Por Ricardo Setti –VEJA
Padilha come cachorro quente com Dilma enquanto faz campanha
em Osasco: candidato do PT continua perto do traço (Foto: O Globo)
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O comando da campanha eleitoral do candidato petista ao
governo de São Paulo, Alexandre Padilha, está pedindo à Rede Globo que reformule
seus critérios da cobertura diária que confere aos aspirantes ao Palácio dos
Bandeirantes. A Globo decidiu que somente faz a cobertura diária de candidatos
com intençao de voto acima de 6%.
Quando a assessoria de Padilha encaminhou a solicitação à
direção paulista da Globo, o candidato exibia miseráveis 4% de intenção de voto
na mais recente pesquisa Datafolha. O instituto divulgou outro levantamento
hoje, e Padilha continua chapinhando: agora, são 5%, enquanto o governador
Geraldo Alckmin subiu de 54% para 55% e continuaria sendo eleito no primeiro
turno, uma vez que seu competidor mais direto, Paulo Skaf, do PMDB, se manteve
estacionado em 16%.
Dias atrás, o Deus do lulalato, com sua tradicional polidez
e linguagem elevada, acusou a Rede Globo de “fazer sacanagem” contra Padilha,
não obstante o candidato não se enquadrar nos critérios da emissora,
inteiramente razoáveis, anunciados antes do início de sua cobertura eleitoral e
vigentes desde há duas eleições – que incluem atribuir cobertura semanal aos candidatos
que alcancem pelo menos 3% nas pesquisas (no caso, apenas Padilha).
O pedido à Globo partiu do presidente estadual do PT
paulista, Emídio de Souza, que, citando até a Constituição, lançou argumentos
como o de que os critérios adotados “podem incorrer em injustiça” e “prejudicar
o processo democrático”.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a Globo respondeu que
“os critérios de cobertura das eleições nacional e de São Paulo são
absolutamente os mesmos das eleições de 2010″ (sobre os quais, diga-se, o PT na
época não disse um pio) e ainda acrescentou: “Sendo que, por ter um número
menor de candidatos em São Paulo, em vez de Padilha ter apenas uma cobertura
semanal, tem duas”.
Ou seja, além de não “sacanear” o candidato de Lula, a Globo
acaba presenteando-o com uma tremenda colher de chá.
De tudo isso, o que tenho a dizer é o seguinte: depois da
arrogância de Lula, achando que elege “um poste” até para o Palácio dos
Bandeirantes, ver o ex-presidento chiar porque seu “poste” não sai do fundo do
buraco nas pesquisas, e apreciar o PT se contorcendo para fazer um pedido à
Globo NÃO TEM PREÇO!
Para fechar o post, acrescento que o que a Globo pretende é
ter um compromisso com a informação – mas não com a irrelevância.
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