Os pecuaristas já escolheram seu candidato a Presidente da
República este ano e para quem vão abrir suas carteiras para ajudar no
financiamento da campanha. O senador mineiro Aécio Neves, pré-candidato do
PSDB, terá apoio maciço do setor a julgar pelas reações de alguns desses
empresários do campo que participaram no fim de semana da abertura de uma das
principais feiras de gado do país.
Aécio foi a Uberaba na sexta-feira e se reuniu com
pecuaristas de diversos Estados. No encontro havia mais de 100 pessoas. A
cidade sedia a Expozebu, tradicional exposição de bovinos da subespécie Zebu,
aberta oficialmente no sábado pela presidente e pré-candidata à reeleição pelo
PT Dilma Rousseff. Numa cena significativa, pecuaristas vaiaram por três vezes
a presidente durante a cerimônia.
"O setor é contra o PT", resumiu Rubens Catenacci,
veterano produtor do Mato Grosso do Sul. "A política deles não é a favor
do agricultor e do pecuarista. Aécio é mais favorável. Eduardo Campos até
poderia ser uma opção, mas com a Marina, nem pensar", avalia. Marina
Silva, que será vice na chapa do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE), é vista
pelo agronegócio com muita resistência. Campos é esperado na Expozebu na
quinta-feira.
"Nossa visão é de necessidade de mudança", disse
Pedro Gustavo Novis, pecuarista de São Paulo. " Os caminhos apontados por
Aécio são completamente diferentes do traçado pelo PT nos últimos 12
anos", afirma. Antônio Pitangui de Salvo, pecuarista de Minas, admite que
na gestão petista, "tivemos plano de safra como nunca se teve". Mas
emenda a crítica: "Todo o governo do PT foi de insegurança para nós",
lamenta. Para ele, Aécio "certamente será um grande presidente e a
tendência do setor é apoiá-lo", acredita.
Queixa recorrente entre grandes empresários do campo é o
clima de disputa constante de terras com índios, quilombolas e sem-terra. Ao
Valor Aécio disse: "A omissão do governo federal e o aparelhamento de
instituições acabam estimulando essa insegurança". E acrescentou: "Eu
sou o homem do diálogo, acredito que você dialogando e tendo como base os
instrumentos legais, seja a constituição seja o próximo código florestal para
determinados conflitos, você encontra um caminho", disse.
Para o deputado ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO) não há
dúvida de que o setor ajudará com gastos da campanha tucana. E previu ainda que
"todo produtor rural vai assumir a campanha dele em cada lugar do
Brasil." "Isso é uma coisa natural", disse o deputado Abelardo
Lupion (DEM-PR). "Faremos o possível pela campanha", afirmou.(Valor
Econômico)
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