Por Marcos Coimbra*
Em artigo publicado em 22.03.12 neste espaço, escrevemos um
texto sobre este assunto, que se revela assustadoramente atual, feitas algumas
adaptações.
Afirmamos que em reunião sobre a grave questão da demarcação
de áreas indígenas, em especial sobre a denominada região Raposa/Serra do Sol,
e seus desdobramentos sobre o futuro do país, enquanto Nação soberana,
independente e autônoma, surgiu em paralelo uma discussão sobre quem figuraria
na História do Brasil, como herói e como traidor da Pátria. Houve unanimidade
quanto aos heróis. Afinal, não há como negar o exemplo de brasilidade de vultos
como Tiradentes, Duque de Caixas, Barão do Rio Branco, Tamandaré, Brigadeiro
Eduardo Gomes, Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Felipe Camarão, do anônimo
soldado da FEB que lutou na Itália e outros.
No relativo aos traidores da Pátria houve dissenso. O
ilustre brasileiro Jornalista Barbosa Lima Sobrinho já definia que no Brasil só
existiam dois partidos políticos. O dos heróis, representados por Tiradentes e
o dos seguidores do traidor Joaquim Silvério dos Reis. Mas, um participante
argumentou, com propriedade, que Silvério teria sido um traidor sob a ótica de
nós, brasileiros, mas não para os portugueses, a quem servia, sendo natural da
nossa então matriz. Apenas houve consenso em Judas, como traidor universal.
Analisando a iminente perda de mais da metade do território
nacional, representada, de início, pela demarcação irresponsável de vastas
áreas do Brasil para indígenas (agora já criaram também os
"quilombolas"), por "coincidência" justamente onde já estão
mapeadas e conhecidas vastas riquezas e recursos naturais, que, no decorrer do
tempo serão arrancadas do nosso país, sob qualquer pretexto, algumas reflexões
se fazem necessárias.
Qual o país do mundo que, por "vontade própria",
sem o disparo de um tiro sequer, abre mão de um milímetro do seu território sem
resistência armada? Em que lugar se escondem as autoridades (ir)responsáveis,
por omissão, covardia, cumplicidade, que não reagem contra o crime de
lesa-pátria a ser perpetrado? Será que o Brasil não fabrica mais Homens como no
passado, quando tivemos Plácido de Castro, Marcílio Dias e tantos outros?
A maioria de nosso povo não sabe o que está acontecendo de
fato. Pensa apenas em sobreviver, com as "bolsas-esmolas" ou com os
empregos de baixa remuneração existentes, ou talvez ocupados com o samba, o
futebol e o carnaval. Porém, existe uma parcela do povo conhecedora do que está
em jogo. E é justamente esta que decide. A disputa não é entre
"arrozeiros" e índios desprotegidos da época de José de Alencar. Se o
leitor quiser apurar o que está sendo escrito aqui, pode entrar nas páginas do
Greenpeace, do WWF-Brasil, da FUNAI e outros menos votados. Vai encontrar uma
perfeita sintonia, uma ação orquestrada entre eles, com o mesmo objetivo.
Não é por acaso que dirigentes de órgãos governamentais
decidem, ignorando o Congresso, os locais a serem demarcados, tendo sido (ou
virão a ser), integrantes de ONGs suspeitas. Inclusive, algumas financiadas por
governos estrangeiros. O G-7 e até potências emergentes estão carentes de
nióbio, petróleo, bauxita, urânio e outras riquezas encontradas em abundância
exatamente nas áreas que estão sendo entregues. Por isto, eles querem estas
áreas. O argumento falacioso de que a propriedade da terra (solo e subsolo) é
da União, possuindo os indígenas apenas o usufruto não se sustenta, quando
observamos a prática nas regiões já demarcadas.
Não existem coincidências. Há planejamento e ação
decorrente. Por que autoridades brasileiras assinaram na ONU a famigerada
declaração universal dos direitos indígenas, ao contrário de EUA, Austrália,
Nova Zelândia etc? Por que as Forças Armadas brasileiras estão sendo
deliberadamente sucateadas, retirando-lhes a capacidade de cumprir com sua
destinação constitucional? Por que o cidadão brasileiro está sendo desarmado,
através de campanhas financiadas do exterior, executadas por sicários
estrategicamente posicionados, com ampla cobertura da mídia? Por que os órgãos
de comunicação, com raras exceções, não divulgam a verdade sobre o assunto, ao
invés de praticar o reducionismo de tentar iludir a opinião pública,
desinformando por intermédio da falsa assertiva de que a luta é entre o
fazendeiro branco mau e o índio desprotegido e nômade? Por que não esclarecem
que estes índios falam inglês, usam celulares e Pcs?
Por que a pressão externa intimidatória de organismos
internacionais e governos estrangeiros? Por que ignorar que a maioria dos
índios que defendem a posição do G-7 é orientada por órgãos estrangeiros, sendo
movimentados de lugar, por ordem externa, de acordo com a existência de
riquezas nos territórios a serem ocupados? Por que ignorar os indígenas que são
contra? Por que nossas autoridades não aprenderam com a dura lição da
Iugoslávia, do Iraque, do Kosovo etc.? Nossos descendentes reverenciarão quais
novos heróis e desprezarão que novos traidores da Pátria? Afinal, a
administração petista terá a coragem de denunciar o artigo 169 da
"Convenção" da OIT – Organização Internacional do Trabalho, nesta
data?
______________
*Marcos Coimbra é Economista,
Professor, Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira
de Defesa e Autor do livro: “Brasil Soberano”.
Endereço eletrônico: mcoimbra@antares.com.br - Sítio: Brasil Soberano (Artigo de 22.07.14-MM)
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