O consumidor deve preparar
o bolso: o reajuste da tarifa de energia elétrica previsto para 2015
deverá ser 'um pouquinho' maior do que o esperado. Isso ocorrerá em razão do
custo da energia, que subiu no país devido à estiagem de 2013 e deste ano. A
informação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participou do Programa
Bom Dia, Ministro.
“Deveremos ter, sim, algum reajuste maior. O custo no Brasil
todo subiu por causa do regime de chuvas, chuvas escassas. [Este prolema] vai
passar para o consumidor um pouco do aumento da energia elétrica em 2015”,
disse. Disse porém que o governo federal está minimizando o problema ao
transferir R$ 4 bilhões para compensar parte do aumento do reajuste, na Conta
de Desenvolvimento Energético (CDE).
“O reajuste irá ocorrer, mas será um pouquinho maior, mas
não será tão maior. Não vai incorporar todo aumento que seria devido porque o
governo federal está, digamos, compartilhando o aumento de custo com o
consumidor”, disse.
Sobre o impacto desse reajuste e dos demais reajuste na
inflação e sobre a elevação da carga tributária, Mantega disse que o governo
tem, na verdade, diminuído impostos. Segundo ele, pontualmente alguns tributos
sobem, mas a maioria foi reduzida. “O consumidor, hoje, paga menos impostos. Na
cesta básica, por exemplo o consumidor paga muito menos imposto do que pagava
no passado. É claro que isso não impede que em alguns momentos o preço dos
produtos subam por causa da sazonalidade [eventos típicos em determinados
períodos do ano, como o período de seca]”.
Como exemplo de sazonalidade, ele citou a entressafra, com
menor produção do leite e da carne. Segundo ele, no final, a entressafra eleva
o preço dos produtos. Os preços porém voltam ao normal, depois, em situações
mais favoráveis. “O importante é que a média de preços não ultrapasse um
determinado patamar, que está em 5,5% , 5,7%. E mais: que o salário do
brasileiro esteja crescendo acima desse patamar, o que está ocorrendo há muito
tempo. Algumas categorias tiveram o salário duplicado, como por exemplo, na
construção civil. Quem ganhava um salário mínimo, hoje ganha dois ou três”,
disse. Para Mantega, mesmo que haja inflação, o importante é que o poder de
compra da população cresça mais do que os índices de preços.
O ministro defendeu ainda a estratégia da política econômica
do governo. Na avaliação dele, essa linha política permitiu ao Brasil enfrentar
as turbulências internacionais, iniciados em 2008, e que ainda impactam a
economia mundial. “Entre 2008 e 2013, a economia brasileira cresceu 3% em
média. Está muito bom. Foi muito mais que as economias do G20 [reúne as 20
maiores economias do planeta]. Significa que foi adequada. Podemos ter cometido
um ou outro erro, sem dúvida devemos ter cometido: o número de acertos porém
foi muito melhor”. E acrescentou: “Eu não mudaria a estratégia básica da
política econômica”.
O ministro também disse que o governo procurou manter o
nível de atividade, impedindo que a indústria fosse destruída pela
concorrência. E voltou a ressaltar o desempenho da agricultura, que obteve
números recordes de produção. Disse que o Brasil passará por uma expansão
econômica, que ocorrerá com a superação da crise.
No campo fiscal, o ministro reforçou a convicção
de que a meta de superávit primário [economia para o pagamento de juros] deste
ano será mantida em 1,9% em proporção do Produto Interno Bruto (PIB), como foi
estabelecido no mês passado, permitindo a redução endividamento líquido do
Brasil.
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