Por ucho.info
Luz vermelha – É cada vez menos confortável a situação de
Dilma Vana Rousseff como candidata à reeleição. Pesquisas de intenção de voto
têm mostrado queda do apoio popular à presidente da República, que tem visto
sua aprovação despencar na esteira da crise econômica e dos muitos escândalos
de corrupção de um governo marcado pela incompetência.
Em relação à mais recente pesquisa, do instituto MDA e
realizada a pedido da Confederação nacional dos Transportes, a queda de Dilma
foi de 6,7 pontos percentuais, na comparação com o levantamento de fevereiro
passado. Como noticiou o ucho.info em matéria anterior, o Palácio do Planalto
trabalha com números ainda piores, o que faz crescer o temor de a eleição
presidencial de outubro próximo ser decidida no segundo turno, cenário que os
petistas tremem só de pensar.
Nesta terça-feira (29), o secretário-geral da Presidência,
Gilberto Carvalho, conversou com os jornalistas sobre a pesquisa do MDA e deu
declarações que devem ser analisadas com cuidado. Carvalho disse que quem já
esteve no Executivo sabe que uma crise pode surgir a qualquer momento, o que
não significa que não possa ser debelada. Ou seja, o secretário-geral da
Presidência admitiu que há uma crise no governo petista.
Enquanto mantém silêncio quase obsequioso em relação ao caos
que se instalou no País, Dilma assiste ao alastramento na crise, começando pelo
próprio governo, onde colaboradores próximos começam a acenar com possível
desembarque. É o caso da ministra do Turismo, Marta Suplicy, que nas coxias do
PT vem defendendo a candidatura de Luiz Inácio da Silva.
O movimento “Volta Lula”, que em tese não tem o apoio do
antecessor, cresce a cada dia e já conquistou partidos da base aliada, como o
PR, cuja bancada na Câmara dos Deputados defende o retorno do ex-presidente
como forma de o Brasil sair da crise. Pensamento utópico, pois boa parte da
crise que chacoalha o País no momento é de responsabilidade de Lula, que
durante anos governou na base da fanfarrice, sem se preocupar com o
planejamento e investimentos em infraestrutura.
Aos jornalistas, Gilberto Carvalho tentou colocar panos
quentes sobre o movimento “Volta Lula”, mas é preciso considerar dois fatos
importantes. O primeiro deles é que Dilma Rousseff ainda não assumiu, mesmo que
extra-oficialmente, que é candidata à reeleição. Ela está em franca campanha,
mas apenas nesta terça-feira, na Bahia, a presidente adotou um discurso com
viés eleitoreiro. Até então, apenas eventos oficiais tinham a essência de
campanha.
O segundo fato a ser considerado é que até agora Lula tem
evitado assumir publicamente e de maneira firme que não é candidato. Quando
perguntado sobre o assunto, o ex-presidente sai pela tangente, como fez em
recente entrevista à RTP, de Portugal. À televisão portuguesa, quando
perguntado sobre eventual retornou ao Palácio do Planalto, Lula disse que em
política jamais deve-se dizer não.
Somados esses fatores, o cenário político atual leva a crer
que Lula não apenas é candidato, como trabalha nos bastidores pela débâcle da
sua sucessora. Vencer a eleição presidencial de outubro próximo é uma questão
de sobrevivência para o PT. Isso porque a vitória de um adversário político
significaria a descoberta das centenas de escândalos de corrupção que ao longo
dos últimos onze anos ganharam a estrela petista.
Em relação à defesa que Gilberto Carvalho faz em
relação ao projeto de reeleição de Dilma, não se pode esquecer que o
secretário-geral da Presidência é o principal olheiro de Lula no Palácio do
Planalto.
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