Por ucho.info
Munição de sobra – O ainda deputado federal André Vargas
(PT-PR) já decidiu que não seguirá para o matadouro político sem luta.
Convencido de que, se for cassado, renunciar ou preso, não virará um herói do
PT, a exemplo de José Dirceu, Delúbio Soares ou José Genoino, o deputado
petista decidiu tomar precauções e exigir compensações palpáveis para o seu
sacrifício. O silêncio é de ouro, costuma repetir. Já mandou, pela revista
Veja, recados pesados para o ministro Paulo Bernardo e para a senadora Gleisi
Hoffmann (PT), de quem é coordenador da campanha ao governo do Paraná. Novos
exemplares da munição que possui começam a circular.
Emissários do deputado distribuem dados que podem embaraçar
sobremaneira a senadora, que a pedido do Palácio do Planalto vem fazendo
esforços descomunais para sufocar a CPI da Petrobras. Além da já revelada
ligação do marido de Gleisi, Paulo Bernardo, com o grupo Schahin, fornecedor da
Petrobras, os prepostos de Vargas revelam que a própria Gleisi tem vínculos com
a empreiteira Camargo Corrêa (associada ao Schahin), que opera contratos
bilionários com a estatal. As conexões de Gleisi com a empreiteira já chamaram
a atenção durante outra operação da Polícia Federal, que antecedeu a Lava Jato
– a Operação Castelo de Areia.
Em 2008, a empreiteira Camargo Corrêa foi a maior doadora da
campanha de Gleisi Hoffmann, quando a hoje senadora disputou a prefeitura de
Curitiba. De acordo com o site Contas Abertas, “em 2008 a construtora doou
apenas R$ 2 milhões para os candidatos nas eleições municipais. Um quarto desse
valor foi destinado à candidata à prefeitura da capital paranaense, Curitiba,
Gleisi Helena Hoffmann (PT)”.
Na revista Veja, André Vargas foi muito claro: “Vargas
insinuou que Bernardo é beneficiário do propinoduto que opera na Petrobras. O
ministro, segundo o deputado, seria o intermediário de contratos entre o grupo
Schahin, recorrente em escândalos petistas, e a petroleira. Bernardo teria
recebido uma corretagem por isso, recolhida e repassada pelo “Beto”. É assim,
com intimidade de sócio e amigo, que Vargas trata o doleiro Alberto Youssef,
preso pela Polícia Federal sob a acusação de chefiar um esquema de lavagem de
dinheiro que teria chegado a 10 bilhões de reais. Parte desse valor, como se
revelou nas últimas semanas, são as propinas de negociatas na Petrobras.”
Nas indiscrições de Vargas citada por Veja, outra revelação
explosiva: “Nas conversas com deputados, Vargas também citou como algo que o PT
não gostaria de ver revelado o caso da agência Heads Propaganda, do Paraná. “A
Heads é esquema deles”, declarou Vargas a colegas de partido. “Eles” seriam a
senadora Gleisi Hoffmann e o ministro das Comunicações. Na gestão Dilma, a
agência tornou-se líder em verbas recebidas do governo federal. A escalada
meteórica está sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU).”
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