Por ucho.info
Baixando a cabeça – O Comitê de Política Monetária (Copom)
do Banco Central amenizou a afirmação referente à política de juro que consta
da ata da última reunião do colegiado, realizada no início de abril, ocasião em
que a Selic saltou de 10,75% para 11% ao ano.
Na ata, divulgada nesta quinta-feira (10), o BC suprimiu
frase que aparecia na ata da reunião anterior. Saiu do documento a análise de
que o BC “entende ser apropriada a continuidade do ajuste das condições
monetárias ora em curso”, divulgada em fevereiro. No lugar entrou o “Copom
entende ser apropriado ajustar as condições monetárias [política de juros]“.
O mercado financeiro já tinha notado o recuo do Banco
Central, que logo após a mais recente reunião do Copom, na última semana,
amenizou a decisão de aumentar a Selic com a afirmação de que “irá monitorar a
evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir
os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.
Esse bamboleio do Banco Central mostra que a instituição
perdeu a independência com a chegada de Dilma Vana Rousseff ao Palácio do
Planalto, em 2010, quando a economia brasileira passou a enfrentar crise
crescente, para a qual as autoridades não têm olhos.
Atualmente, a única razão para o BC colocar o pé no freio da
política de juro é a desvalorização do dólar frente ao Real. Mas esse é um
ingrediente carregado de volatilidade, que por conta disso merece confiança
controlada. Se por um lado o dólar desvalorizado ajuda no combate à inflação,
por outro sacrifica ainda mais as exportações brasileiras, fazendo com que a
indústria nacional continue em seu calvário.
O discurso do Banco Central de que o programa de alta de
juro pode estar perto do fim resulta da ingerência descabida do governo na
instituição. E não é difícil compreender essa postura palaciana. No caso de o
juro continuar em trajetória de alta, a tendência é que o consumo caia ainda
mais. Isso significa menor produção industrial, que produzirá um avanço do
Produto Interno Bruto menor do que o projetado pelos analistas, que apostam em
crescimento da economia nacional, em 2014, na casa de 1,8%.
Outro importante detalhe que pode ter levado o BC a mudar o
discurso é a situação de pleno emprego vivido pelo País há alguns anos. Isso é
facilmente constatado nas taxas de desemprego anunciadas pelo governo. Esses
índices têm registrado pequenas oscilações, comprovando a incapacidade do
mercado de gerar novos postos de trabalho.
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