quinta-feira, 3 de abril de 2014

Associação de André Vargas com doleiro preso pela PF visava contrato para fabricar Viagra genérico


andre_vargas_08Bolsa-ereção – Deputado federal pelo PT do Paraná e vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas foi flagrado pela Polícia Federal fazendo lobby em favor da Labogen, laboratório que, apesar de ostentar capital social de apenas R$ 28 mil, conseguiu fechar contrato com o Ministério da Saúde no valor de R$ 150 milhões. O contrato prevê o fornecimento de citrato de sildenafila, o princípio ativo do Viagra, medicamento utilizado no tratamento da disfunção erétil e que o Ministério da Saúde pretende distribuir a reboque de uma espécie de “bolsa-ereção”.

Como o Labogen não tem planta industrial, a encomenda seria produzida por outro laboratório, o EMS, por R$ 60 milhões. Ou seja, nada menos que R$ 90 milhões seriam embolsados pelo doleiro Alberto Yousseff e pelos facilitadores do negócio na seara do governo federal e do parlamento. Questionado sobre seu papel nesse estranho negócio, Vargas disse que estava apenas tentando agendar um contato, atendendo a pedido do doleiro preso pela PF na Operação Lava-Jato.

O Labogen, oficialmente, não pertence a Youssef, o amigo de longa data de André Vargas, que até outro dia alegava ser conselheiro econômico-financeiro do doleiro. Contudo, a empresa enviou ilegalmente ao exterior US$ 37 milhões, quantia que corresponde ao valor que seria pago pelo Ministério da Saúde ao Labogen, já descontada a parte do EMS, que nesse confuso processo realmente fabricaria o Viagra genérico. O contrato foi assinado pelo ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha, candidato do PT ao governo de São Paulo.

Entre os políticos citados como possíveis elos do doleiro estão o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Gadelha, o deputado André Vargas (PT-PR) e o diretor de produção industrial e inovação da Saúde, Eduardo Jorge Oliveira.


Por conta de situação semelhante à de André Vargas, o então senador Demóstenes Torres perdeu o mandato parlamentar no rastro de sua nebulosa relação de amizade com Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, conhecido empresário da jogatina. Em matéria publicada na edição de quarta-feira (2), o ucho.info questionou as razões que levam a Câmara dos Deputados a não dispensar a Vargas o mesmo tratamento dado a Demóstenes.

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