E Lula pode disputar a eleição em lugar de Dilma, mas
informalmente! O cargo de dono da
candidata já não basta. Segundo informa Andréia Sadi na Folha, o Babalorixá de
Banânia pode assumir a função de coordenador da campanha de Dilma à reeleição.
Caso se efetive, o esforço atende a um duplo propósito: mitigaria o movimento
“Volta Lula”, que, obviamente, incomoda a presidente e deixaria Lula ainda mais
livre para atacar os adversários. Na prática, repetir-se-ia o que se viu em
2010: ele faria a campanha, e ela posaria de papagaio de pirata. Na disputa
anterior, o então presidente afirmou que, quando alguém pusesse o “x” no nome
de Dilma, estaria, na verdade, votando em Lula.
Os dois se encontram hoje em São Paulo. Segundo a apuração
da Folha, devem discutir essa possibilidade, antes do início do encontro
nacional do PT. É claro que Lula teria desde sempre um papel central na
campanha. Com um cargo, no entanto, ficaria mais claro o seu empenho na
reeleição da companheira. E é evidente que o chefão do PT disporia também de
mais autonomia para falar em lugar dela — o que é sempre desagradável, não é?
Para todos os efeitos, afinal, a presidente é ela, ainda que ele certamente não
se conforme com isso.
Os dois participam nesta sexta da abertura do Encontro
Nacional do PT, quando deverá haver manifestações explícitas de unidade. O
evento servirá para confirmar Dilma como a candidata do partido à Presidência.
A ala dilmista avalia que é preciso pôr um ponto final na boataria de que Lula
pode lhe tomar o lugar.
Esse encontro também debaterá um documento de diretrizes que
foi elaborado por Marco Aurélio Garcia. Referindo-se às oposições, diz o texto:
“Sua paralisia é decorrência do caráter regressivo e reacionário das poucas
propostas que têm apresentado. Não escondem a disposição de abandonar as
políticas de emprego e de renda dos governos Lula e Dilma”. Num outro trecho, o
documento sustenta que as críticas dos adversários à Petrobras e à Elotrobras
são uma “nostálgica fidelidade às políticas privatistas que aplicaram no
passado”.
Como se nota, parece que os petistas não tiveram nenhuma
ideia nova nos últimos 12 anos que não seja acusar os adversários de quererem
privatizar isso e aquilo, embora, como se sabe, Dilma tenha corrido
desesperadamente para privatizar, ela sim, estradas e aeroportos.
O discurso, tudo indica, não está colando. E, por
isso, pensam em substituir informalmente a candidatura de Dilma pela de Lula.
No fim das contas, ele disputaria a Presidência, mas como coordenador… Aí será
preciso combinar com o eleitor.
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