sexta-feira, 28 de março de 2014

Risco de guerra civil levou à violência do Estado Militar


Nos anos 1960 e 1970,a Guerra Fria importou o conflito ideológico, chamado "guerra suja", para toda a América Latina. Caracteriza-se pela extrema e mútua brutalidade, cenário favorável à ação de extremistas à direita e à esquerda. A descentralização, amplitude e dinâmica das ações dificulta seu controle na ponta da linha em ambos os lados.

Guerrilhas começam fracas, mas sempre violentas. Se conquistar o apoio da população, se fortalece, escala a violência e pode estender o conflito por décadas. Ao final, se o socialismo tomar o poder patrocinará um banho de sangue como foi nos países onde venceu.

Em todos os casos históricos, a guerra contrarrevolucionária foi violenta, mas nenhuma foi menos traumática do que a brasileira. Mesmo assim, se desfiarmos o novelo de maldades de ambos os contendores, o quadro será constrangedor.

A Comissão da Verdade, ao investigar os crimes hediondos apenas dos agentes públicos, esconde as atrocidades cometidas pela luta armada, e isso não é justo nem legítimo.

Não defendo crimes hediondos de nenhum dos dois contendores, mas sim a Lei de Anistia e o conhecimento imparcial da verdade dos fatos.

No Brasil havia um "centrão democrático" onde estavam o governo e a oposição legal, ambos querendo paz e redemocratização.

À direita do governo e à esquerda da oposição havia extremistas que cometeram violações.

Existe uma orquestração socialista para que as Forças Armadas peçam desculpas à nação por violações cometidas por militares na defesa da lei, da ordem e das instituições, como se fossem norma institucional e não desvios individuais.

Luta armada

E o que dizer da esquerda armada, cujo propósito era implantar um Estado totalitário e, incoerente com o que orquestra, empregava terrorismo, sequestro, tortura e execuções? Ela não tem legitimidade para fazer essa cobrança de quem a derrotou e a anistiou, em vez de promover o banho de sangue como ela faria, e como os socialistas fizeram em Cuba, na URSS e na China.

Os socialistas intensificaram a luta armada quando o governo Costa e Silva ensaiou a abertura democrática. A resposta de Marighela no Manual do Guerrilheiro Urbano foi: "atacando de coração essa falsa eleição e a chamada solução política, o guerrilheiro urbano tem que se fazer mais agressivo e violento, girando em torno da sabotagem, terrorismo, expropriações, assaltos, sequestros e execuções".

Pois esse falso herói é o ícone da esquerda e vem dando o nome a locais públicos em todo o Brasil. Portanto, os socialistas não evoluíram.

Essa esquerda, mestra da hipocrisia e falsidade, jamais pedirá as devidas desculpas por retardar a redemocratização, criar o conflito que enlutou muitas famílias, cometer crimes hediondos e tentar liquidar a democracia.

Acusa os adversários por aquela que é a sua maneira violenta, totalitária e liberticida de ser e agir. Por que as vítimas, se militantes da luta armada, são casos emblemáticos? Com certeza porque defendiam a revolução comunista e pertenciam a uma pretensa elite intelectual marxista-leninista.

Lamento pelas famílias dos militantes mortos ou desaparecidos, mas lamento muito mais pelas vítimas de seus crimes e famílias, pois muitas ficaram com sequelas e outras nem souberam por que morreram.

Os torturados e assassinados pela luta armada, e suas famílias, nunca são lembrados nem indenizados. A mídia não mostra os dramas de famílias como as de: José Conceição (fazendeiro em SP)– torturado emorto a tiros pela ALN de Marighela; João Pereira (guia do Exército no Araguaia) – torturado e assassinado pelo PCdoB na frente dos pais. Cortaram suas orelhas, dedos e mãos, antes de enfiar-lhe uma faca.


E também de Edson de Carvalho (jornalista) e Nelson Fernandes (almirante), ambos assassinados pela AP no atentado à bomba no Aeroporto de Guararapes, com 17 feridos.

Fui observador militar da ONU em El Salvador, onde em 12 anos de luta armada houve 70 mil mortos, 400 mil deslocados de suas terras e um milhão de refugiados nos EUA. Na Colômbia, são mais de 50 mil mortos em décadas de conflito inacabado.

Alguém preferiria estar na situação da Colômbia? Preferiria ter vivido o drama de América Central, Peru, Argentina, Uruguai e Chile? Todos com milhares ou dezenas de milhares de mortos?

Já pensaram que seus filhos poderiam estar convocados para combater ao invés de estar estudando ou vivendo em paz com suas famílias? A violência do Estado não era por simples paranoia, pois o risco de uma sanguinária guerra civil revolucionária não permitia relaxar na segurança.

Ao cortar o mal na raiz, o Brasil escapou desse destino infeliz. Foram cerca de 520 mortos em confrontos nas áreas urbanas e rurais, sendo 400 da esquerda armada. Um alto custo para poucos, mas muito baixo para a Nação. E ainda acusam o regime militar de genocida!

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