quinta-feira, 24 de abril de 2014

O primeiro crime de guerra

Por Milton Simon Pires*

Inimigos continuam chegando ao país, mas dessa vez armados e com colaboração do nosso Congresso.

Em toda história da humanidade, em toda época e em qualquer tempo, jamais houve sociedade que deixasse de prever, por parte do seu ordenamento jurídico, o crime de “traição à Pátria”. Não nos interessa aqui o conceito de “Pátria”. Palavra tão batida, conceito tão vilipendiado, que perdeu já todo seu sentido. A noção que um brasileiro pode ter desse termo se confunde com a ideia de nacionalismo fanático, com a propaganda contra xenofobia e com a oposição ao regime militar – época em que ainda fazia algum sentido usá-la.

De todas as barbaridades que vem acontecendo no Brasil petista, de tudo que escandaliza e que choca, considerando-se os agentes cubanos disfarçados de médicos, a agenda gay nas escolas, a humilhação das religiões, ou a tragédia feita com as estatais, nada se compara àquilo que fez o deputado federal Ney Lopes (PMDB-RN), autor do PLC 276/02 que possibilita ao ministro da Defesa e aos chefes das Forças Armadas autorizar o trânsito e a permanência temporária de forças estrangeiras no país.

Sob o argumento de que “o objetivo da medida é diminuir a burocracia envolvendo a autorização para a entrada de tropas, navios e aviões militares no país, uma vez que é frequente sua passagem de pelo espaço territorial brasileiro”, Lopes conseguiu agilizar os trâmites que vão permitir a presença, por exemplo, de policiais de Moçambique no RJ durante os jogos da Copa do Mundo.

Não encontro palavras para descrever a sensação de estupefação que tive ao ler essa notícia quando publicada pela própria Agência Brasil. Vergonha é o único termo que me ocorre no momento para definir o que essa anomalia política, essa substância corrupta que, conforme a água, toma a forma de seu recipiente e que se chama PMDB, fez com a soberania da nação. Não há um só almirante, general ou brigadeiro honrado que, se esse adjetivo mereçam, possa nesse momento escapar da sensação de humilhação, do sentimento de vergonha e desmerecimento que a escória petista nesse momento impõe às Forças Armadas. Não bastou a essa ralé humilhar os médicos, bater nos professores, aparelhar a Polícia Federal e levar fome ao Exército. Esses marginais precisam mais: eles querem garantir a segurança durante a Copa com militares estrangeiros. Com o lixo socialista que agora vem de Moçambique para policiar cidadãos brasileiros.

Uma lição espero que seja tirada desse fato, mais um na enorme lista de barbaridades que o partido-religião vem fazendo com os brasileiros: o PT jamais teve, tem ou vai ter absolutamente qualquer forma de respeito ou consideração com a Constituição Federal. Não vou perder tempo escrevendo sobre o que diz a Carta Magna sobre o poder de polícia em território nacional nem tão pouco sobre o emprego das Forças Armadas no nosso país. Nada disso interessa a esse maldito partido que superou o General Figueiredo quando o mesmo afirmou que preferia o cheiro de cavalo ao cheiro do povo. Ele ao menos fazia diferença entre os dois. O PT, nem disso é capaz, mas sabe perfeitamente resguardar-se da crítica usando gente do PMDB para fazer o mais sujo de todos os trabalhos. Para cumprir a mais vil das tarefas – aquela em que se precisa trair a Pátria perante o mundo todo e trazer policiais de fora para fazerem cumprir nossas próprias leis.

Em tempo de guerra, e em guerra estamos todos contra essa organização criminosa que governa o Brasil, traição é crime a ser punido com a pena capital. Em outro lugar e em outra época, um parasita como Ney Lopes seria preso e sumariamente fuzilado por abrir as portas do território nacional às forças inimigas. Desgraçados dos brasileiros, sequer em guerra percebem que estão e ainda dispensam honras e prerrogativas de deputado a esse que preso deveria estar.

Graças a Deus já não integro mais força militar alguma. Já me basta a humilhação de ser médico num país cujo governo me considera – a mim e a meus colegas – como um ser sem “humanidade” suficiente para atender a nossos próprios pacientes. Chegou agora a vez dos policiais e das nossas Forças Armadas levarem suas respectivas cuspidas na cara com o PT trazendo bandidos de Moçambique para fazerem seu “trabalho sujo” durante a Copa. Inimigos continuam chegando ao país, mas dessa vez armados e com colaboração do nosso Congresso. Traição é o nome que isso merece!

No Brasil, o primeiro crime de guerra.

Dedicado ao amigo Rodrigo Simões Lemos Dias.

Porto Alegre, 24 de abril de 2014.



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*Milton Simon Pires é médico.

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