Por ucho.info
Linha de tiro – Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens
Bueno (PR) afirmou, nesta terça-feira (22), que a sequência de manobras do
governo petista de Dilma Rousseff para impedir a instalação no Congresso Nacional
de uma CPI para investigar denúncias de corrupção, má gestão e
superfaturamentos em negócios da Petrobras só faz aumentar as suspeitas de
falcatruas na estatal. Após tentar embaralhar a criação da comissão ao propor
uma investigação ampla, que inclui o cartel de trens em São Paulo e as obras do
Porto de Suape, o Palácio Planalto já trabalha para levar o caso ao plenário do
Supremo Tribunal Federal (STF), caso a ministra Rosa Weber decida por uma CPI
centrada na Petrobras, como determina a Constituição Federal e defende a
oposição.
“Essa posição do governo só levanta mais suspeitas sobre o
que o PT fez com a Petrobras. O caso da compra da refinaria de Pasadena, com
todas as suas versões contraditórias, é apenas a ponta do iceberg. O fato de a
presidente Dilma Rousseff não se entender com seus companheiros de partido,
como o ex-presidente da Petrobras (José Sérgio Gabrielli), revela que o
descontrole na gestão da empresa foi completo e que interesses escusos estavam
por trás dos negócios da estatal”, disse Rubens Bueno.
Para o deputado paranaense, somente uma CPI Mista, com a
participação de deputados e senadores, poderá abrir a caixa preta em que se
transformou a Petrobras. “A sociedade cobra respostas enquanto a presidente da
República e seus companheiros batem boca na imprensa sobre a responsabilidade
pela compra de Pasadena, um negócio que trouxe um prejuízo bilionário para a
estatal. São versões que não convencem ninguém. O correto, num governo sério,
seria apoiar uma CPI. As manobras para sepultá-la só desgastam ainda mais o
governo, a presidente e a Petrobras”, afirmou o líder.
Bueno acredita que o STF determinará a instalação da
comissão. “Como guardião da Constituição, o Supremo vai garantir o direito de a
Minoria investigar os atos do Executivo.”, finalizou.
A inexplicável compra da refinaria de Pasadena acabou se
transformando em um imbróglio de grandes proporções, depois que a presidente da
República decidiu responder ao jornal “O Estado de S. Paulo” sobre a sua
participação na decisão do Conselho de administração da estatal de autorizar a
transação que custou US$ 1,25 bilhão. A resposta foi pouco convincente a abriu
enorme flanco para críticas da oposição e da opinião pública, já cansada de
tantos desmandos no País.
Como se não bastasse a confusão advinda da compra da
refinaria texana, a Petrobras tornou-se alvo da Operação Lava-Jato, da Polícia
Federal, que identificou uma rede de corrupção comandada por integrantes de uma
quadrilha comandada pelo doleiro Alberto Youssef, que movimentou pelo menos R$
10 bilhões à sombra de transações mais que suspeitas.
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