Advogados do ex-ministro José Dirceu enviaram ontem um
documento ao STF (Supremo Tribunal Federal) argumentando que o Ministério
Público do Distrito Federal pediu à Justiça a quebra do sigilo de todos os
celulares usados no Palácio do Planalto.
Na peça enviada ao tribunal, os advogados José Luis Oliveira
Lima, Rodrigo Dall'Acqua e Camila Torres Cesar dizem que o pedido da quebra foi
feito em meio às investigações que apuram se Dirceu usou um celular no dia 6 de
janeiro para falar com o secretário de Indústria da Bahia, James Correia.
Enquanto a investigação prossegue, Dirceu não consegue autorização da Justiça
para poder trabalhar fora.
De acordo com os advogados, no pedido do Ministério Público
-que ainda não foi analisado pelo Supremo- é solicitado que as operadoras de
telefonia façam uma lista com todos os celulares e identifiquem ligações feitas
e recebidas em duas localidades de Brasília: o presídio da Papuda e o Palácio
do Planalto. Como o Ministério Público não identificou os locais, mas só
informou as coordenadas geográficas, a defesa de Dirceu contratou um engenheiro
que forneceu os endereços dos locais onde deveriam ser identificadas as
ligações.
PERÍODO DA QUEBRA
Outro ponto criticado pela defesa do ex-ministro é que o
Ministério Público solicitou o registro das ligações feitas e recebidas pelos
celulares usados na Papuda e no Palácio do Planalto entre os dias 1º e 16 de
janeiro, e não somente no dia 6, quando teria acontecido o telefonema.
Além disso, a defesa destacou que não houve pedido de quebra
do sigilo telefônico do secretário Correia, que, a pedido da defesa, entregou
seus próprios extratos telefônicos. Os mesmos foram anexados ao documento
enviado pelos advogados ao STF.
No material enviado ao STF, a defesa de Dirceu voltou a
pedir que seja deferido o benefício do trabalho externo para o ex-ministro.
"Como se sabe, José Dirceu é o único dos condenados na ação penal 470 que
ainda não teve o seu pedido de trabalho externo analisado, apesar de já possuir
todos os pareceres necessários favoráveis à concessão deste importantíssimo
direito", diz a defesa.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa do Ministério Público
do Distrito Federal disse que só se manifestará sobre o pedido nos autos do
processo. (Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário