terça-feira, 26 de agosto de 2014

A confissão e o pedido de desculpas de Mírian Leitão

Por Gen Bda Paulo Chagas

Caros amigos

Li, sensibilizado, o relato da jornalista Mírian Leitão sobre o que supostamente lhe teria acontecido, em 1972, após ter sido detida por agentes da Polícia Federal (PF), em Vila Velha (ES), os quais ela facilmente identificou por força de suas atividades subversivas a serviço do PC do B, sob o codinome de “Amélia”, dentre elas a de “guardar os rostos” do inimigo.

Sua prisão, junto com a do seu namorado, segundo ela própria, não foi, portanto, “um engano”, havia razões para isto, tanto que o seu codinome já era conhecido pelos órgãos de segurança.

Se levarmos em consideração que, em dezembro de 1972, mais de cem pessoas tinham sido mortas em consequência de atentados terroristas, 300 bancos tinham sido assaltados por terroristas, 300 militantes comunistas haviam sido enviados para cursos de terrorismo na China e em Cuba, vários quartéis haviam sido assaltados para roubo de armamento, 3 diplomatas haviam sido sequestrados, militares estrangeiros haviam sido justiçados, vários atentados à bomba haviam sido executados - dentre eles o do Aeroporto dos Guararapes e o ataque ao QG do II Exército - e que a Guerrilha do Araguaia - comandada, patrocinada e mobiliada por agentes do PC do B - estava em curso de operações, é fácil concluir que a militância da jovem jornalista e de seu namorado nos quadros do partido os enquadrava na categoria de agentes do terrorismo.

Se considerarmos, ainda, o modus operandi do recrutamento dos comunistas para as Forças Guerrilheiras do Araguaia (FOGUERA), podemos, sem medo de errar, admitir que os dois jovens detidos naquele dezembro de 1972 estavam, no mínimo, sendo preparados para reforçar os efetivos da guerrilha.

Em que pese o desrespeito e a intimidação do tipo de interrogatório a que, supostamente, ela teria sido submetida, inclusive com o emprego de uma cobra, - cujo comportamento, embora inofensivo naquelas circunstâncias, não seria necessariamente do seu conhecimento -, bem como o constrangimento da nudez , da “ameaça” de estupro e dos “cães pastores, babando de raiva”, é irrefutável que a prisão da jovem jornalista e de seu namorado obedeceu à lógica das evidências que as circunstâncias e os dados existentes justificavam, tanto que seu berreiro na calçada não comoveu os passantes!

A Sra Mírian Leitão tem todas as razões do mundo para não esquecer do que, supostamente, teria acontecido com ela naqueles dias, assim como também não vejo razão para que ela tenha esquecido dos motivos que a levaram a receber um codinome – “Amélia” - de uma organização terrorista!

Sua vingança foi sobreviver e vencer (sic), diz que não cultiva nenhum ódio, o que é demonstração de grandeza de espírito e que a valoriza como ser humano.

No entanto, a julgar pelo que se sabe das ações e dos objetivos destrutivos dos militantes e da organização às quais, à época, se aliou - não menos desprezíveis do que as que diz ter sofrido sob a custódia de agentes de segurança -, é de se esperar que complemente seu valor pessoal com a humildade para admitir sua participação, qualquer que tenha sido, nas práticas terroristas que deram motivo e razão para a guerra da qual se diz vítima.

Confessar, agora, sem pressão, por amor ao Brasil e à liberdade, que apoiava o terrorismo e que queria para nós o que os irmãos Castro e o “Chancho” Guevara impuseram a Cuba e pedir desculpas por isto aos brasileiros, daria a todos nós, aí incluídos seus filhos e netos, muito mais “segurança no futuro democrático do país”.


Nenhuma ditadura serve para o Brasil – Grupo Ternuma



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