As obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que ligam
o doleiro Alberto Youssef ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa,
registraram superfaturamento de R$ 69,597 milhões só na primeira fase, a de
terraplanagem. A irregularidade foi constatada pelo Tribunal de Contas da União
(TCU), que determinou, em agosto, que a Petrobras executasse garantias do
consórcio Refinaria Abreu e Lima (construtoras Norberto Odebretch, Queiroz
Galvão, Camargo Corrêa e Galvão Engenharia) para reaver a quantia e encaminhou
provas à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e à Casa Civil da
Presidência da República.
Segundo o acórdão, o superfaturamento só não foi maior
porque, no decorrer das investigações, houve repactuação de preços entre a
Petrobras e o consórcio, reduzindo o rombo. Mesmo assim, o valor alcançou 13%
do total do contrato, que era de R$ 534.171.862,30.
O acórdão foi publicado em agosto. Segundo o relator, Valmir
Campelo, houve um jogo de planilha: “Com a adoção dessa prática foram
promovidos pagamentos maiores do que os inicialmente previstos” e os aditivos
engordaram os preços de itens que antes não eram relevantes para o valor total
do contrato.
O juiz Sérgio Moro, da 13°Vara Federal em Curitiba, afirmou
na decisão de prisão preventiva de Costa que há documentos indicando “relação
profunda” entre Costa e Youssef. Moro diz que foram feitos pagamentos vultosos
do doleiro a Costa entre 2011 e 2012 e que eles estariam relacionados às obras
da refinaria, cuja licitação teve participação do diretor da Petrobrás, o que
caracterizaria corrupção passiva.
Youssef e Costa teriam contas comuns no exterior
e foram produzidos relatórios mensais da posição do ex-diretor da Petrobras com
o doleiro, com pagamentos a serem feitos inclusive a terceiros. Alguns dos
pagamentos, acrescentou o juiz, envolvem negócios com a Petrobras. (O Globo)
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