Por ucho.info
Silêncio obsequioso – A audiência pública realizada, na
tarde desta quarta-eira (26), pela Comissão de Fiscalização Financeira e
Controle da Câmara dos Deputados, que contou com a participação de três
ministros, terminou com mais perguntas do que respostas.
Os ministros Jorge Hage (Controladora-Geral da União) e
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República) evitaram
responder ao questionamento sobre a leniência dos órgãos federais que demoraram
sete anos para demitir Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras,
apontado como um dos principais responsáveis pelo escândalo da compra de uma
refinaria em Pasadena. A indagação foi feita pelo líder do Democratas na Casa,
Mendonça Filho (PE).
“Por que se levou tanto tempo para entender que o Cerveró
deveria ser demitido? É uma coisa normal? Aceitável? Por que foi tanto tempo depois
que a CGU resolver instalar um processo disciplinar? E por que a presidente,
que estava ciente do negócio, não recomendou essa apuração? É incompetência, ou
conivência com a corrupção?”, confrontou.
Ambos os titulares do Executivo evitaram responder sob a
argumentação de que fugiria ao tema da audiência: as irregularidades
constatadas em convênios entre órgãos federais e ONGs e o recente episódio da
quebradeira do MST na Praça dos Três Poderes que terminou com 30 policiais
feridos.
Em outro momento, o ministro do Trabalho foi questionado
pelo deputado Ronaldo Caiado (Democratas-GO) sobre a omissão de sua pasta em
relação às constatadas irregularidades trabalhistas que configuram o contrato
de médicos cubanos no programa “Mais Médicos”.
“Um convênio que não só fere a Constituição, a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos; ele desrespeita também a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). Com
todas essas agressões eu pergunto: você, enquanto ministro de Estado, teve que
se calar pela imposição da Presidência e descumprir o que jurou exercer?”,
perguntou Caiado. O ministro também se recusou comentar o assunto.
Quebra-quebra
Durante a audiência, Gilberto Carvalho voltou a defender os
integrantes do MST que participavam de uma feira financiada por Petrobras,
Banco do Brasil, Caixa e BNDES e protagonizaram um quebra-quebra na Praça dos
Três Poderes ao tentar invadir o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele,
seria uma mentira a tentativa de invasão ao STF e a responsabilidade sobre a
confusão seria dos 250 policiais militares que tentaram conter os 15 mil
sem-terra que marchavam.
“O objetivo do apoio governamental é sempre
envolver empresas estatais como Petrobras, Caixa e BNDES para operar essa
cadeia que tem no seu bojo a intenção de movimentar essas organizações como
massa de manobra de quem está no poder. Por isso, ele as protege”, acusou
Mendonça.
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