Faixa colocada no plenário da Câmara deu início a tumulto entre parlamentares - Agência Câmara/Divulgação
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A sessão solene da Câmara foi suspensa, por alguns minutos,
após confusão gerada por uma faixa estendida na galeria do Plenário,
parabenizando os militares pelo golpe de 1964. "Graças a vocês o Brasil
não é Cuba", dizia a faixa, estendida por duas pessoas.
Cidadãos e deputados se manifestaram contra a faixa e houve
início de tumulto no Plenário, quando participantes da sessão solene arrancaram
um cartaz das mãos de Ivone Luzardo, presidente da União Nacional das Esposas
de Militares. O cartaz estampava as frases “Fora corruptos, comunismo aqui não”
e “Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor”. Chorando muito, Ivone criticou um clima
de “revanchismo” no País.
O presidente da sessão, deputado Amir Lando (PMDB-RO),
chegou a cogitar recolher todos os cartazes no Plenário, mas após críticas dos
líderes, voltou atrás. A sessão solene foi retomada após a faixa estendida na
galeria ser recolhida pelos seguranças da Câmara, por determinação da Mesa.
Em seguida, a sessão foi encerrada, após parlamentares e
manifestantes se recusarem a virar de frente para ouvir o discurso do deputado
Jair Bolsonaro (PP-RJ), favorável ao golpe.
Deputados e outros convidados viraram de costas quando
Bolsonaro começou a discursar. Mas, conforme Lando, isso é proibido pelo
Regimento. Ele pediu para os manifestantes que não quisessem ouvir Bolsonaro se
retirassem, mas não foi atendido. “Democracia é conflito”, disse Lando. “As
partes têm que ouvir as outras”, completou. Manifestantes mostraram cartazes
com os dizeres “A voz que louva a ditadura calou a voz da democracia”, com
fotos de desaparecidos políticos.
"A gente não queria que ele [Bolsonaro] não falasse. O
que não queríamos era dar ouvido a ele", disse o deputado Jean Wyllys
(Psol-RJ), um dos que viraram de costas quando o deputado do PP começou o
discurso. (Portal da Câmara)
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