terça-feira, 29 de abril de 2014

Jorge Viana tenta salvar o irmão no caso dos haitianos e arrisca ensinar jornalismo aos jornalistas


jorge_viana_03Ousadia rouge – Integrantes do PT perdem o bom senso e tentam impor à força pensamentos obtusos. Isso vem ocorrendo a reboque de discursos muito bem lapidados, com doses extras de suposta doçura, mas sem qualquer chance de convencimento entre os cidadãos com massa cinzenta. Quem tem se valido com frequência desse expediente é o senador Jorge Viana (PT-AC), um dos “buldogues” palacianos escalados para defender o desgoverno da companheira Dilma Vana Rousseff.

Na segunda-feira (28), durante discurso na tribuna do Senado, Jorge Viana ousou ensinar os jornalistas a exercer a profissão. Disse o senador acreano que os jornalistas não agiram com lisura e profissionalismo diante da questão dos haitianos enviados pelo governador do Acre, Tião Viana, sem qualquer planejamento para a cidade de São Paulo. Afirmando que os profissionais da imprensa, inclusive os estrangeiros, não buscaram informações sobre o tema, o senador tentou tirar o governador do Acre, seu irmão do centro de uma polêmica. Isso porque o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), criticou o fato de não ter sido avisado com antecedência sobre o envio dos haitianos.

Jorge Viana é um populista conhecido e que abusa da gazeta, mas não se pode negar que Alckmin está com a razão. O senador petista disse, como se fosse o salvador da humanidade, que no Acre todos os cidadãos que estiverem em dificuldades sempre serão bem recebidos, mas não é assim que assunto tão sério deve ser tratado. A decisão de acolher os haitianos em território verde-louro foi uma decisão tomada pelo Palácio do Planalto com o objetivo de dar ao governo petista ares de excelência, mas não se pode esquecer que os palacianos sequer conseguem atender minimamente às necessidades dos brasileiros.

O discurso de Tião Viana é mais um embuste com a chancela estelar do PT, pois é sabido que o fato de os haitianos enfrentarem uma catástrofe em sua terra natal não significa que os mesmos podem ser tratados como mercadoria no Brasil. Fazer com que os haitianos atravessem o País para desembarcar a esmo em uma cidade como São Paulo, a quarta maior do planeta, é no mínimo um ato de irresponsabilidade. Ademais, a capital paulista já tem problemas demais em relação à acolhida de latino-americanos que deixam seus respectivos países em busca de melhores oportunidades, mas acabam enfrentando a marginalização social.

Tião Viana, o governador, abusou da retórica embusteira ao tentar se safar do problema, ao passo que Jorge, o governador, não tem moral e muito menos experiência para dar lições de moral na classe jornalística. Se esse é o objetivo do senador acreano, que se contente em falar com a parcela amestrada da imprensa nacional, sempre pronta para cumprir as ordens de um partido que se especializou ao longo dos anos no banditismo político. Que cada um dos irmãos Viana cumpra o seu papel, sem querer impor regara ou até mesmo camuflar a realidade dos fatos.

O governo do PT, sem ter condições, resolveu posar de bonzinho, mas agora luta para empurrar o problema para adversários políticos. Contudo, é inaceitável que os petistas usem os miseráveis haitianos como massa de manobra político-eleitoral. Tião Viana deveria ter enviado os 20 mil haitianos para o Distrito Federal, governado pelo companheiro Agnelo Queiroz. Só não o fez porque não queria expor o governador do DF e a presidente da República a um vexame descomunal.

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