quinta-feira, 16 de julho de 2015

Solução para a Grécia traz certo alívio ao Brasil



A Grécia chegou muito perto de sair da zona do euro. Situação que poderia levar à quebradeira de bancos, adoção da própria moeda, com forte desvalorização, o que geraria inflação, mas dando melhores condições para as exportações do País. O comércio externo seria o canal para um recuperação da economia, mas de forma muito incerta, já que a pauta exportadora da Grécia é bem limitada. No curto prazo, a crise, as perdas poderiam ser bem maiores. Já o bloco europeu ficaria estruturalmente abalado. Daí veio a negociação de última hora, arrancada na marra, muito por pressão da França e da Itália, que não queriam uma solução mais drástica. A Grécia, como vimos, deve receber o empréstimo de até 86 bilhões de euros, investimentos, mas vai ter de engolir mais ajustes pesados, como as mudanças na Previdência, aumento de impostos e privatizações, cujos recursos também vão entrar como garantia do empréstimo. O primeiro ministro Tsipras não pode mesmo cantar vitória. Vai ser forçado a adotar medidas que rejeitava desde a época das eleições, assumindo todo o desgaste. Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Não dá pra saber como a população grega vai reagir a mais aperto. Por outro lado, o bloco europeu abre um precedente. Talvez, mais à frente, tenha de negociar com outros países que também mostram maior fragilidade econômica. A postura da Itália em defesa da Grécia veio muito dessa possibilidade. No final das contas o acordo pode ter sido apenas a solução menos traumática, mas não definitiva. Para o Brasil traz um certo alívio. O impasse em torno da Grécia era mais um fator a provocar movimentos de aversão ao risco, fuga de investimentos, assim como pode ocorrer com as incertezas em relação à China; em relação ao momento em que os juros vão voltar a subir nos Estados Unidos, e, também, por causa dos nossos próprios problemas no campo político e econômico. Problemas que já têm deixado os investidores bem cautelosos.

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