Nada é claro e transparente na Petrobras. Agora explode mais
um escândalo: a venda de uma refinaria em San Lorenzo, na Argentina, por uma
pechincha, se comparado com a compra da Refinaria Pasadena, nos Estados
Unidos. Os número comprovam de forma
cabal que a Petrobras compra por preços superfaturados e vende por preços
subfaturados. Quem está ganhando com isso? Quem está lucrando com isso? Para
onde está indo o dinheiro?
Podem ficar revoltados. A Petrobras pagou U$ 412 milhões por
50% da refinaria Pasadena, que possuía capacidade para processar 100.000 barris
de petróleo por dia. A Petrobras vendeu 100% da refinaria de San Lorenzo, com
capacidade para processar 50.000 barris de petróleo por dia, por apenas U$ 36
milhões. Leiam, abaixo, o que a Petrobras informou ao mercado, em 6 de maio de
2010:
"A oferta pelos ativos mencionados foi de
aproximadamente US$ 36 milhões. Além disso, na data de fechamento serão
vendidos à Oil Combustibles os estoques de petróleo e os diferentes produtos
por aproximadamente US$ 74 milhões".
Leiam, abaixo, o que informa o Relatório Contábil da
estatal, do ano de 2010.
A conta é simples: a Petrobras já estimava uma perda da
ordem de U$ 70 milhões na futura venda. Posteriormente, a venda foi confirmada
por U$ 102 milhões no Relatório de 2011. Ver abaixo:
Aí você pergunta: mas não eram U$ 110 milhões? Por que
depois de um ano só apareceu U$ 102 milhões na contabilidade? Onde foram parar
os outros U$ 8 milhões? Sim, a Petrobras informou em Comunicado ao Mercado que
o negócio era "da ordem" de U$ 110 milhões. Mas não indicou o valor
final da operação. Fica a pergunta: por que a Petrobras não comunicou o valor
correto? É óbvio que ao fazer o Comunicado ela já sabia efetivamente o que
receberia pela venda.
E a capacidade de produção, como comprovar que era de 50.000
barris de petróleo por dia, a metade da capacidade de Pasadena? Simples. Esta
foi a informação oficial da Petrobras, dada aos acionistas nos Relatório de
Atividades de 2010 e 2011, conforme abaixo:
Se foram U$ 102 milhões e não U$ 110 milhões, como afirmar
que a refinaria foi vendida por apenas e tão somente U$ 36 milhões? Simples!
Esta foi a informação dada ao mercado pela Petrobras, na Argentina. E mais! U$
36 milhões envolveu mais 365 postos de gasolina e uma planta fluvial! Os
estoques ou existencias em espanhol saíram por outros U$ 74 milhões,
totalizando U$ 110 milhões. Vejam o que informou o jornal El Clarin:
Novamente, o preço dado ao público é U$ 110 milhões e não U$
102 milhões como informou a Petrobras aos seus acionistas, nos seus relatórios.
Onde foram parar os U$ 8 milhões? Terá sido uma propina ou um suborno pago pelo
comprador e abatido do valor pago à Petrobras? É isso que deve ser investigado.
Agora, senhores e senhoras, atentai para o valor do negócio!
Quanto vale uma rede de 365 postos de gasolina? Aqui no Brasil, a montagem de
uma franquia de abastecimento de combustível consome, no mínimo, R$ 800 mil.
Vamos passar a dólar? Isto daria um valor de U$ 350 mil. Multipliquemos U$ 350
mil por 365 unidades e teremos U$ 127 milhões de dólares! Ou seja: a refinaria de San Lorenzo saiu de
graça para o comprador argentino, casualmente um dono de cassino, amigo e
protegido do casal Kirchner.
Em 2013, José Sérgio Gabrielli, quando surgiu a primeira
investigação abafada sobre Pasadena, declarou o seguinte ao blogueiro
patrocinado pela Petrobras, Paulo Henrique Amorim. Atenção! Vejam abaixo!
Gabrielli está dizendo que é um excelente negócio ter pago o
equivalente a U$ 3.800 por barril/dia. Como o ex-presidente da Petrobras vai
explicar, então, que vendeu uma refinaria cobrando apenas U$ 640 por
barril/dia? Como justificar um preço aviltado, cinco vezes menor? Vamos à
prova: U$ 640 x 50.000 barris/dia = U$ 32 milhões! Se ele vendesse San Lorenzo pelo mesmo preço
que comprou Pasadena, o valor deveria ser de U$ 190 milhões, não é mesmo?
A Petrobras está quebrando porque comprou por
preços superfaturados e está vendendo os seus ativos, em negócios
suspeitíssimos, por preços subfaturados. Tem gente ganhando muito dinheiro com
isso. E todos nós, brasileiros, estamos perdendo, a cada dia, um pedaço deste
grande patrimônio brasileiro que é a Petrobras.
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