domingo, 24 de agosto de 2014

A “versão” é inimiga da “conciliação”

Por Gen Bda Paulo Chagas

Caros amigos

Como determina o princípio da unidade de comando, a boa prática da liderança e o respeito à precisão dos relatos, das declarações e dos documentos de origem militar, o comandante do Exército, General Enzo Martins Peri, muito acertadamente, tomou a si qualquer resposta às demandas das “comissões da versão”, espalhadas pelo Brasil.

Qualquer solicitação sobre qualquer assunto deve ser respondida pelo Comandante, impondo, assim, às respostas a precisão, o respaldo e o crivo de ser a palavra do Exército!

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), por desconhecimento desta prática militar, pretende pedir à Procuradoria Geral da República que ingresse com representação contra o Comandante. Lamentável atropelo que põe em dúvida a isenção jurisdicional daquela importante instituição do Estado, essencial à defesa do regime democrático e dos interesses dos cidadãos.

O Hospital Central do Exército (HCE), ao negar ao MPF-RJ o prontuário médico do engenheiro Raul Amaro Nin Ferreira, que morreu enquanto estava baixado e sendo atendido por aquela Organização Militar de Saúde, em agosto de 1971, cumpre com um compromisso fundamental da instituição militar que, ao contrário de outras, não deixa dúvidas quanto à sua estrutura, necessariamente, hierarquizada e responsável.

O Ministério Público, em lamentável atitude quixotesca, certamente por ignorar as regras de procedimento do estamento militar organizado, está tomando medidas desnecessárias visando a remover obstáculos imaginários às investigações.

A busca obstinada por este tipo de informações e o frisson artificial que a acompanha tem dois objetivos principais, quais sejam, a vã tentativa de validar o invalidável, inócuo, inútil e caríssimo relatório da “comissão nacional da versão” e a desconstrução da imagem positiva das Forças Armadas, último e definitivo recurso da Nação em seus momentos de apreensão, inquietude e angústia como os que antecedem as eleições de outubro e que não deixam dúvidas quanto às ameaças do seu depois, seja qual for a decisão das urnas.

Fossem as comissões e suas investigações voltadas para a CONCILIAÇÃO nacional e não para a VERSÃO facciosa dos fatos, haveria a confiança necessária e suficiente para que se construísse um verdadeiro anteparo histórico à repetição dos equívocos que, meio século depois, com os mesmos personagens, voltam a ameaçar a harmonia institucional.


Sempre há tempo para aprender e reconsiderar...


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