Circulou nas redes sociais: montagem de André Vargas,
com
seu gesto já histórico, num jatinho
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Diga-se em favor do ainda deputado André Vargas (PT-PR) uma
coisa: ele não é um qualquer; não é um peixe pequeno, um bagrinho, um petista
do baixo clero. Nada disso! No PT, Vargas é grande. Já foi o poderoso
secretário de Comunicação do partido, uma espécie de maestro dos blogs sujos, a
rede financiada por dinheiro público para difamar as oposições, setores do
Judiciário e a imprensa independente. Vargas foi um dos articuladores da queda
de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação Social. Motivo: ela não era tão generosa
— não no nível desejado ao menos — com a turma do subjornalismo do nariz
marrom. Ela tinha a ambição de operar com um mínimo de critérios técnicos. É
demais pra eles.
Vargas resolveu também ser a linha de frente de defesa dos
mensaleiros, como é sabido. O seu protagonismo máximo na área foi erguer o
punho na presença de Joaquim Barbosa, quando este foi ao Congresso para
participar da solenidade de abertura do Ano Legislativo. Barbosa estava lá como
representante do Poder Judiciário. Ele, Vargas, vice-presidente da Câmara e do
Congresso, encarnava o Poder Legislativo. O mínimo de decoro informava que,
naquela hora ao menos, representava todos os congressistas e todos os partidos.
Não com ele! Na Mesa do Congresso, ele decidiu ser petista; como petista, ele
decidiu fazer a defesa dos mensaleiros; como defensor dos mensaleiros, ele
decidiu afrontar o Judiciário; como afrontador do Judiciário, ele decidiu jogar
a institucionalidade no lixo.
Mas não é só isso, não! Vargas obedece a um grande mestre:
Luiz Inácio Lula da Silva. Alguém dirá: “Até aí, nada demais; todos obedecem!”.
Não! No PT, há uma diferença entre a obediência devida, por juízo, e a obediência por gosto. Vargas compõe a
linha de frente do movimento interno “Volta, Lula”. Essa proximidade faz dele
um conhecedor das entranhas do partido, das suas tripas, do seu estômago, do
seu intestino. O que quer que Vargas faça, fiquem certos, Lula sabe. O que quer
que Vargas faça, sem prejuízo de obter eventuais vantagens pessoais — a ver —,
ele o faz também em favor do partido.
Um ingênuo poderia objetar: “Espere aí, Reinaldo, quem se
regalou no jatinho pago pelo doleiro foram Vargas e sua família, não o PT
inteiro!”. É verdade. A questão é saber por que alguém que se dá a tal desfrute
goza de tão alta reputação no partido, foi escolhido para ser o vice-presidente
da Câmara e era candidato a presidi-la em 2015, já que sua reeleição para
deputado era dada como certa.
André Vargas é PT. PT é André Vargas.
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