A Copa do Mundo que começa em junho já é fator de pressão
para negociar aumento de salário e benefícios para ao menos 16 categorias.
Sindicatos que representam quase 4 milhões de trabalhadores preparam
manifestações para obter reajustes e direitos.
Diferentemente da marcha de quarta em São Paulo, organizada
por seis centrais sindicais, protestos podem ocorrer de forma isolada em uma
indústria de bebidas, em um aeroporto ou nas ruas das 12 cidades-sede dos
jogos.
Na construção pesada, há greves desde 2011, quando se
intensificaram obras em estádios e de infraestrutura. Foram 1.165 horas paradas
em 25 casos entre 2011 e 2013, segundo dados do Dieese. O saldo: ganhos reais
acima da média do país e do setor.
No setor de alimentação, a estratégia é atingir os estoques.
"Se o trabalhador não matar o boi, não terá churrasco na Copa. Se o caminhão
não sai da cervejaria, não vai ter o que servir nos bares", diz Wilson
Manzon, da federação de trabalhadores paulistas do segmento. Hotéis que
hospedarão times de futebol também podem ser alvos. O slogan já está nos
cartazes: "Salário e direitos no padrão Fifa".
No setor de turismo, uma das reivindicações é a garantia de
emprego até o fim de agosto. Desde 2013, uma comissão tenta fechar um acordo.
José Osório Naves, diretor da confederação patronal, diz que o objetivo é
evitar greves.
O poder de barganha dos trabalhadores, principalmente do
setor de serviços, aumenta na Copa, mas o economista Francisco Pessoa, da
consultoria LCA, diz que é preciso ter cuidado para que o ganho real de agora
não resulte em demissões motivadas pela alta de custos. "É preciso manter
o pé na realidade", avalia. (Folha de São Paulo)
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