrobras, Rosane França, viúva do engenheiro Gesio Rangel de Andrade, peca ao não revelar os nomes de quem teria pressionado seu marido a aceitar superfaturamentos e contratos aditivos na obra do gasoduto Urucu-Manaus, na Amazônia:

“O preço que a Petrobras aceitou já estava superfaturado. Era mais caro do que fazer gasoduto na Europa com alemão trabalhando. Como ele ia assinar algo que seria contestado pelo Tribunal de Contas da União”.

Em 2006, a obra começou licitada por R$ 2,6 bilhões, mas só ficou pronta a um custo de R$ 4,48 bilhões.

A diretoria de Engenharia da Petrobras era comandada, na época, por Renato Duque, responsável pelas negociações com as empreiteiras.

A punição

Falecido há dois anos, Gesio foi exonerado do comando da obra do gasoduto, no final de 2007, no mesmo momento em que Ildo Sauer (também contra o superfaturamento) foi detonado da diretoria de gás e energia.

Para o lugar de Sauer foi nomeada Maria das Graças Foster – que mais tarde assumiria a presidência da estatal de economia mista.

Participaram da obra do gasoduto as empresas Consórcio OAS/Etesco (trecho A, Urucu Coari), Consórcio Andrade Gutierrez/Queiroz Galvão/Carioca Engenharia (Trecho B1, Coari-Anamã) e Consórcio Camargo Corrêa/Skanska (trecho B2, Anamã-Manaus).  

Lamaçal eleitoreiro

Em discurso, Aécio ressalta humilhação a que Dilma submete prefeitos do país.

Por CoroneLeaks (Coturno Noturno)
Vem aí a Grande Vaia para Dilma...

Vem aí a Grande Vaia para Dilma...

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, subiu o tom da suas críticas ao governo federal nesta segunda-feira (21) ao apontar promessas "repetidas em vão" e "humilhação" de prefeitos pelo Planalto. O senador também citou "escândalos em série" que envolveriam o governo e que, segundo ele, "tomaram de assalto" o Brasil.

"O país nos cobra exaltado e indignado a necessidade de uma reforma política, onde não haja mais qualquer espaço para a conivência, o aparelhamento, o compadrio político, o desvio de conduta e a corrupção endêmica que tomou de assalto o Estado nacional", afirmou.

Aécio foi o orador oficial da cerimonia de celebração da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto (MG), convidado pelo governador Alberto Pinto Coelho (PP), seu aliado. Ganhou assim um espaço político em pleno feriado para se manifestar contra o governo Dilma Rousseff. O presidente nacional do PSDB se referiu à cerimônia como "a mais importante tribuna de Minas quando Minas fala ao Brasil". E acenou aos prefeitos ao criticar a "insolvência e insuficiência financeira" das gestões municipais –motivada, segundo Aécio, pela falta de um pacto federativo.

"Esperamos a hora em que finalmente a solidariedade política e o espírito público libertarão os senhores prefeitos do ferrolho da crônica dependência e das humilhantes obrigações em reverência ao poder central", disse o tucano.

Aécio criticou o que classificou como "forte recrudescimento da violência" no país, a "insuficiente e irresponsável" forma de tratar a saúde e problemas da educação que, para ele, comprometem valores da sociedade. E voltou a falar em corrupção. "O país também nos exige rigor, responsabilidade e autoridade para condução dos negócios de Estado e rechaça de forma vigorosa os escândalos em série, intermináveis, que nos humilham como povo, que reduzem nossa dimensão perante a comunidade internacional. Não é esse o Brasil que queremos", disse.

No palanque de 21 de abril com Aécio na vitrine, não faltaram pedidos de voto. "Senador Aécio, sua vez chegou: Minas vai elegê-lo presidente da República", discursou o prefeito de Ouro Preto, José Leandro Filho (PSDB). Na platéia dos convidados, um grupo do PSDB jovem gritou "Aécio presidente". O governador Pinto Coelho, anfitrião, disse que "o sonho de Minas está mais vivo do que nunca".

ENTREVISTA

Em entrevista antes do discurso, Aécio disse que sua intervenção foi pensada "com os dois olhos no retrovisor, mas sobretudo no futuro do Brasil". Segundo ele, foi um discurso sobre "o sentimento que não é mais só de Minas". "O Brasil precisa praticar valores como a ética e o respeito até aos adversários na disputa política. Há um sentimento de cansaço e de indignação em relação a muito do que assistimos hoje de forma corriqueira", afirmou.


Ele voltou a defender a aprovação da CPI da Petrobras e disse que estará em Brasília nesta terça-feira (22) para esperar o posicionamento da ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o pedido da oposição para que seja garantida investigação específica na comissão. "A CPI da Petrobras não é demanda da oposição, é da sociedade brasileira", disse. (Folha Poder)

“Pai, posso trancar minha matrícula na Faculdade?”

Por Aurelio Stupp
cce 
Essa pergunta me foi feita pela minha filha de 17 anos.

Motivo?

Medo, pavor, insegurança.

Minha filha estuda na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a mesma que outrora já foi referência nacional em diversos cursos, mas que hoje transformou-se num antro de drogados, ladrões, traficantes, assaltantes e uma corja das piores, não estou generalizando é claro, mas um pequeno grupo de vagabundos drogados, espalha a insegurança no campus.

Logo no início do ano, a polícia prendeu lá alguns drogados e traficantes, depois disso o bando de covardes, malandros amotinaram-se em frente a Reitoria, a segurança foi expulsa e começaram a entrar os marginais, armados roubando motos, passando de moto e arrancando a mochila de estudantes, consumindo e traficando drogas da maneira que bem entendem.

Os elevadores simplesmente não funcionam, colocaram um aviso: “Elevadores não funcionam por falta de verba para manutenção, utilize as escadas”, quando se chega as escadas outro aviso, “Detalhe, utilize a luz do seu celular, pois não há iluminação nas escadarias”, a maior parte do campus está as escuras, não há nenhuma iluminação.

Prédios espalhados em construção pela metade, já a anos.

Minha filha, poderia ter se beneficiado dos maldito sistema de cotas, tanto pela doença congênita que lhe dei de herança, quanto pelo sistema de ensino público, mas não fez isso, foi de “cara pro vento”, fez o vestibular, passou em uma boa colocação, mas quase perde sua vaga para cotistas, vagabundos, vadios, incapacitados para entrar numa Universidade utilizando-se da “bengala das cotas”, tirando vagas de estudantes capazes, e que deram duro nos estudos para chegar ao Ensino Superior, sonho ceifado por analfabetos funcionais, ela (minha filha), trabalha em tempo integral, do trabalho para casa, de casa para a Faculdade e de volta para casa, tendo que atravessar metade do campus, completamente às escuras para chegar ao ponto onde pega a Van, namoro só aos finais de semana e feriados, estudiosa, trabalhadora.

Não dei resposta a ela, não sei o que dizer, se concordo, destruo o sonho dela e também o meu, que é dar aos meus três filhos as oportunidades que não tive, mal consegui terminar o Ensino Médio, se discordo, coloco ela em risco de que algo de muito mal possa lhe acontecer, o que faço, qualquer resposta minha estará errada.

Após ler isso, pergunte-se você, qual o motivo da educação e segurança estarem nessa situação?

A resposta é simples, os recursos que deveriam ser aplicados nessas áreas estão nas mãos dos mensaleiros, nas doações feitas ao ditador Africano, onde seu filho tem os carros mais caros do mundo, vive numa orgia, paga o equivalente a 120 mil reais a uma prostituta por uma hora de programa, está no Porto de Cuba, nas doações bilionárias feitas a Cuba e Albânia, na “Copa das Copas” e suas obras superfaturadas, nas doações feitas a Venezuela, Bolívia, aos terrorista do “Hammas” na Palestina, nos cartões corporativos.

Quero ver um FILHO DA PUTA de um PTralhão vir aqui e dizer o contrário, algum vagabundo comunista sujo, bando de assassinos, assassinos de seus comparsa, de sonhos, de futuro, corja suja nojenta, nunca, jamais votei em qualquer um dessa quadrilha de bandidos, mas um bando de alienados, retardados, também FILHOS DA PUTA, nos impuseram essa corja, esses malditos que devoraram o país, ralé nojenta, tanto o bandidos do poder quanto os retardados que os mantém lá.

“A Esperança Venceu o Medo”, bando de lixo, o medo está em cada esquina, em cada casa, que a corja de mendigos continuem a vender seu voto em troca de “Bolsa Família”, a grande maioria recebendo o benefício para comprar drogas, beber cachaça, fazer mais filhos para receber mais, quem está na miséria extrema não recebe, e são 5 milhões de famílias, continuem a eleger estupradores, pedófilos, bêbados, ladrões, terroristas, continue grande povo brasileiro, acabem logo com tudo de uma vez, cambada de sanguessugas.

Deixo aqui registrada a indignação de um pai, um cidadão, um brasileiro patriota que quer o melhor para o seu país, seu povo, sua família!



O carteira preta

Por Luiza Villaméa

CarteiraPrete-8
O  delegado  Carlos Alberto Augusto  ganhou  o apelido
do título na ditadura,  quando era investigador do DOPS
de São Paulo.  Ele garante 
que não foi torturador,  
mas 

seus 
três heróis são de 
lascar. Dois viraram símbolo 
da 

tortura 
no Brasil. 

O outro ficou famoso como delator. 
FotoRodrigo Capote.
Carlos Alberto Augusto, 70 anos completados no dia 1o de abril, fez questão de vestir smoking para ser entrevistado pela BRASILEIROS. No salão de seu cabeleireiro em São Paulo, depois de ter os cabelos cuidadosamente escovados, ele explicou o motivo do traje: “Tenho o maior respeito pelas Forças Armadas. Como nunca fui militar e nunca tive farda ou uniforme de festa, a partir de agora vou passar a me apresentar de smoking, em respeito às Forças Armadas. E essa gravatinha preta que está no meu pescoço é em respeito às vítimas do terror”. Entre 1970 e 1977, o delegado trabalhou como investigador do DOPS de São Paulo, na equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Conhecido pela crueldade nas sessões de tortura, Fleury morreu em maio de 1979, depois de cair de sua lancha, em Ilhabela, no litoral paulista. O antigo chefe é um dos heróis do delegado Augusto, que ganhou o apelido Carteira Preta nos tempos de investigador do DOPS. Ele conta que a alcunha se deve ao fato de ter usado por muitos anos uma carteira funcional de cor preta.

Os outros dois heróis nomeados pelo delegado são o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo. Brilhante Ustra chefiou entre 1970 e 1974 o DOI-Codi de São Paulo, um dos mais truculentos centros de repressão do País. Cabo Anselmo, por sua vez, jamais alcançou a patente pela qual ficou conhecido. Líder da Revolta dos Marinheiros de 1964, ele depois se infiltrou em organizações de resistência armada à ditadura, que ajudou a dizimar com suas delações. O investigador Carteira Preta também assumiu o papel de infiltrado nos anos 1970. Com o codinome César, ele atuou em parceria com Cabo Anselmo em pelo menos uma temporada, que culminou com a morte de seis guerrilheiros, no chamado Massacre da Chácara São Bento, em Abreu e Lima (PE). “Procurei cumprir minha missão, que é salvar vidas”, afirma o delegado, ao falar sobre o massacre. Na Justiça Federal, tramita uma ação em que ele é acusado de participar do desaparecimento de um corretor da Bolsa de Valores de São Paulo, Edgar de Aquino Duarte, antigo colega de Cabo Anselmo na Marinha. “Não tem nenhuma prova de que eu tenha prendido esse cidadão”, diz o delegado.

Ele também garante que não foi torturador, embora seu nome conste de relação de algozes preparada por ex-presos políticos. Em maio do ano passado, três meses depois de transferido para Itatiba, no interior paulista, o delegado foi alvo de um protesto organizado por ativistas da Frente de Esculacho Popular. Inspirado em ações realizadas na Argentina e no Uruguai, o grupo procura localizar os torturadores da época da ditadura e denunciá-los em público. Na ocasião, panfletos com um resumo biográfico não autorizado do delegado foram distribuídos na cidade. “Esse é um esquema montado para desmoralizar as autoridades policiais. Quem me conhece, me ama. E acaba me chamando de Carteirinha”, diz. Aposentado desde o dia 5 de fevereiro deste ano, o delegado conta nas páginas seguintes a sua versão da história.

BRASILEIROS – Onde o senhor estava quando ocorreu o golpe de 1964?

AUGUSTO – Eu tinha 20 anos, trabalhava como vendedor numa multinacional. Encontrava-me na rua Florêncio de Abreu, próximo ao Mosteiro dos Jesuítas no Largo São Bento, no centro de São Paulo. Lembro de papéis picados jogados dos edifícios, hinos pátrios tocando alto em apoio às Forças Armadas, que nos salvaram do comunismo. Foi uma festa com liberdade e segurança total. Teve apoio da imprensa, da sociedade brasileira, dos informantes e alcaguetes.

BRASILEIROS – Como se decidiu pela carreira de policial?

AUGUSTO – O policial de verdade nasce policial. Tem caráter de policial, sangue de policial nas veias. E precisa ter coragem e muita sorte. Foram 44 anos, dois meses e cinco dias de profissional da polícia. No total, tenho certidão de 55 anos trabalhados em prol do Brasil, sempre recolhendo impostos.

BRASILEIROS – E o apelido Carteira Preta?

AUGUSTO – Sou policial por rígido concurso público. Em estágio probatório, fui designado para cumprir minha missão no DOPS, onde minha carteira funcional era preta. Lá também trabalhavam ex-guardas civis, com carteira funcional vermelha, escrivães com carteira verde, e delegados, que até hoje usam carteira vermelha. Como investigador de polícia, tira de verdade, me restou esse apelido, Carteira Preta. Com a carteira, fui Policial do Mês, Policial do Ano. Recebi vários elogios de secretários de Segurança, procuradores do Estado, governadores. Mas o gostoso e o que me honra muito é ser elogiado pelas vítimas, pela sociedade que reconhece os bons policiais. E é à sociedade brasileira que devo satisfações, a quem tenho de prestar contas. É ela quem paga meu salário, hoje discriminado, ganhando menos por ser aposentado.

BRASILEIROS – Entre os presos políticos, o senhor é também conhecido como Carlinhos Metralha. Por quê?

AUGUSTO – A mentira é sempre a arma dos comunistas, terroristas, ladrões do povo. Tomei conhecimento desse apelido quando entrei com uma ação contra o maior grupo de mídia do Brasil, que divulgou na televisão uma reportagem falando nesse apelido. A ação que impetrei foi difícil, desgastante, mas ganhei uma vergonhosa indenização na Justiça. Afinal, enfrentei bancas de advogados com fortes ligações com o judiciário. Esses comunistas piratas, terroristas que me respeitavam muito, inventaram isso. Eu tinha minha metralhadora de nove milímetros sempre nas mãos. Foi comprada por mim, mas o Estado me expropriou.

BRASILEIROS – Expropriou? Como?

AUGUSTO – Quando eu saí do DOPS e fui para o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), o delegado que estava no DOPS patrimoniou a metralhadora, não sabendo que era minha. Eu não pude pegar. Ficou para o Estado, sem minha autorização. Era uma Smith de nove milímetros, comprada no Exterior.

BRASILEIROS – Entre 1970 e 1977, o senhor trabalhou diretamente com o delegado Fleury, no DOPS, em São Paulo. É considerado o braço direito do delegado. O senhor fazia exatamente o quê?

AUGUSTO – Nunca fui braço direito do herói doutor Sérgio
Paranhos Fleury. Este sim, foi delegado de polícia comprometido com a sociedade, cumpriu sua missão. Eu procurava fazer o melhor para salvar e defender vidas. Infiltrei-me em quase todas as organizações criminosas. Só faltaram os partidos políticos.

BRASILEIROS – Como o senhor define o delegado Fleury?

AUGUSTO – Homem de verdade, macho, cumpridor de ordens, hierarquia sempre. Herói nacional.

BRASILEIROS – Em maio do ano passado, o senhor foi alvo de um protesto da Frente de Esculacho Popular, em Itatiba, no interior de São Paulo, para onde havia sido transferido três meses antes, depois de promovido a delegado de segunda classe. Como foi?

AUGUSTO – Essa manifestação de otários, sócios do clube dos imbecis, me deixou feliz e contente. Lutei e vou lutar sempre pela democracia, pela liberdade de imprensa, de ir e vir, de gritar bem alto: “Cuidado com os Comunistas”, “Eles comem criancinhas”. Eles são covardes, falsos revanchistas, terroristas, ladrões do povo, acostumados ao cárcere, sempre escudados pela frase “Sou preso político”. Assim ganham indenizações.

BRASILEIROS – Qual foi a reação das pessoas da cidade?

AUGUSTO – Na delegacia, na padaria, no lugar onde eu almoçava, todos foram solidários comigo. Esse esquema do esculacho é do Partido Comunista. Já atuaram assim na Argentina, no Uruguai. É um esquema para desmoralizar as autoridades policiais, para o partido crescer. Quem me conhece, me ama. E acaba me chamando de Carteirinha.

BRASILEIROS – Tanto os manifestantes que foram a Itatiba quanto presos políticos afirmam que o senhor foi torturador. O senhor torturou?

AUGUSTO – Não, nunca torturei. Mas todo criminoso dá a interpretação dele. Para essa cambada de vagabundos, vadios, ladrões do povo, terroristas, estou torturando até hoje. Se não me respeitassem, não falavam inverdades de mim. Lutei pra isso. Deixa falarem. Depois eu cobro na Justiça, em que confio. Demora, mas ganho sempre.

BRASILEIROS – E a tortura no DOPS?

AUGUSTO – Não tinha. Não tinha tortura de jeito nenhum.

BRASILEIROS – Como assim?

AUGUSTO – Posso lhe garantir o seguinte, eu ficava muito tempo fora. Quando estava dentro, nunca vi tortura. Também não consta. Diariamente, a orientação de todos os advogados é para o cliente dizer que foi torturado. Naquela época, os advogados dos terroristas também orientavam nesse sentido. Mas quem está sento torturado agora sou eu. Com 70 anos de idade, sob pressão de bandido.

BRASILEIROS – O senhor faz aniversário em 1º de abril, o mesmo dia do golpe.

AUGUSTO – Não houve golpe. Vou explicar. O que houve foi contragolpe. Na época, eu não era policial, mas acompanhava pelos jornais. Jânio Quadros foi a Cuba com o vice dele, João Goulart. Voltaram com dinheiro para pagar despesas da campanha política. Os dois. Jango comprometeu-se com Fidel Castro que iria facilitar a implantação do comunismo no Brasil. Essa informação que estou lhe passando agora, o Exército ficou sabendo naquela época. E o povo brasileiro exigiu que o Exército tomasse providência. Jânio Quadros ficou nove meses no poder, sob pressão dos militares, o que ele chamou de forças ocultas. Com a renúncia dele, o vice jamais poderia assumir. Por quê? Porque eles chegaram até a condecorar Che Guevara, o braço direito de Fidel Castro, quando ele veio ao Brasil.

BRASILEIROS – Quando o senhor estava no DOPS, como era o seu contato com o coronel Brilhante Ustra, do DOI-Codi?

AUGUSTO – Nunca trabalhei numa unidade do Exército. Não tinha contato com o coronel Ustra. Eu o conheci há oito anos, num jantar. Para mim, o coronel Ustra é um herói nacional. Contra a pátria não há direitos. A única falha das Forças Armadas foi não ter aplicado os artigos do Código Penal Militar que preveem julgamento e condenação à morte em caso de guerra. E nós vivemos uma guerra. Uma guerra traiçoeira, porque não existia fardamento de uma das partes.

BRASILEIROS – E como era o contato com o II Exército?

AUGUSTO – Não era assim. O que existia na época era a comunidade de informações, os órgãos de inteligência. Nas reuniões, participavam as autoridades, os governadores. Aliás, eu fiz a escolta de Laudo Natel (quando ele foi governador eleito de forma indireta, de 1971 a 1975). Fiz também a escolta do promotor Hélio Bicudo. Ele não queria, mas nós saíamos todos correndo atrás dele, para dar proteção.

BRASILEIROS – Na época em que ele denunciava o Esquadrão da Morte?

AUGUSTO – É. Fiquei na porta da casa dele, passando frio. Ele não teve a dignidade de oferecer um café para os policiais. Quem ofereceu café e o banheiro da empregada para os policiais do DOPS foi um vizinho dele.

BRASILEIROS – É curioso que justamente o senhor tenha feito a proteção de Hélio Bicudo. Ele acusava Fleury de comandar o Esquadrão da Morte.

AUGUSTO – O doutor Hélio Bicudo estava apurando fatos que não existiam. De qualquer forma, a missão da polícia é proteger a sociedade. Ele está vivo até hoje. Doutor Fleury nunca falou mal do doutor Hélio Bicudo. Nada. Ele estava na função dele, de promotor do Estado. E o doutor Fleury estava na função dele, de delegado de polícia.

BRASILEIROS – A morte de Fleury foi um acidente? Ou queima de arquivo?

AUGUSTO – Foi realmente um acidente. Nós apuramos tudo. Investigamos cem vezes. Se alguém tivesse praticado esse crime, garanto que também não estaria vivo.

BRASILEIROS – O senhor se considera um arquivo vivo da ditadura?

AUGUSTO – Não. Se fosse, esses canalhas vermelhos, covardes, já teriam me matado. Eles não querem saber das verdades, aquelas tomadas por juízes, delegados de polícia, promotores de justiça, padres alcaguetes, etc. Essa verdade não interessa a eles, gostam como sempre de ouvir A Internacional. É o hino preferido dos comunistas. E eles são perigosíssimos.

BRASILEIROS – Mas o senhor acredita que corre perigo?

AUGUSTO – Demais. O único delegado da Polícia Civil que enfrenta esses canalhas, esses bandidos, sou eu. E vou continuar enfrentando. E vou dizer. Vou morrer trocando tiro.

BRASILEIROS – Está escrevendo um livro de memórias?

AUGUSTO – Só rascunhos, de alguns serviços feitos, no tráfico de drogas, ladrões de autos, sequestros desvendados, mas estou pesquisando no Arquivo Público do Estado de São Paulo (lá está o acervo do DOPS, com 13 mil pastas de dossiês, 150 mil prontuários e cerca de dois milhões de fichas).

BRASILEIROS – Apenas a Comissão Nacional da Verdade tem poder para convocar depoentes. O senhor aceita prestar depoimento em outra comissão aberta para apurar os crimes da ditadura, como a do Estado de São Paulo?

AUGUSTO – Sendo convocado, não tem outra saída. Sou funcionário público. Mas, como é para falar a verdade à sociedade, tem que ser de público, à noite, com a mídia presente, ao vivo. Tenho de convidar meus amigos, parentes, superiores, Forças Armadas, parentes das vítimas, e ser sabatinado, mas por quatro anos. Só assim a verdade virá à tona.

BRASILEIROS – Por que à noite? E por quatro anos?

AUGUSTO – Durante o dia, esses bandidos, como foram indenizados, não trabalham mais. Eles já estão ricos. Então, vão em todos os eventos possíveis para falar mal das autoridades policiais. À noite, eu poderia levar os meus amigos e a sociedade. Porque a sociedade é ordeira e gosta de trabalhar. E eles são vagabundos. E não adianta me convidarem para ir à comissão da verdade por quatro horas. Eles querem quatro horas só para humilhar. A história que eu tenho para contar, eu poderia ficar quatro anos falando. Eu quero falar sobre o Partido Comunista, sobre os assassinatos, os justiçamentos que eles fizeram.

BRASILEIROS – O senhor atuou infiltrado em Recife, em um grupo da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária, de resistência armada à ditadura). É verdade que naquela época participou de uma reunião com o bispo Dom Hélder Câmara (arcebispo, defensor dos direitos humanos)? Como foi?

AUGUSTO – Fiquei infiltrado muito tempo nessa covarde organização terrorista criminosa. Tive várias reuniões com o cardeal, na casa paroquial, em Olinda. Respeito muito Dom Hélder, mas me nego a dizer o que ele instigava.

BRASILEIROS – No começo de 1973, o senhor estava em Recife, atuando com o codinome César, em parceria com Cabo Anselmo (líder da Revolta dos Marinheiros em 1964, mais tarde espião e delator, a serviço do delegado Fleury). Foi quando seis militantes da VPR foram mortos, em um sítio em Abreu e Lima (PE). O episódio é conhecido como Massacre da Chácara São Bento. O que aconteceu?

AUGUSTO – Procurei cumprir minha missão, que é salvar vidas. A carta veio de Cuba. Por essa ordem vinda de Cuba, um tribunal revolucionário vermelho, composto pelas vítimas, terroristas, havia condenado à morte o herói José Anselmo do Santos, ou Cabo Anselmo, ou Jonathan, ou Daniel. Falei que o apartamento não era lugar para executar ninguém. Disse que eu levava o Cabo Anselmo para a área de guerrilha, porque não era um sítio, era área de guerrilha. Ele estava armado. Entregou a arma. Eu o amarrei.

BRASILEIROS – E depois?

AUGUSTO – Após o julgamento, saí com o Cabo Anselmo para a execução. Depois, deveria enterrá-lo em local próximo e não sabido, em vala feita pelos marginais do tribunal. Mas, devidamente avisadas, as forças repressoras cercaram a área, para prender os idiotas. Ocorre que um cachorro atacou um policial, que deu um tiro, em vez de uma paulada. Com o barulho, sabendo que não tinham chances, os terroristas reagiram, para não ir para a tortura. Era o que mandava a cartilha do facínora Marighella (Carlos Marighella, líder da ALN, a Ação Libertadora Nacional, que escreveu o Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano). Eles fizeram o que aprenderam nos cursos de guerrilha de Cuba. Morrer pela causa e pela revolução. Eles reagiram. Morreram. Eu e o Cabo Anselmo estávamos bem longe do local. Não posso dizer nada sobre os detalhes. Não sei. 

BRASILEIROS – Desde então, o senhor foi uma espécie de protetor do Cabo Anselmo. É assim?

AUGUSTO – Sempre fui pago para proteger a sociedade. Cumpri o meu dever. O Cabo Anselmo deveria ter a proteção do Estado, compromisso assumido na época. Mas os dirigentes do Estado mudaram, deixaram o Cabo Anselmo na mão. Hoje, vive como morador de rua, em algum assentamento do MST ou numa invasão de prédios na capital de São Paulo.

BRASILEIROS – O vínculo entre os senhores se rompeu em outubro de 2011, depois de ele dar uma entrevista na TV Cultura?

AUGUSTO – Não se rompe afetividade. Gosto dele até hoje. Como homem de verdade, ele evitou muitas mortes, procurou ajudar as autoridades no dever cívico, de brasileiro. Nunca traiu a pátria como esses muitos que estão no poder.

BRASILEIROS – O próprio Cabo Anselmo assume que delações dele provocaram mais de cem mortes nos grupos de esquerda.

AUGUSTO – Não é assim. Eu vou explicar. Quando ele foi entrevistado pelo Pena Branca (Octávio Ribeiro, o Pena Branca, primeiro jornalista a entrevistar Cabo Anselmo, em 1984, para a revista IstoÉ), a resposta sobre as baixas ficou “não sei, podem ser cem, podem ser 200”. Na verdade, ele não entregou ninguém. Ele estava sob vigilância havia alguns meses. Sabe o Carlos Eugênio da Paz (um dos comandantes da ALN )? Sabe por que ele está vivo? Porque interessava aos órgãos de segurança.

BRASILEIROS – Mas ele não era informante da repressão.

AUGUSTO – Não. Mas bastava segui-lo para chegar aos contatos dele. Ele não cumpria nenhuma norma de segurança da cartilha do Marighella. Sabe a Tereza Ângelo (guerrilheira da VPR)? Eu a recebi na antiga rodoviária de São Paulo. Ela não sabia, é claro. De lá, ela tomou um ônibus para um ponto (encontro clandestino) em Santo Amaro. Depois retornou para o centro. Entrou na Biblioteca Mário de Andrade. Para entrar lá, tem de deixar a bolsa no guarda-volumes. Eu me identifiquei para o funcionário, peguei a bolsa, fotografei tudo. Ela estava com espelhos de identidades e passaportes falsos. Pelo rádio, me comuniquei com o doutor Fleury. Já tinha passado o número do ticket da mala que ela deixou na rodoviária, que também foi aberta e examinada. Quando saiu da biblioteca, essa moça foi à Polícia Federal, que ficava na rua Xavier de Toledo. Sei com quem ela conversou. De lá, ela voltou para a rodoviária. Quando embarcou, o doutor Fleury passou os dados dela e do ônibus para os policiais do destino. Era só campana, campana, campana. E tinha campana móvel e fixa.

BRASILEIROS – E a aproximação com o Cabo Anselmo? Como foi?

AUGUSTO – Como sempre, alguém o caguetou. A informação inicial veio do meio deles. Depois das investigações, as campanas se desenrolaram. Passamos a acompanhá-lo. Como estava só, levou o bote.

BRASILEIROS – O senhor também atuou infiltrado no movimento sindical do ABC. O que apurou?

AUGUSTO – Não é só isso. Atuei no Estado, chefiava a Delegacia de Sindicatos e Associações de Classe do DOPS. Fiz curso de sindicalista, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, quando o presidente era o Joaquinzão (Joaquim Andrade dos Santos, símbolo do peleguismo durante a ditadura). Não aceitei o certificado expedido, optei pela Polícia Civil de São Paulo, com quem casei e fui traído. Se eu tivesse optado pelo sindicalismo, com a experiência de investigador de polícia, tenho certeza de que seria hoje um ministro mais qualificado do que os que estão nos governando. Pelo menos na honestidade.

BRASILEIROS – Em um processo na Justiça Federal, o senhor é acusado de participar do desaparecimento de Edgar de Aquino Duarte, corretor da Bolsa de Valores de São Paulo. Segundo o Ministério Público, o senhor participou da prisão dele, em junho de 1973. Como foi?

AUGUSTO – Não tem nenhuma prova de que eu tenha prendido esse cidadão. Não tem porque não existe nem o fato, muito menos a prisão.
O que vem acontecendo há mais de 15 anos são boatos, mentiras dos covardes, terroristas que inventam coisas sobre minha pessoa. São tão otários que estão me promovendo, promovendo meu nome, minha coragem, minha habilidade profissional.

BRASILEIROS – A antiga sede do DOPS hoje abriga o Museu da Resistência. O senhor já foi lá?

AUGUSTO – Fui na inauguração e assinei o livro de presença. Aquele prédio é um prédio histórico. Achei muito bem aproveitado. Uma coisa até bacana. Só que deviam mostrar a verdade. Antes, ali era uma família, todos se respeitavam, eram muito solidários.

BRASILEIROS – O que acontece quando o senhor coloca a cabeça no travesseiro? O senhor dorme tranquilo?

AUGUSTO – Além de dormir tranquilo, acordo sempre feliz por ter cumprido minha missão à altura do que o povo merece. Fiz o meu dever.



Ex-presidente da Petrobras recoloca Dilma no imbróglio de Pasadena e ratifica necessidade de CPI


dilma_rousseff_427Sinuca oficial – Há uma briga silenciosa e crescente nos bastidores do Palácio do Planalto, que contrapõe a presidente Dilma Vana Rousseff e seu antecessor, o lobista Luiz Inácio da Silva. Ciente de que uma nova queda de Dilma nas pesquisas colocará o projeto totalitarista do partido na corda bamba, Lula adotou um comportamento dual. Enquanto, diante de câmeras e microfones, defende a reeleição da sucessora, nas coxias do poder o ex-presidente vem alimentando uma guerra que cada vez torna-se identificável.

Depois do movimento “Volta Lula”, que ainda não produziu qualquer resultado surpreendente nas pesquisas eleitorais, o cenário político nacional abre a semana com mais uma polêmica. A declaração do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, no domingo (20), disse que Dilma não pode fugir à responsabilidade pela conturbada e polêmica compra da refinaria de Pasadena, no Texas.

José Sérgio Gabrielli reconhece que o relatório entregue ao Conselho de Administração da estatal foi “omisso” ao não disponibilizar as malfadadas cláusulas que constavam do contrato, mas Dilma, que à época dos fatos era ministra-chefe da Casa Civil e presidia o conselho da empresa, “não pode fugir da responsabilidade dela”.

Ao custo de US$ 1,25 bilhão, o negócio é considerado péssimo e gerou um enorme prejuízo aos cofres da estatal, cujo controle acionário é da União, ou seja, do povo brasileiro. No momento em que Gabrielli faz tal afirmação, contrariando as desculpas de Dilma Rousseff, torna-se imprescindível a instalação de uma CPI específica para investigar a empresa, que ao longo da última década foi transformada pelo PT em uma usina de escândalos de corrupção.

Dilma vem tentando nas últimas semanas escapar do olho do furacão, utilizando inclusive algumas estratégias pouco convincentes, como, por exemplo, o aumento da veiculação de campanhas publicitárias da Petrobras, mas a missão parece não ter produzido os resultados desejados. O PT trabalha com a possibilidade de Dilma e o ainda ministro Guido Mantega, da Fazenda, serem responsabilizados pelo péssimo negócio envolvendo a Petrobras e a belga Astra Oil. Mantega foi parceiro de Dilma no Conselho de Administração da Petrobras.

Depois de Cuba, Dilma vai botar U$ 1 bilhão em super porto uruguaio.

Brasil ofreció apoyo para puerto de aguas profundas
Dilma garantiu a Mujica o apoio brasileiro. Clique aqui.
O Brasil está em vias de entrar em uma polêmica no Mercosul ao apoiar um superporto no Uruguai que poderá roubar cargas dos terminais brasileiros. O apoio brasileiro, repetindo um financiamento a Cuba, deve ser forte: cerca de US$ 1 bilhão do BNDES, recursos do Orçamento, via Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), e conhecimento técnico, segundo fontes que acompanham a negociação. As conversas entre Brasil e Uruguai para a construção de um porto de águas profundas estão a pleno valor.

Maior oferta de frequências marítimas, fretes mais baratos, tempo de deslocamento menor e, principalmente, possibilidade de alcance do mercado asiático pelo Estreito de Magalhães (na extremo sul do continente), em condições de concorrência com o Canal do Panamá, atraem o Brasil. Operadores portuários brasileiros, no entanto, temem uma concorrência com um porto mais moderno, mais capacitado e menos burocrático (e caro) que os nacionais, principalmente no Sul do Brasil.

O empreendimento será construído em Rocha, cidade a 288 quilômetros de Rio Grande (RS), onde está um dos mais importantes portos brasileiros. O projeto uruguaio, segundo os estudos atuais, é ousado: calado (profundidade) de 20 metros, que permite a atracação de navios com capacidade para até 180 mil toneladas. Os portos do Sul do Brasil têm, no máximo, 14 metros de calado e recebem navios com capacidade de até 78 mil toneladas. O porto uruguaio pode sugar cargas da região, afetando Sul e Centro-Oeste do Brasil, Paraguai, Bolívia e Norte e Centro da Argentina.

Caso o empreendimento de fato saia do papel, poderá contar não só com recursos do BNDES e do Focem, como do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), que prevê, por exemplo, subsídios para tornar a taxa de juros compatível com as do mercado internacional.

Do tamanho de Paranaguá e Rio Grande juntos

Como os navios no mundo são cada vez maiores, para ganho de escala, o porto deve se consolidar como parte das grandes rotas intercontinentais, deixando os terminais brasileiros de fora. O próprio governo uruguaio publica em sua página na internet algumas estimativas sobre o novo porto, que em 2025 deve movimentar 87,5 milhões de toneladas, mais do que a soma dos terminais de Paranaguá (no Paraná, com 44,7 milhões de toneladas em 2013) e de Rio Grande (com 33,2 milhões de toneladas em 2013) juntos.

O preço será competitivo no porto uruguaio. Nas rotas para China, Japão e Sudeste Asiático, a tonelada transportada pode ficar entre US$ 12,50 e US$ 22,50 mais barata, enquanto para a Europa a redução de custos pode chegar a US$ 3,50 por tonelada.

A polêmica portuária já existe entre Uruguai e Argentina, que dividem o Rio da Prata, onde estão os principais portos dos dois países. Uruguaios acusam os argentinos de dificultarem os planos de dragagem para os portos do país de Mujica, que seriam mais eficientes que os da terra de Cristina Kirchner. O novo porto de Rocha, contudo, ficará em mar aberto, sem a necessidade de envolvimento com a Argentina para resolver questões do uso comum das águas da Bacia do Prata.O Paraguai, sem mar, exporta 90% de sua soja pela Argentina, mas já está fechando um acordo com o Uruguai. E, agora, o Brasil entra no circuito.

— Este é um projeto quase secreto, não temos informações. No Brasil, o governo não coloca dinheiro nos portos, o setor está travado, mas o governo estuda apoiar um porto no país vizinho que, sem a burocracia brasileira, tende a ser mais competitivo que nossos portos. Vemos empresários com temor de investir em terminais sem saber o que será este projeto — disse Nelson Carlini, presidente do Conselho de Administração da LOGZ Logística Brasil, que investe num terminal em Santa Catarina.

Wilen Manteli, presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), afirma que o problema não é o Brasil apoiar um porto do Uruguai, mas a falta de investimentos aqui no país e uma estrutura legal e burocrática que impede que os terminais nacionais sejam competitivos internacionalmente. Ele disse que a secretaria de Portos confirmou que está apoiando tecnicamente os uruguaios.

O BNDES afirma que o projeto não chegou à instituição, mas fontes revelam que há tratativas e que o banco apoiaria o projeto. O financiamento não seria à obra do país vizinho, mas se enquadraria na rubrica de exportações de serviços brasileiros, caso uma empreiteira verde-amarela faça as obras de Rocha, como é esperado.

É o mesmo modelo do adotado pelo banco para financiar em US$ 685 milhões o porto de Mariel, em Cuba, reformado pela Odebrecht. Caso se confirme o valor de apoio ao projeto estimado por fontes — US$ 1 bilhão — o financiamento seria equivalente ao liberado pelo BNDES ao setor portuário no Brasil em 2012, quando chegou a R$ 2,4 bilhões. Em 2014, o segmento deverá receber mais R$ 1,8 bilhão do banco.

‘Não há transparência’

O governo do Uruguai não comentou o assunto, pois as autoridades não estavam disponíveis nas últimas quarta e quinta-feiras. A Semana Santa é ampliada no país vizinho e representa o maior feriado anual. Ainda assim, a área de comunicação do governo confirma o projeto, que está em fase de estudos. Não se sabe se ele seria licitado ou feito por meio de parceria público-privada (PPP). Estudos preliminares indicam, por exemplo, que parte dos minérios que deverão ser explorados em Mato Grosso do Sul e na Bolívia passarão pelo local.

A senadora gaúcha Ana Amélia Lemos (PP) afirma que o porto uruguaio prejudicará o Brasil: — Não podemos financiar e apoiar um porto no Uruguai quando não se aplicam recursos no Brasil. E sabemos muito pouco sobre o que realmente está ocorrendo, não há transparência.

De outro lado, Juan Carlos Muñoz, diretor do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai (CAFYM), afirma que seu país tem interesse especial no empreendimento: — Já estamos conversando com produtores brasileiros, de Mato Grosso do Sul, que poderão também exportar por lá, utilizando nossa rede fluvial — disse ele, que espera comprar produtos brasileiros, como ferro e aço, a partir de Rocha.

Uruguai já recebe informações técnicas

A fase atual é de conversas. O governo brasileiro se colocou à disposição para cooperar na estruturação financeira e técnica do projeto, que está em fase de elaboração. Os uruguaios já se beneficiam com informações técnicas relacionadas à confecção do projeto em contatos com a Secretaria de Portos.

— Nossa visão é que o porto deve contribuir para a infraestrutura final, criando sinergia com os demais portos sul-americanos — disse uma fonte do governo brasileiro envolvida nas discussões. Uma das primeiras iniciativas tomadas foi recomendar ao governo uruguaio a realização de estudo sobre complementaridade entre o novo porto e os terminais já existentes.

O estudo será concluído ainda neste ano, segundo fontes envolvidas no assunto. Segundo uma fonte, alguns aspectos ainda precisam ser definidos, como a dimensão do porto, a estrutura jurídica e a logística de acesso ao local. Esta fonte afirmou que é prematuro fazer considerações sobre custos e prazos referentes à obra, localizada numa das regiões menos habitadas do Uruguai e onde há perspectiva de exploração de minério de ferro e de aumento na produção de grãos.

O projeto do porto faz parte da agenda de alto nível entre Brasil e Uruguai, criada em 2012 pelos presidentes Dilma Rousseff e José Mujica. Foi instituído um grupo encarregado de impulsionar a integração física entre os dois países, com ações nas vertentes rodoviária, ferroviária e hidroviária. (O Globo)

Mentiras e fraudes sobre URNA ELETRONICA brasileira

Petrobras: Gabrielli incrimina Dilma.


Atualizado em 21 de abril, às 6:21. Clique neste link e veja a repercussão da entrevista no mundo, através de matéria da Reuters.

A entrevista de José Sérgio Gabrielli ao Estado de Domingo, 20, na qual ele afirma que a presidente "Dilma não pode fugir à responsabilidade" pela decisão da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, reforçou a necessidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o negócio, avaliaram líderes da oposição, entre eles o senador tucano Aécio Neves (MG), pré-candidato a presidente da República.

Esta será uma semana decisiva para a criação da CPI, pois a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá decidir se o Congresso fará uma CPI restrita à estatal, como querem os oposicionistas, ou se abrangente, para investigar também o pagamento de propina para facilitação de obras no metrô e nos trens de São Paulo, e sobre a construção do Porto de Suape, em Pernambuco.

Gabrielli era o presidente da Petrobras à época da compra da refinaria de Pasadena e Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, era a presidente do Conselho de Administração da empresa. Na entrevista ao Estado, Gabrielli disse ser o "responsável" pela operação de compra, já que era o presidente da estatal, mas dividiu o ônus com Dilma.

Gabrielli reforçou a afirmação de que o resumo executivo em que o conselho baseou sua decisão sobre a compra foi "omisso", mas acrescentou que isso não foi relevante para a decisão. Dilma havia afirmado a mesma coisa quando justificou seu voto pela compra da refinaria. O resumo executivo foi feito pelo então diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró.

Do lado da presidente Dilma Rousseff, as informações foram de que ela não reagiu à entrevista de Gabrielli. De acordo com auxiliares próximos a ela, Dilma Rousseff viu na entrevista do ex-presidente da Petrobras a clara linha de defesa de Gabrielli, uma vez que a compra da refinaria de Pasadena está sob investigação da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU). Gabrielli estaria, na visão de Dilma, definindo as linhas do que pretende dizer quando for procurado, com a tentativa de divisão de responsabilidade por todos os setores.

Para Aécio, a entrevista do ex-presidente da Petrobras reforçou a necessidade de uma CPI. "O objetivo dela (a CPI) é exatamente determinar, sem qualquer pré-julgamento, qual é a responsabilidade de cada um nesse caso da refinaria de Pasadena e em outros episódios envolvendo a Petrobras. A CPI não é uma demanda das oposições, como querem fazer crer alguns governistas, mas sim da sociedade brasileira", disse Aécio ao Estado.

Líder do PSB na Câmara, o deputado Beto Albuquerque (RS) afirmou que, além de mostrar a necessidade de se fazer a CPI para investigar a operação de compra de Pasadena, que custou cerca de U$ 1,25 bilhão, ficou claro que Gabrielli "deu um puxão de orelhas" em Dilma, ao chamá-la à responsabilidade. "Quando o Gabrielli assume a responsabilidade pela compra de Pasadena, por ser o presidente da companhia, na época, ele está sendo honesto. Não tem como negar que é mesmo o responsável. E não há como negar que Dilma, então presidente do Conselho de Administração, tem responsabilidade igual. Um era o presidente da Petrobras, outra a presidente do conselho. Assumiam decisões juntos. O Gabrielli botou a bola na marca do pênalti."

Já o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que Gabrielli foi muito claro na entrevista. "Ele disse, sem rodeios: ''somos todos responsáveis''. Não adianta achar que uns vão tirar a sardinha do fogo com a mão do gato. Está muito claro que a então ministra Dilma Rousseff era responsável pela decisão da compra da refinaria. Ela era presidente do Conselho de Administração, que aprovou a compra", disse Nunes Ferreira. (Estadão)

CNPJ é coisa para doido

Por Alexandre Garcia

Um amigo administrador de empresa me aconselha: “Me prometa jamais imaginar em registrar um CNPJ lá no Brasil”.  Como faz um quarto de século que virei empresário, o conselho chega tarde, mas revela o quanto o amigo me estima e deseja a minha felicidade. Não importa o ramo de negócio, o audaz empreendedor brasileiro tem que sobreviver com quase 39% de impostos.

Cada ano, até maio, vai trabalhar para sustentar os governos. E o ministro da Fazenda acaba de anunciar que neste ano pode aumentar impostos: “Aumento de impostos é reserva que temos se for necessário para elevar arrecadação”. Motivo simples, esse: aumentar a arrecadação. Pelo impostômetro, já pagamos até agora 300 bilhões de reais, só neste ano. R$ 62.500 por segundo!

Supostamente, com esse Amazonas de dinheiro saído do trabalho do contribuinte, teríamos excelentes serviços públicos de educação, saúde, segurança… Como se depreende das declarações do ministro Mantega, a fome dos governos não tem limites. Quando alguém consegue o CNPJ, vem com ele uma sopa de letrinhas gulosas: PIS, Cofins, FGTS, INSS, DIRFs, IPI, ICMS, ISS, IPTU, DUT, IPVA, IRPJ, com regras e alíquotas que podem estar diferentes quando o titular do CVPJ sair da cama no dia seguinte. Mas tem vítima maior.

É o empresário rural. De grãos, esse que garante a balança comercial é coisa para internação em hospício. Além de preparar a terra, se defender das pragas e do MST, depender do excesso ou falta de chuva, tem que colher, estocar, transportar, vender e embarcar no país sem capacidade de armazenar, sem ferrovias, sem navegação fluvial, com portos congestionados e rodovias ruins, ainda tem a maior quebra da colheita: governo inventando dificuldades e pondo facilidades só no discurso. No palanque, elogiam os que produzem e criam empregos, mas nas suas rezas a São Marx exorcizam o lucro, esse pecado mortal do capitalismo.

A fé nesse santo é tão doentia que até a empresa que o próprio Estado administra, a Petrobras, está proibida de ter lucro para ter capacidade de investir e crescer: quando mais vende, mais perde. É a inversão que contaminou o país.

No catecismo de são Marx, a santidade será obtida quando todos os empresários se transformarem em funcionários públicos – até o sapateiro, como aconteceu na Tchecoslováquia, num fevereiro de 1948. Perguntem a um tcheco, como foi, e ficará preocupado. Eles lembram o 21 de fevereiro não para comemorar, mas para evitar que nunca mais se repita. A seita não consegue repetir por lá, mas tem esperança no Brasil, já embrulhado. Mas não esmoreça: milhões de brasileiros do Bolsa Família dependem do seu trabalho e seus impostos.

Maioridade – Há muita gente confundindo democracia com bagunça. Esquecem o dístico da bandeira: “Ordem e progresso”. Ordem vem em primeiro lugar e é condição para o progresso. A bagunça afugenta investidores e até brasileiros que, aos milhões, estão preferindo férias no exterior, mais seguro e mais barato. Os políticos e governantes parece que estão vivendo numa redoma, apartados do Brasil real. Tanto que a prioridade no Congresso, neste ano quase nulo por causa de carnaval, Copa e eleições, não inclui a preservação da vida dos brasileiros, ameaçada diariamente pelo banditismo e a desordem. Ninguém tem coragem de mudar as leis penais, inclusive para acabar com a casta de inimputáveis – os bandidos com menos de 18 anos.