Brasília – O PSDB e a bancada de oposição no Senado, com o
apoio de parlamentares da base aliada, reuniram 29 assinaturas em apoio à
instalação da CPI da Petrobras. O número excede o quórum mínimo para a criação
de uma comissão na casa, que é de 27 assinaturas. Logo após a sessão, o
presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu uma entrevista
coletiva à imprensa. Confira abaixo:
Sobre o número necessário de assinaturas no Senado para
instalação de CPI ter sido alcançado.
Com a confirmação dos apoiamentos do PSB, temos 29
assinaturas. O necessário seriam 27. Por isso, tomamos a decisão de protocolar
ainda hoje, no Senado, a CPI no Senado Federal. E vamos, na semana que vem,
continuar colhendo assinaturas na Câmara para que ela seja uma CPMI, portanto,
mista. Mas já temos CPI no Senado. E não alcançando o quórum na Câmara ela
deverá ser instalada no Senado Federal.Faremos isso com responsabilidade, com
serenidade. O que não podemos aceitar mais é essa terceirização de
responsabilidades, é uma denúncia atrás da outra. A Petrobras foi violentada
nas suas melhores tradições de correção, de seriedade, e foi aviltada no seu
patrimônio. A Petrobras vale hoje menos da metade do que valia há quatro anos.
Não podemos aceitar isso passivamente. Foi um bom momento para o Senado
Federal, um momento de altivez. Quero cumprimentar inclusive, ou em especial,
os senadores da base governista que nos deram o número necessário à instalação
dessa CPI.
Mas o protocolo por si só não garante a instalação da CPI. O
governo mesmo falou que vai atrás de senadores para convencê-los a retirar a
assinatura.
Quero crer que um senador da República que coloca seu
apoiamento em uma matéria de tamanha relevância não vai tirar sua assinatura,
porque terá que dar muitas explicações. E, na verdade, obtendo o número de
assinaturas necessário, o presidente do Senado só tem uma alternativa, instalar
a comissão. Não cabe a ele discussão sobre mérito, não cabe a ele qualquer tipo
de recurso. Cabe a ele ler a instalação da comissão e solicitar aos líderes que
façam a sua composição. A CPI está com seu número garantido no Senado.Tenho
convicção que nenhum senador da República irá desdizer a si próprio e irá
permitir que sua assinatura seja retirada por maiores que sejam as pressões do
governo, que sabemos, inclusive, já começaram.
E na Câmara?
Alguns setores dissidentes da base governista
têm mostrado interesse em assiná-la. Por isso, quando propus a apresentação dos
dois requerimentos era quase que uma defesa nossa. Conseguimos no Senado,
apresentamos no Senado e foi o que fizemos. Já temos a CPI no Senado. Se
conseguirmos na Câmara, acho que seria interessante também ter a Câmara
participando dessas investigações. Vamos da preferência à CPMI, à Comissão
Parlamentar Mista. Mas semana que vem é o prazo. Se semana que vem não
alcançarmos o número de assinaturas necessárias na Câmara, 171, vamos colocar
em funcionamento a CPI no Senado e esclarecer o que foi que aconteceu com a
mais importante empresa brasileira desde que o PT dela tomou posse.
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