Sabem aquela expressão usada para técnicos de futebol,
quando o presidente do clube diz que ele está "prestigiado" depois da
derrota? Ela cai como uma luva para Alexandre Padilha (PT-SP), envolvido até o
pescoço na negociata da Labogen com o doleiro Youssef e André Vargas, segundo a
Polícia Federal. Padilha segue "prestigiado", até manchete em
contrário. E, ao que parece, ela não demorará a chegar. A matéria abaixo é da
Folha de São Paulo.
Apesar de comentarem nos bastidores que a ligação do nome de
Alexandre Padilha às investigações da Operação Lava Jato representam um baque
ao ex-ministro, petistas afirmam que a ordem é evitar declarações que sinalizem
que o partido pretenda ªrifarº seu candidato ao governo de São Paulo.
Na conversas internas do partido, o discurso é que a
situação é contornável caso não surja nenhum dado novo que possa atingir a
imagem de Padilha. No Planalto, assessores avaliam que as suspeitas da Polícia
Federal são fracas, sem nenhum indício concreto que possa inviabilizar a
candidatura do petista em São Paulo.
Em outra frente, a ordem é afastar a presidente Dilma de
qualquer debate e polêmica relacionados aos escândalos envolvendo o doleiro
Alberto Youssef e suas conexões com petistas. Segundo assessores presidenciais,
a estratégia é manter o caso longe do Planalto e passar a imagem de que o
governo segue seu ritmo normal de administração.
Desse objetivo decorre a orientação interna de manter o
atual ritmo intenso de viagens da presidente, visitando entre dois e três
Estados por semana, uma recomendação do ex-presidente Lula para Dilma sair do
noticiário negativo relacionado à Petrobras, uma crise que teve origem no
próprio Planalto.
O debate com a oposição, segundo assessores presidenciais,
deve ser travado por líderes petistas e, quando envolver diretamente o governo,
por ministros. A presidente, do seu lado, pode até tocar nesses assuntos em
suas viagens, mas sempre buscando mostrar que não atingem nem paralisam o
governo.
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