Dom Augusto Dias Duarte*
Quem são vocês? Vocês morrerão logo. Seus descendentes, no
entanto, já estão do nosso lado. Em pouco tempo eles não conhecerão nada mais
do que esta nova comunidade. Enquanto a velha geração ainda hesita, as gerações
mais jovens estão definitivamente comprometidas conosco e nos pertencem de
corpo e alma. O conhecimento corromperia meus jovens. Prefiro que eles aprendam
somente o que brote de seus instintos. – ADOLF HITLER
A transmissão de conhecimentos, que realmente conduzem, para
dentro e para fora das crianças, dos jovens e dos cidadãos, todas suas
potencialidades e talentos, é uma educação válida. Pretende-se mesmo nos planos
educacionais do Brasil educar o povo para construir uma nação? Há dúvidas a
esse respeito em muitas cabeças lúcidas do país. A transmissão de idéias, de
opiniões, de linhas de pensamento, que condicionam e manipulam a razão e os sentimentos
humanos é, com certeza, uma ideologização. O país precisa de ideologias
manipuladoras e impostas para ser um Brasil destacável no cenário
internacional? Com certeza, não!!
Sabe-se que toda ideologia introduzida nos planos de
educação para a infância e a juventude tem, sem sombra de dúvida, a pretensão
de “conquistar inteligências”, a fim de utilizar as crianças e os jovens para
objetivos de determinados grupos, com instruções duvidosas ou, inclusive, com
objetivos bem declarados no nosso meio político cultural.
A ideologia do gênero é uma dessas pretensiosas tentativas
de “arrebanhar” pessoas no período de formação intelectual e ética, onde são
colocados os principais alicerces das verdades e dos valores fundamentais, para
que sobre eles se edifiquem as restantes etapas de desenvolvimento humano e
social.
A ideologia do gênero possui várias ferramentas para
manipular a linguagem e para desinformar as pessoas, tanto as pessoas do corpo
docente – professores – como as do corpo discente – alunos – umas dessas
ferramentas, e muito utilizada na cultura atual, é a palavra discriminação.
Basta colocar esse termo num cabeçalho de artigo ou no seu
conteúdo, para que cabeças se inclinem e joelhos de dobrem “adorando” os
argumentos apresentados em seguida a ele.
A discriminação de pessoas homoafetivas tem seu “altar de
adoração”, que é a homofobia a discriminação de pessoas de etnia afro tem o seu
“altar”, que é o racismo a discriminação da mulher, possui um altar rosado, que
é feminismo de terceira geração. Quem não inclinar, reverentemente, a cabeça, e
quem não fizer uma genuflexão solene, com os dois joelhos, diante desses
altares, é porque não foram “devidamente educados” na vida. Só a “educação
ideologizada” permitirá esses gestos de idolatria ao gênero.
No Brasil está sendo votado, numa comissão especial da
Câmara dos Deputados em Brasília, o Plano Nacional de Educação (PL 8035/2010),
cujo relator, deputado federal do PT do Paraná, repeliu, sem justificativa
nenhuma, o texto enviado pelo Senado, em cujas páginas não aparecia a ideologia
de gênero.
Esse deputado, certamente laico, mas em exercício do “seu
sacerdócio sagrado” e rendendo tributo à “religião” ensinada pelos ideólogos da
cultura do gênero, quer impor, na educação da infância e da juventude brasileira,
o culto aos deus da “construção culturalmente livre” do sexo das crianças e dos
jovens do nosso país.
Essa ideologização da educação acaba oferecendo aos futuros
construtores da civilização brasileira e da cultura do povo mais acolhedor do
mundo, a oportunidade de “monopolizarem” os três alicerces fundamentais da
sociedade: a sexualidade humana, a família e os valores éticos.
Quem pretende monopolizar e manipular esses três fundamentos
da nossa Nação? São os controladores da população, são os ativistas dos
direitos arbitrários, são os que só falam a língua do “politicamente correto”,
são os desconstrutores da linguagem, enfim, são os “novos sacerdotes” do Estado
laicista.
A ideologia do gênero é tão perniciosa, que não atrai nem
convence as pessoas bem educadas, e por isso mesmo, só pode ser implantada de
forma totalitária.
Trata-se, em definitiva, da ditadura do relativismo, tão de
moda numa sociedade e numa cultura, que se auto-intitulam democráticas.
Querem impor no Brasil um novo modelo antropológico (?), que
seria a origem de uma nova cosmologia e que transformaria totalmente as pautas
éticas da sociedade.
Como acontece com todas as ideologias enganosas, a ideologia
do gênero não surgiu no horizonte cultural por geração espontânea. Várias
correntes de pensamento contribuíram com diversos elementos e entre eles
destacam-se a revolução sexual, a filosofia da desconstrução da cultura
judaica-cristã, os existencialistas ateus, o feminismo radicalizado e
depreciativo e as políticas anti-vida. Por isso mesmo essa ideologia não
deveria ter um espaço tão amplo num plano nacional de educação.
A educação não deve – não pode – ser entregue nas mãos
desses “pseudo- mestres” de “verdade geradas” na penumbra das idéias e das
opiniões tão alheias à dignidade da inteligência e da liberdade humana.
O Papa Francisco tem, exercido com suas atitudes e
ensinamentos, no cenário mundial uma missão pedagógica inquestionável e seu
estilo otimista, positivo e aberto, tem sido uma exortação para todas as Nações
no sentido de que cada povo seja o criador da sua própria cultura e
protagonista da sua história única.
Daí que a educação autêntica de um povo reclama uma
imparcialidade ideológica. Educação, sim! Ideologias, não! É um sonho, mas um
sonho também realizável no nosso país, se as famílias e as religiões presentes
no Brasil defenderem seus filhos e crentes.
Fonte: Brasil Acima de Tudo
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* Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
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