Na manhã desta sexta-feira, foi instalada uma cerca na
frente do prédio onde funcionará o comitê da campanha reeleitoral da presidente
Dilma Rousseff, em Brasília. Além de restringir a passagem de pedestres, o
equipamento impedirá que mendigos durmam sob a marquise do edifício – fato
corriqueiro no local nos últimos anos.
“Foi um pedido do pessoal do PT e do dono do prédio”,
explicou um funcionário. Na parte térrea do prédio, onde estão as grades, irão
funcionar doze salas para abrigar parte do staff da campanha. O PT também
alugou o primeiro andar do prédio. No total, o partido vai usar 1.800 m² e terá
direito a catorze vagas na garagem.
Tombada como patrimônio mundial da humanidade, Brasília
mantém regras rigorosas para intervenções urbanísticas como a colocação de
cercas no pilotis de prédios. Nos edifícios residenciais, o cercamento é
proibido. Já para os edifícios comerciais pode haver autorizações específicas.
Para o ex-superintendente do Instituto do Patrimônio
Histórico Artístico Nacional (Iphan-DF), o arquiteto Alfredo Gastal, a cerca
colocada no comitê do PT fere a legislação. “A meu juízo, é irregular. A não
ser que tenha havido alguma autorização”, diz.
Segundo a assessoria de imprensa da Administração de
Brasília, até então não havia existência de nenhuma autorização para construção
de cerca no edifício onde funcionará o comitê de Dilma. O órgão ressaltou ainda
que a intervenção deverá ser vetada pela Agência de Fiscalização do Distrito
Federal (Agefis).
Oficialmente, a campanha presidencial só começa em julho. No
entanto, equipes de comunicação já começaram a trabalhar e ficarão nas salas do
novo comitê. O PT alugou o imóvel no começo deste mês. A sigla irá pagar cerca
de 135.000 reais mensais pelo uso das salas.
Procurada por VEJA, a assessoria de imprensa do
PT não quis se manifestar sobre as obras no comitê da campanha reeleitoral de
Dilma. Em 2010, o principal comitê da candidata petista funcionou no Setor
Comercial Sul, onde também fica localizado o Diretório Nacional do partido. (VEJA)
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