A revista Época acaba de revelar novos detalhes sobre a mega
investigação da Polícia Federal que, hoje, chutou a porta da própria presidente
da Petrobras. Graça Foster, dizem os jornais, recebeu a PF com toda a
delicadeza. Ora, bolas. E tinha outro jeito? Poderia sair algemada da estatal
se negasse as informações determinadas nos mandados de busca e apreensão. Leia
aqui as escandalosas revelações da revista. Ao que tudo indica, várias
quadrilhas agem dentro da Petrobras. Cada uma possui o seu feudo e bilhões são
roubados diante dos olhos embasbacados dos pequenos acionistas e de todos os
brasileiros. Um trecho da reportagem chama atenção e revela porque os senadores
do PT e do PMDB estão em pânico, jogando suas biografias no vaso sanitário,
atacando o direito da Oposição de instalar a CPI exclusiva para investigar a
Petrobras. Leiam abaixo:
Quanto mais graves as evidências dos Petro-rolos, mais
difícil se torna criar uma CPI no Congresso. Está em jogo a sobrevivência
política de vários parlamentares, que dependem de doações das empreiteiras
suspeitas de bancar o esquema. Para matar a CPI, o senador Romero Jucá, do
PMDB, se reuniu na segunda-feira com colegas de partido na casa do presidente
do Senado, Renan Calheiros.
Em meio à azáfama causada pelo afastamento do petista André
Vargas da vice-presidência da Casa, ficou acertado como Jucá resolveria a
delicada missão de decidir a disputa entre governo e oposição em torno da CPI
para investigar a Petrobras. Na manhã seguinte, na reunião da Comissão de
Constituição e Justiça, Jucá decidiu que o Senado poderia criar uma CPI ampla
para investigar não apenas a Petrobras (como queria a oposição), mas também
contratos do metrô de São Paulo e do Porto de Suape, em Pernambuco.
Era o que a oposição não queria, mas também não era
exatamente o que o governo almejava. A oposição reclamou. O governo não comemorou.
Queria que Jucá tivesse negado a criação de qualquer CPI, mesmo uma capaz de
produzir dados para desgastar politicamente os candidatos da oposição à
Presidência, Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB.
Nesta semana, está marcada uma sessão do Congresso em que
Renan Calheiros lerá o pedido de criação de outra investigação, uma CPI mista
de senadores e deputados, também para investigar a Petrobras. Existe o risco
de, por ser uma semana de feriado, poucos parlamentares comparecerem. O líder do
PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy, e o líder do PMDB, Eduardo Cunha,
dois dos articuladores da CPI mista, não estarão lá, e sim na China, em viagem
oficial.
Mesmo que a CPMI seja criada, o caminho até a instalação
será longo. O tempo está se esvaindo, e as chances de ela ser criada diminuem.
Enquanto a Polícia Federal trabalha para elucidar os crimes, o Congresso
trabalha para enterrar a CPI.
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