Para Coates, a "situação é crítica".
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O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o
australiano John Coates, afirmou nesta terça-feira que os preparativos para a
Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro são os "piores" que ele já viu na
história recente dos jogos.
Coates afirmou que o COI foi obrigado a tomar medidas
"sem precedentes" para assegurar que a competição vai acontecer, como
o envio de peritos ao comitê organizador local. "A situação é
crítica", definiu ele, durante participação em fórum olímpico em Sydney,
na Austrália.
A declaração de Coates ocorre em um momento em que o Brasil
corre contra o tempo para terminar as obras da Copa do Mundo, que começa daqui
a 44 dias. "Ninguém é capaz de dar respostas neste momento",
acrescentou. Coates, que acumula 40 anos de experiência em Jogos Olímpicos e
foi chefe do comitê organizador local da Olimpíada de Sydney, em 2000, já fez
seis viagens ao Rio como parte da comissão responsável pela supervisão dos
preparativos.
Ele acrescentou que um dos peritos deslocados para o comitê
local era um diretor de projetos de construção. "O COI adotou uma postura
de 'mãos na massa', o que é sem precedentes (na história da instituição), mas
não há plano B. Nós estamos indo para o Rio", afirmou Coates. "Acho
que a situação é pior do que em Atenas (em 2004). Até agora, os preparativos da
capital grega haviam sido os piores que eu já vi."
"Nós ficamos muito preocupados. Eles não estão prontos
em muitas, muitas formas. Nós temos de fazer (esse evento) acontecer e essa é a
decisão do COI. Não podemos simplesmente ignorar essa situação",
acrescentou ele. Os preparativos para a Olimpíada de Atenas, em 2004, foram
marcados por seguidos atrasos, mas os locais de competição e a infraestrutura
dos Jogos foram entregues dentro do prazo.
Atraso
Organizadores dos Jogos Olímpicos de Atenas foram alertados
inúmeras vezes pelo COI sobre o andamento dos preparativos. Em uma determinada
ocasião, o então presidente da instituição, Juan Samaranch, chegou a ameaçar de
tirar a Olimpíada da cidade. Coates afirmou que a construção nem começou em
alguns locais no Rio, no que serão os primeiros Jogos Olímpicos na América do
Sul, enquanto o cronograma de infraestrutura sofreu atrasos significativos e a
a cidade possui "questões sociais que precisam ser resolvidas".
Ele acrescentou que o comitê organizador do Rio
possui o mesmo número de funcionários – 600 – do que Londres (que sediou os
Jogos de 2012), mas que, no entanto, não têm a mesma experiência. "Quanto
tempo levará entre os locais de competição?", questionou. "Eles estão
sendo iludidos. Ninguém é capaz de dar respostas neste momento", disse.
(BBC)
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