sábado, 12 de abril de 2014

E o futuro?

Por Paulo Roberto Gotaç*
 
A triste história de nossa república, com exceção do delírio desbravador de Juscelino, registra espasmos de crescimento real somente nos períodos em que o grau de democracia estava, pelas mais diversas razões, reduzido. 

Assim, durante o Estado Novo, o país viu nascerem as CLT's, ainda em vigor e, na falta de algo melhor, regulamentando as atuais relações trabalhistas, e presenciou a implantação da indústria siderúrgica, entre outras conquistas importantes; durante os governos militares, assistiu, por exemplo, ao estabelecimento de uma rede de infraestrutura  que, ressalvadas algumas exceções, é a mesma que aí está e testemunhou a criação de instituições de referência que até hoje permitem o funcionamento em bases modernas do estado brasileiro.

Findo o primeiro engasgo democrático (o Estado Novo), o país mergulhou num caos econômico e social que obrigou, em 1964, a uma reação categórica por parte de setores significativos da sociedade no sentido de promover o segundo engasgo, encerrado por novo acesso clamando por democracia e eleições diretas mas que se iniciou com o mais grave e ao mesmo mais diabolicamente sutil golpe, este civil, aplicado na república: a eleição indireta de Tancredo Neves.

De lá para cá, vários governos vestidos de democracia, alguns dos quais a sociedade não tem muito que se orgulhar pois está vendo o país acumulando crises nos campos social e econômico, tudo eivado por um ambiente de corrupção nunca antes visto nestas terras hoje dominadas por um partido que se auto-intitulava, antes de assumir o poder, baluarte da ética e da honestidade.

O que nos reserva o futuro? Outro engasgo? De que tipo? Ainda bem que a história jamais se repete.


Fonte: Alerta Total


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*Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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