sábado, 19 de abril de 2014

Fabricantes de mártires

Por Ipojuca Pontes

Os mártires do exército comunista não são mártires de coisa alguma, e sim perfeitos exemplares de ativistas políticos fanatizados, impostores, assassinos, traidores e até inocentes úteis a serviço da guerra vermelha.
Na sua guerra incessante para fechar o cerco sobre a sociedade democrática, os comunistas, através dos tempos, em suas distintas siglas (entre elas, o PT), se tornaram especialistas na fabricação de falsos mártires, que são venerados como heróis mitológicos “sacrificados” em combate pela criação de um “mundo melhor”. Feitos semideuses por força da atuação de uma máquina de propaganda colossal, eles são exaltados em prosa e verso como figuras exemplares que imolaram suas vidas em defesa “da justiça e da liberdade”.

Na prática, dentro do sujo contexto da guerra cultural que os comunistas travam pela perpetuação do poder, tais heróis, depois de mortos, são explorados até os ossos como instrumentos da mais pura mistificação psicossocial, cujo objetivo tem sido confundir as massas e estabelecer no seio da sociedade, como medida de valor, o reino da mentira – ou, na imagem de Fernando Pessoa a propósito da fabricação do mito, no “nada que é tudo”.

Para sustentar em escala industrial a fabricação  de tais mártires, a militância vermelha parte, quase sempre histérica, para a absoluta manipulação do aparato do mundo universitário, parlamento, igreja, editoras, ONGs e meios de expressão como o teatro, o cinema, etc. – e, claro, a mídia amestrada.

Mas é preciso dizer o seguinte: examinados com o mínimo de isenção, verifica-se que os mártires do exército comunista, entoados em prosa e verso, não são mártires de coisa alguma, antes pelo contrário: são perfeitos exemplares de ativistas políticos fanatizados, impostores, assassinos, traidores e até inocentes úteis a serviço da guerra vermelha.

O caso mais eloquente do falso mártir é o do guerrilheiro “Che” Guevara, assassino psicopata que fracassou miseravelmente em tudo que meteu a mão: na órbita familiar, à frente de ministério e banco, atuando como diplomata e comandante. Nas selvas do Congo, por exemplo, em 1965, seu prestígio de guerrilheiro foi totalmente destruído pelos mercenários do Coronel Mike Hoare, irlandês que pôs o “Che” a correr, entre desmoralizantes evacuações de diarreia, do território africano – prenúncio, de resto, de sua morte acachapante na Bolívia imposta pelos soldados do capitão do exército boliviano Gary Prado.

Outro herói cultuado pelas esquerdas, Simon Bolívar, inspirador da Revolução Bolivariana promovida por Hugo Chávez, tido como “libertador visionário”, não passava, segundo o próprio Karl Marx, de reles milico oportunista, cuja única ambição, a pretexto de unificar a América Hispânica, era se tornar ditador da América do Sul. Num célebre artigo publicado em 1858 no “New York Daily Tribune”, em que traçava o perfil de Bolívar,  o “Pai do Socialismo Científico” (outro charlatão inigualável) afirmava, com riqueza de dados, que o herói venezuelano não passava de um escroque vulgar, mero contrabandista de armas a serviço do governo britânico – enfim, um sujeito que, além de covarde, traía os comparsas a três por quatro.

Em solo pátrio, temos o caso do paraibano João Pedro Teixeira, um “quadro” do Partido Comunista tornado líder e mártir das Ligas Camponesas da cidade de Sapé, nos anos 1960. João Pedro, segundo Antonio Dantas, dissidente da direção do PCB na região, era assalariado da KGB, via STB, o Serviço de Inteligência da Polícia Secreta Comunista Tcheca que repassava a grana de Moscou para Cuba, Argentina (Instituto Morazon), Brasil e outros países da América Latina cooptados para manter acesa no campo a “guerra revolucionária”. Aliás, muitos desses “quadros” do Partido Comunista, sub-heróis da guerra financiada no Nordeste pela KGB, entre eles Nego Fubá e Pedro Fazendeiro, eram catequizados para fazer a reforma agrária “na lei ou na marra” e tinham livre trânsito em Havana e Pequim.  

Na minha modesta opinião de jornalista que escrevia à época no Correio da Paraíba, João Pedro é mais um caso manifesto da hagiolatria vermelha: depois de manipulado e jogado conscientemente às feras, foi transformado em mártir obedecendo a estratégia comunista de escrever a história segundo seus parâmetros.


Fonte: Mídia@Mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário