Dalmazzo com Graça Foster. Em entrevista,
o executivo
escancara o lado podre da Petrobras.
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Dalmazzo afirma que a empresa pagou por um consultor para
“validar os números” da proposta apresentada em licitação, com a promessa de
vencê-la, mas disse não saber dizer quem é a pessoa que prestou o serviço,
porque não estava na empresa na época dos fatos. Perguntado se é possível que a
contratação tenha sido uma forma de pagar propina, como sugere a Polícia
Federal, respondeu: "Pode acontecer tudo. Você pode ter que pagar ou
guardar para livrar seus pontos da carteira. Esse é o Brasil de hoje. Entendeu?
Eu posso responder pelos meus atos; pelos dos outros, não posso”.
Há dez anos atuando no setor, ex-diretor do estaleiro de
Inhaúma, no Rio de Janeiro, e ex-presidente de Óleo e Gás da Andrade Gutierrez,
o executivo afirma que durante sua carreira sempre tratou diretamente com Paulo
Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras que está preso, mas nega que em algum
momento ele tenha lhe pedido “qualquer coisa”. Disse acreditar ser possível
trabalhar como fornecedor da Petrobras sem ter que pagar
"consultoria", mas afirmou reconhecer que a empresa tem “um lado
podre, como tem em qualquer instituição onde tem o bicho homem”.
O executivo revelou que a Jaraguá está com dívidas de R$ 500
milhões e tenta se recuperar depois de sofrer graves erros de gestão da
diretoria anterior, que envolvem inclusive a precificação dos quatro contratos
com a Petrobras, que teriam custo mais elevado do que o proposto na
concorrência. “Você acha que uma empresa que não está bem pode ter tido algum
benefício? Acho que não”, afirmou. Ele criticou, também, “a mão do governo” na
gestão da Petrobras. E disse que empresas doam a políticos e partidos para
influenciar a agenda legislativa.
Clique aqui e leia a entrevista em O Globo
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