Para o Brasil, este teatro já custa mais de US$ 1 Bilhão. O
que preocupa é: Quanto custará o ingresso para o espetáculo?
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que seu
país está pensando em expandir sua presença militar em vários países, incluindo
a Venezuela, Cuba e Nicarágua, segundo informações da agência de notícias russa
RIA Novosti.
De acordo com o informe da agência, Shoigu disse que a lista
de lugares onde as negociações estão mais avançadas para o aumento da presença
militar russa inclui Vietnã, Cingapura e Seicheles.
Shoigu disse que o objetivo russo é fazer com que suas
Forças Armadas possam usar bases militares, portos e aeroportos em lugares
estratégicos no mundo, para missões de patrulha internacional.
A diretora do Centro de Políticas de Defesa e Segurança do
centro americano de pesquisas RAND Corporation, Olga Oliker, disse à BBC que a
ideia da Rússia é expandir sua influência global.
"Me parece interessante que entre os países mencionados
estão nações na América Latina, Ásia e Oriente Médio. Isso é realmente sobre um
papel mais global da Rússia, que já sabemos que ela quer ter, e não é
surpreendente. Mas é uma confirmação", diz ela.
UCRÂNIA
Oliker concorda com a análise de Moisés Naím, do
departamento de economia internacional da Carnegie Endowment for Peace, outra
entidade americana de pesquisas. Naím diz que as declarações do ministro russo
têm relação com o momento vivido pela Ucrânia
"A Rússia e [o presidente Vladimir] Putin estão agindo
com a mentalidade da Guerra Fria, em que cada ação da potência rival gera uma
resposta parecida. No caso da Ucrânia, que estava prestes a afirmar um acordo
de associação com a Europa, Putin interveio de maneira agressiva para impedir
que o presidente [Victor] Yanukovych firmasse esse convênio".
ENTRE PAÍSE CITADOS PELO MINISTRO SHOIGU ESTÃO VENEZUELA,
CUBA E NICARÁGUA
Yanukovych cedeu aos pedidos russos, o que acabou levando
milhares de pessoas. A crise política de três meses desencadeou a queda do
presidente russo e a instalação de um governo interino. Para Naím, Putin viu na
pressão do povo nas ruas da Ucrânia uma forma de enfraquecimento do poder
russo. Por isso ele estaria considerando agora estabelecer bases militares em
outros países.
O analista diz que o anúncio feito pelo ministro russo da
Defesa é mais uma questão de "teatro e política interna do que de
geopolítica".
"Tem mais a ver com a ideia de reafirmar perante os
russos o grande projeto de Putin de tornar a Rússia um grande ator mundial e de
ser o grande restaurador da grandeza e da reputação russas."
"A Rússia foi um ator importante [na Síria] e ela quer
sublinhar isso", diz Oliker. "E se sente que pode ser um ator
importante em outras partes do mundo. O desafio da Rússia é descobrir o que
quer realmente ela quer. Ela tem uma agenda na Síria, mas sua agenda na Ásia e
na América Latina é muito menos clara."
Em 2008, durante visita oficial à Moscou, o então presidente
da Venezuela, Hugo Chávez, manifestou seu apoio à presença militar russa em
território venezuelano.
Navios russos de guerra no Mar Negro. Foto: AP"A Rússia
tem potencial suficiente para garantir sua presença em diferentes partes do
mundo. Se as Forças Armadas russas quiseram estar na Venezuela, serão recebidas
calorosamente", disse Chávez, na época.
Para analista Moisés Naím, Rússia segue ainda a mentalidade
da Guerra Fria.
Fonte: http://www.bbc.co.uk
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