segunda-feira, 5 de maio de 2014

Doleiro preso pela PF deve explicações sobre envolvimento com fundo de pensão dos Correios

alberto_youssef_02Fala que eu te escuto – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) afirmou que cobrará informações da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e da Comissão de Valores Imobiliários (CVM) sobre suposta fraude na gestão do fundo de pensão dos Correios, Postalis. Na opinião do parlamentar, o envolvimento de Alberto Youssef, preso na operação Lava-Jato, é suspeito e destacou a ligação do doleiro com políticos do PT e da base do governo. Bueno ressaltou que o caso precisa ser acompanhado pelo Congresso Nacional e lembrou as irregularidades praticadas em outros fundos de pensão que lesaram milhares de funcionários públicos.

Rubens Bueno apresentará, nesta semana, dois requerimentos de informações cobrando detalhes das operações. O primeiro será direcionado ao Ministério da Fazenda, responsável pela CVM, pedindo explicações sobre os investimentos e aplicações realizadas pelo fundo. Já o segundo documento será encaminhado ao Ministério da Previdência, gestor da Previc. O parlamentar questionará as reais condições administrativas da Postalis assim como a saúde financeira do fundo e possíveis penalidades aplicadas.

“Onde encontra irregularidades você encontra o PT. É mais um caso envolvendo a participação do doleiro Alberto Yousseff, que possui ligações diretas com dirigentes petistas e de partidos da base do governo. Com certeza alguém abriu as portas para ele, nesse caso, no fundo de pensão dos funcionários dos Correios. O Congresso precisa acompanhar de perto esse caso. Precisamos combater e investigar”, disse.

De acordo com reportagem do jornal “O Globo”, a Polícia Federal investiga operações fraudulentas cometidas no fundo de pensão Postalis, o terceiro maior do país. O jornal identificou um aporte de R$ 40 milhões, em 2012, no banco BNY Mellon, por meio da gestora DTW Investimentos Ltda., que teria sido direcionado pelo ex-diretor da fundação, Ricardo Oliveira Azevedo, após influência do doleiro Alberto Yousseff e dos proprietários da empresa Tino Real Participação. Ambos foram investigados na operação Lava-Jato. A negociação teria resultado em rentabilidade inferior à esperada para o fundo de pensão.

Escândalos envolvendo fundos de pensão foram identificados durante a CPI Mista dos Correios, em 2005, mas a mando do então presidente Luiz Inácio da Silva a tropa de choque do governo agiu rapidamente para evitar que a Comissão trouxesse à tona os imbróglios com a chancela petista. O mais novo detalhe da Operação Lava-Jato pode revelar as conexões entre os muitos escândalos de corrupção da última década, como há muito afirma o ucho.info.

Vale lembrar que durante depoimento à CPI dos Correios, o petista Henrique Pizzolato declarou que os repasses de dinheiro do Visanet à agência de Marcos Valério Fernandes de Souza eram realizados a pedido de Luiz Gushiken, então homem forte do primeiro governo Lula. Já falecido, Gushiken sempre teve forte ingerência nos bastidores dos fundos de pensão. Não por acaso, um conhecido banqueiro oportunista despejou muito dinheiro no caixa do Mensalão do PT com a promessa de ter facilitado o acesso aos fundos de pensão, os quais faziam parte dos seus negócios escusos.

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