Por Aileda de Mattos Oliveira*
Não, as águas de março não fecharam o verão de 64.
Foi a Contrarrevolução que cerrou o mês para um balanço
geral e avaliar as condições de governança, após os abalos causados pelos
sectários de Moscou, não só à Instituição Militar, mas a toda organização
estrutural do Estado.
O Movimento Militar de 31 de Março de 64 consolidou-se
nestes cinquenta anos, tornando-se efeméride substantiva na história
contemporânea brasileira, integrada ao ritualismo castrense e, por essa razão,
imune a qualquer apagamento temporal, por já estar inscrita nos anais dos atos
humanos, em favor do respeito e da lei, portanto, sacralizada.
Os fatos históricos são indeléveis e se mitificam pelos anos
afora por todos que reconhecem, na sua concretização, atitudes únicas,
inevitáveis, de líderes que surgiram em momentos cruciais de salvaguarda da
Nação.
Por essa razão, as efemérides fazem parte de outra
realidade, imperceptível aos medíocres donos do poder, que se mantêm cativos à
ideia fixa e negativa de corrupção das almas pequenas.
Por defender-se a coerência e a postura cívica, não se
reconhece na presidente, cujo passado, ideologicamente, relaciona-se aos fatos
que ocasionaram a Contrarrevolução e que a denuncia como autora de ações que
ofenderam a integridade nacional e a de inocentes pessoas físicas, nenhuma
autoridade para invadir o recinto militar, e contaminá-lo com as suas
idiossincrasias.
Repete-se: não se reconhece nela autoridade para determinar
aos Comandantes das Forças que impeçam os seus subordinados de praticarem o
ritual simbólico, intrínseco ao reduto militar, levando-os a profanarem a data
que solenemente revive, no tempo, os momentos em que civis e militares se
irmanaram para manter a ordem, regulamento de conduta inscrita na própria
Bandeira, à qual juraram defender.
Se o revisionismo comunista tem em mira à retirada desta
efeméride incômoda do calendário militar, por relembrar mais um fracasso das
estratégias vermelhas da tomada do poder, apenas cumpre uma norma de sua
democracia de fachada, na qual a unilateralidade é parágrafo único e absoluto.
O que não se pode acalentar nos braços da lealdade à Nação,
por total incoerência, é a leniência de Comandantes que se sujeitam a despir-se
de sua dignidade para se deixarem apascentar no redil da pastora Dilma. Omissão
é um ato de traição à Pátria, que juraram defendê-la em quaisquer circunstâncias,
e morrer por ela se preciso for. Mentirosos! Juraram em falso! Juraram em vão!
A ela se igualam!
A História registrará o silêncio de todos que, pelo
perjúrio, renunciaram ao seu dever de se oporem às arbitrariedades de quem
alimenta os cofres de outras nações, politicamente contrárias aos interesses do
Brasil, à custa, justo, do tributo do contribuinte brasileiro.
Não se esquecerá, também, de que, dóceis, fingem que não
veem a sua pastora alimentar os lobos para, em breve, saciar-lhes a fome
despótica com eles próprios, ovelhas, e comemorarem, pastora e lobos, a sórdida
trama urdida contra a soberania do país.
Na página final desse lamentoso capítulo, relativo aos nomes
dos que seguiram as trêmulas e obedientes palavras de recuo, ler-se-á um
terrível adjetivo acusador: cúmplices.
Este é um dia de júbilo para os íntegros civis e militares
que, ombreados, seguiram as palavras e as ações de todos os líderes das Forças,
que deixaram para a posteridade, exemplos de bravura e de honradez, sem se
submeterem aos apelos traiçoeiros das hostes adversárias.
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*Aileda de Mattos Oliveira é Dr.ª em Língua Portuguesa e
membro da Academia Brasileira de Defesa.
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