Tabela apreendida em documentos de Paulo Roberto Costa
mostra relação de empresas com campanhas
|
Um documento apreendido pela Polícia Federal na casa do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa levanta a suspeita de que ele
intermediava o repasse de dinheiro de grandes empreiteiras para políticos.
Costa foi preso na Operação Lava Jato e é apontado pela Polícia Federal como
integrante de um esquema que movimentou de forma suspeita cerca de R$ 10
bilhões.
Uma tabela apreendida, à qual a Folha teve acesso, é escrita
a mão e está dividida em três colunas: nome da empresa'', executivo'' (com os
nomes dos responsáveis de cada empresa) e solução", em que aparece a
descrição do andamento da negociação em questão. "[O documento traz]
Diversas anotações que indicam possíveis pagamentos para candidatos', podendo
indicar financiamento de campanha", escreve a Polícia Federal no relatório
de análise do material apreendido.
As empresas citadas são conhecidas doadoras de campanhas
eleitorais. No campo soluções, aparecem relatos como: "Está disposto a
colaborar. Iria falar com executivo para saber se já ajudam em algo",
"Já está colaborando, mas vai intensificar mais para a campanha a pedido
do PR", e "Já teve conversa com candidato, vai colaborar a pedido do
PR". No análise do documento, os agentes da PF se questionam sobre se a
sigla PR significa Paulo Roberto.
Ainda na tabela, há os seguintes registros: "Empresa
passando por processo de venda, vai colaborar a partir de julho" e
"já vem ajudando, pediu para certificar se candidato está ciente. Vai
ajudar + a pedido PR". As anotações datam de fevereiro, mas não há
registro de qual ano se trata.
Um dos focos de apuração da Lava Jato é a transferência de
dinheiro de empresas que tinham contrato com a Petrobras para uma conta que, de
acordo com a PF, era usada pelo esquema para repassar propina para funcionários
públicos e políticos.
No relatório de análise do material apreendido na casa do
ex-diretor da estatal, a Polícia Federal registra ainda a existência de um
documento com o título "PLANILHA VALORES (Existente/Entradas/Saídas) a
partir de 30/11/12 até 03/06/13, que aparenta ser uma contabilidade manual' da
empresa Costa Global [empresa de Paulo Roberto]". No texto, os agentes
destacam que na rubrica "Entrada" há a inscrição "primo",
que é o apelido pelo qual é conhecido o doleiro Alberto Youssef, apontado pela
PF como um dos coordenadores do esquema.
'ORGANIZADO'
Conforme a Folha revelou na semana passada, empresários e
congressistas descrevem Costa nos bastidores como "organizado", dono
de arquivos em que guardaria planilhas detalhadas com os registros do que
fazia. Por essa razão, o ex-diretor da Petrobras é um dos focos da oposição,
que tenta criar uma CPI no Congresso para investigar a Petrobras e desgastar o
governo Dilma Rousseff no ano eleitoral.
Na apreensão na casa do ex-executivo da estatal, os investigadores destacam também a grande quantidade de valores em espécie: US$ 181 mil e R$ 762 mil. Paulo Roberto Costa foi preso em 20 de março sob a acusação de tentar destruir documentos. Ele recebeu de Youssef um Land Rover Evoque, carro no valor de R$ 250 mil. Segundo a Polícia Federal, ambos tinham um relacionamento estreito. (Folha de São Paulo)
Na apreensão na casa do ex-executivo da estatal, os investigadores destacam também a grande quantidade de valores em espécie: US$ 181 mil e R$ 762 mil. Paulo Roberto Costa foi preso em 20 de março sob a acusação de tentar destruir documentos. Ele recebeu de Youssef um Land Rover Evoque, carro no valor de R$ 250 mil. Segundo a Polícia Federal, ambos tinham um relacionamento estreito. (Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário