Por Luiz Sérgio Silveira Costa
Miriam Leitão não foi à/ao psiquiatra. O resultado foi que o
desvario e a doença voltaram a se manifestar. Na sua coluna do dia 14,
comentando a lamentável e trágica ausência de Eduardo Campos (1), escreveu: O
Brasil tem essa escassez de bons quadros políticos por alguns motivos sobre os
quais devemos refletir. A razão original, sem dúvida, é a ditadura. O longo
período de cassações e autoritarismo interrompeu carreiras, desviou e dizimou
lideranças e impediu o aparecimento de novos líderes. E (arre)matou: Dado que o
passado não podemos mudar – a ditadura ocorreu e deixou suas sequelas
insanáveis, algo imutável -, temos que trabalhar para superar o desânimo que
tem afastado os jovens da política.
A ditadura acabou em 1985, há quase trinta anos, e ela
continua tendo assombrações, fruto dessa mente recalcada... Não há lideranças
novas porque o povo não quer. O exemplo emblemático é o de Arruda, candidato a
governador de Brasília. Filmado e reprisado recebendo bolos de dinheiro
desviado, processado pela lerda Justiça, tem maioria nas pesquisas de voto,
porque o povo o quer, certamente pensando em alguma benesse indevida. Esse é o
povo brasileiro, eu em primeiro, o País que se exploda, em sua escancarada
vira-latice!
Por falar em Justiça, no dia 15 foi a vez de o novo
presidente do STF, o notório e piedoso Lewandowski, defender aumento de salário
para os magistrados, justamente a classe de servidores do Estado mais
aquinhoada nesse quesito, cujo começo de carreira os contempla com... “míseros”
R$ 24 mil! E é só o começo! E os magistrados estão peitando o Congresso para
criar o adicional por tempo de serviço, mais um penduricalho que, certamente,
vão julgar que estará fora do teto constitucional!
Lembrando Miriam Leitão, no caso da Justiça, não faltam
novas lideranças que queiram receber esse salário que, convenhamos, deve
realmente ser pouco, pois há os que precisam de mais, e se corrompem, como o
Lalau. Lewandowski ainda atribuiu aos 18 mil juízes que atuam silenciosamente,
sem que ninguém perceba, em condições ruins, inclusive salariais, o fato de o
Brasil ser ainda uma ilha de tranquilidade, num mundo extremamente
conflagrado....
Apesar da desfaçatez sobre os salários, acertou na
tranquilidade. Enquanto o Arruda segue firme na corrida, a Justiça se arrasta –
como disse Gil “como a procissão, que nem cobra pelo chão” -, com seus
demasiados escalões e inúmeros recursos, agravos, embargos e procrastinações,
com o País se destruindo moral e eticamente, enquanto os juízes permanecem na
sua tranquilidade insular, o que não parece ser verdade, pois estão
intranquilos quanto aos seus salários....
Por que Lewandoswski não perorou sobre isso?
Por que não falou sobre a vergonha que são os precatórios,
em que o povo que é punido indevidamente pelo Estado leva anos e anos para
receber, com muitos morrendo pelo caminho sem obter a devida reparação?
Por que, com o poder que tem sobre os congressistas, a
maioria com rabo preso na Justiça, não insta o Legislativo a votar leis que
modernizem as leis e a processualística e tornem a Justiça ágil?
Por que não pensar no País e nos desfavorecidos, em vez de apenas
no aumento voraz de suas regalias e benesses?
Quê condições ruins são essas, com esses palácios de granito
e luxuosos gabinetes, especialmente nos escalões superiores?
Enquanto na Argentina os abutres são externos, aqui eles são
internos. E no seu vôo, sob a égide da cupidez, da vaidade, da desfaçatez e do
impatriotismo, não conseguem visualizar que estão “seguindo na Echo Uno, na
pista 35”...
Aécio Neves
disse que a morte de Eduardo Campos foi irreparável e incompreensível.
Comungo dessa dor e dos adjetivos. Chego, mais uma vez, a duvidar da infinita bondade de Deus. Quantos canalhas não poderiam ter sido escolhidos, mas Deus resolveu enlutar famílias decentes e tornar o Brasil menos esperançoso...
Comungo dessa dor e dos adjetivos. Chego, mais uma vez, a duvidar da infinita bondade de Deus. Quantos canalhas não poderiam ter sido escolhidos, mas Deus resolveu enlutar famílias decentes e tornar o Brasil menos esperançoso...
Luiz Sérgio Silveira Costa é Almirante reformado.
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